Morto? Ainda não
Vai ser muito difícil, mas é possível. O Internacional, por força do gol quase espírita do lateral Kleber, ainda não está morto na Libertadores. Pode vencer o Banfield por 2 a 0 e eliminar os argentinos no saldo qualificado. Porém, para tanto, precisará ter sua melhor atuação na Libertadores. Jogar muito melhor do que vem jogando. Esta é a grande dificuldade.
Ontem, diga-se, o Inter não jogou tão mal assim. Houve partidas piores este ano. Fez um primeiro tempo parelho com os donos da casa, tendo, inclusive, mais chances de gol. O 3-6-1 de Fossati mostrou-se equilibrado. O colorado não ficou acuado atrás e conseguiu atacar algumas vezes. Erviti e Rodríguez, porém, tinham espaço. Mesmo assim, não fosse uma defesaça de Abbondanzieri – e um erro grotesco seu – e os argentinos pouco teriam o que contar em relação a ataques.
A importância do gol de Kleber é dupla: além de dar o gol fora de casa, interrompeu um início de segundo tempo fulminante do campeão argentino, que marcara com apenas dois minutos o primeiro gol. Como em Quito, o colorado empatou logo após sofrer o gol. Mas Kleber foi protagonista do outro lance capital da partida: foi expulso, e não se pode dizer injustamente, pois pisou no adversário. Lance de interpretação, e Larrionda adora um cartão vermelho. O fato é que, além de deixar o time com um a menos, foi na cobrança de falta que surgiu o gol duplamente irregular do Banfield, onde nada menos que dois impedimentos foram solenemente ignorados. Mesmo sendo lance do bandeirinha, não pode ser mera coincidência que mais um jogo apitado pelo caseiro Jorge Larrionda seja tão polêmico.
Assim, a já problemática defesa do Inter ficou ainda mais fragilizada. A força ofensiva, razoável na primeira etapa, esvaiu-se. O Banfield, se estivesse em boa jornada, teria se classificado ontem mesmo. Mesmo sendo um time objetivo e de bom toque de bola, errou muito no penúltimo toque, o da assistência. Ficou complicado para Fossati ousar nas substituições, pois a equipe atuava longe de casa e em inferioridade numérica. O terceiro gol, de Fernández, foi o da complicação definitiva da situação colorada na Libertadores. O próprio autor do terceiro gol havia dito que o 1 a 0 seria um grande placar ontem. O 3 a 1, portanto, é superior às próprias expectativas dos banfileños.
O Inter não fez boa partida, mas foi prejudicado pela arbitragem no lance do segundo gol num momento crucial da partida. O clima de pressão no Florencio Sola foi também fortíssimo. Todos reclamam muito de Larrionda, mas é preciso voltar o foco para a virada, pois houve problemas no time que não podem ser mascarados. Nei, por exemplo, foi insuficiente e irregular, como de hábito. A defesa, com dois ou três homens, segue batendo cabeça. Alecsandro começou bem, mas sucumbiu, e Fossati levou 87 minutos para tirá-lo de campo, mesmo que não tivesse função alguma a mais de 40.
Eu não aposto em classificação do Internacional, apesar de não duvidar dela. Há oito dias para corrigir erros que se repetem há três meses. Tenho convicção de que a vaga nas quartas não virá se o time não se focar completamente na partida de volta. E isto inclui a escalação de um time reserva no Gre-Nal de domingo. O Inter não tem força técnica e física para virar dois mata-matas em quatro dias contra Grêmio e Banfield. É preciso escolher um deles. Rivalidade à parte, Libertadores é muito mais importante.
Fluminense x Grêmio
Espero que o Grêmio tenha aprendido com a péssima atuação em Florianópolis e a muito boa partida no Beira-Rio a como não jogar e como jogar fora de casa num mata-mata. Sem Conca, a tarefa de marcar aquele homem que serve Fred fica facilitada. Atuando com resguardo e no contra-ataque, sem jogar todo atrás, o tricolor gaúcho pode trazer do Rio de Janeiro um bom resultado. Mata-mata é mata-mata, mas hoje o Grêmio é um time mais consolidado e muito menos bagunçado que o Fluminense. Vejamos o que Muricy pôde fazer nestes poucos dias de Laranjeiras.
Barcelona 1 x 0 Inter
Poucas vezes se viu tanta pressão. A Inter, após a expulsão de Thiago Motta, se retrancou como foi possível. Graças a Júlio César e seus zagueiros, classificou-se. Não se diga que foi injusto: em Milão os italianos jogaram muito mais, e em Barcelona eliminaram o melhor time do planeta do que jeito que é possível hoje em dia. Finalmente , uma final sem ingleses ou espanhóis. A última fora em 2004.
Foto: Rodríguez comemora o primeiro gol de Banfield, para tristeza de Nei e Pato (AFP).
Comentários
tentaram ajudar o barça de novo na semi, mas não rolou. mourinho, the chosen one.
Santos x Atletico-MG - O santos mostrou mais uma vez que nao é invencível. Atlético tem um time interessante, bem experiente.
Flamengo x Corinthians - Polo aquático. Ronaldo rídiculo (Mano demorou a tirar ele). Fla fez um baita resultado jogando com um a menos.
Banfield x Inter - Acho que tu foi feliz no comentário da expulsao do Kleber. Nas radios se falava que tinha sido um absurdo. O inter teria mais razao em reclamar do penalti no Nei. E do Larrionda ja deveria se esperar esse tipo de arbitragem. E acho que o Inter vira.
E não consigo entender a critica a retranca da Inter. Queriam que eles fizessem o que? O Barcelona não tinha um jogador que fosse capaz de ganhar no corpo.
Na final, sou Bayern.
André, tentei começar a ver três jogos ao mesmo tempo, mas o jogo do Inter foi ficando interessante e me concentrei nele. Vi um Atlético-MG marcando o Santos MUITO sob pressão no início. Mas os dois gols fora de casa podem ser decisivos.
Sobre o jogo do Inter, eu acho q foi errada a expulsão do Kléber sim. E ele vai fazer mta falta no jogo de volta. Tb acho q o Inter não passa, mas tb considero não ser uma missão impossível. 2 gols é algo bem razoável, mas após ver a formação do "Muro de Mourinho" contra o Barça, os argentinos saberão se inspirar!!!
Sobre Santos e Atlético, excelente resultado pro Santos. Perdeu, é verdade, mas jogou sem o seu principal jogador e só precisa fazer 1 golzinho em casa. E convenhamos, esse time do santos não sabe fazer só um gol.
Destaque pro Vitória q conseguiu um ótimo resultado ao vencer o vascão por 2x0.
E me acordei hj às 4 da manhã com uma gritaria em frente a minha casa. Pois então, moro em frente ao olímpico e tinha uma fila animal pra comprar ingresso pra final do gaucho. Domingo é festa gente!
E excelente resultado do Vitória do meu amigo J. Lacerda. Um pezinho nas semifinais já, vingando 2009, quando o time caiu justamente para o Vasco.
Em resumo: acho mais provável um 4 a 3 pro Santos que um 0 a 0.
(fail)
Mas o bandeira teve que entrar na mente do Kléber pra ver intenção. Não há nenhum movimento a mais do Kléber do que o de colocar o pé no chão. E olhando o lance dá pra ver que era impossível não pisar no jogador, o cara estava exatamente embaixo do pé dele.
Mas era lance perfeitamente pra amarelo o do Sandro, não foi uma agressão, não teve maldade, foi lance de jogo mesmo.
Ia até comentar, não se pode acusar o Larrionda de incoerente.
O próprio lance do Josué no Sóbis, é meio complicado, um lance que passa batido diversas vezes.
Porque são recorrentes as expulsões contestáveis dele.