Ajustes para não premiar a incompetência
Muito tem se cogitado de que a Copa Sul-Americana passará a conduzir seu campeão à Taça Libertadores da América. Uma decisão que há muito tem se pensado, no sentido de valorizar uma competição relegada a segundo plano – especialmente por brasileiros e argentinos.
Tudo o que for em prol da melhoria da disputa deve ser saudado, e neste caso a Conmebol estará certa em deixar claro desde o início que o campeão terá acesso à Libertadores (mesmo que o ideal fosse ter divulgado no ano passado que o campeão deste ano será promovido, para intensificar e valorizar a disputa pelas vagas nos campeonatos nacionais). Entretanto, para que a medida tenha maior validade, é preciso alterar algumas outras questões – especialmente as que envolvem clubes de Brasil e Argentina.
Em primeiro lugar, terminar com os convites mercantis a Boca Juniors e River Plate, que têm participação garantida sempre na competição, por mais ridículas que suas recentes campanhas no Campeonato Argentino estejam sendo. A estes dois clubes dá-se um direito eterno de tentar a vaga na Libertadores via Sul-Americana, mesmo que sua classificação à competição não seja por mérito técnico. Por mais que o discurso de desdém de Luiz Onofre Meira seja visto como clubístico – e é clubístico, o dirigente gremista não deixa de ter alguma razão: somente competições de segunda linha classificam equipes através de convites. A Copa do Brasil, por exemplo, tem um ranking, o que não é o ideal, mas ao menos mais válido.
No caso brasileiro, a não participação do campeão nacional na competição já é o fim de uma aberração. Entretanto, os clubes que não participam da Libertadores têm, agora, mais uma chance de se classificarem para ela no ano seguinte. São três possibilidades: título da Copa do Brasil, vaga pelo Brasileiro ou título da Sul-Americana. Enquanto isso, os melhores times do país, que estão disputando a Libertadores, têm apenas duas: ganhar a Libertadores ou ir bem no Brasileirão. É preciso equilibrar a conta. Chega de alijar da Copa do Brasil os clubes que disputam a Libertadores. Alongue-se esta competição até o início da Sul-Americana e estamos conversados. É muito mais justo. Se não houver correção, será um prêmio à incompetência no ano anterior.
Portanto, se adotada, é uma medida válida, mas que precisa de ajustes. Depois do título colorado e da campanha do Fluminense em 2009, a Sul-Americana valorizou-se em terras tupiniquins. Talvez conceder ao campeão o direito de disputar a Libertadores pode materializar seu ingresso definitivo no gosto dos clubes e torcedores – e não um mero estorvo no calendário, como tem sido.
Decisão
Mais uma vez, o Internacional não sabe o que faz com o Gauchão. Indicava que tentaria o título da Taça Fábio Koff, mas teve de poupar titulares devido à campanha mediana na Libertadores, que não estaria lhe classificando adiante por enquanto. Botou titulares contra o Zequinha, levou uma chinelada histórica. Aí, quando todos pensam que o Inter largaria de vez o estadual, visando à decisão com o Cerro, quarta que vem, Fossati anuncia que o time não poderá ser tão reserva no jogo de hoje, contra o Caxias. Utilizará, novamente, um time nunca antes testado. Mudará novamente o esquema.
Talvez o técnico colorado pense em testar as mudanças que promoverá para quarta-feira, para que o time não perca tanto em entrosamento. Mas , neste caso, teria de escalar toda a equipe que enfrentará o Cerro, e não um misto. Isto denota falta de planejamento e convicção. Ou, quem sabe, uma tentativa de agregar qualidade a um time que precisa pontuar, sob pena de ter de enfrentar um Gre-Nal já de cara nos mata-matas.
Para hoje, mesmo menor e freguês de décadas do colorado, o Caxias de Julinho Camargo é favorito. Já classificado, jogará com tranqüilidade, ao contrário do Inter, que segue com um olho na raposa e outro no feno. Um empate evita que o time da capital chegue à última rodada fora do G-4, tragédia que faria do jogo contra a Universidade uma verdadeira decisão. O que o Inter menos precisa neste momento são decisões. Mas elas teimam em aparecer, muito porque ninguém parece saber, ao certo, que rumo tomar.
Comentários
Vale lembrar que quem se diz criador da idéia da vaga na Libertadores é o Wianey carlet. Se é verdade não sei, só sei que esse problema não é meu.
Sobre a SulaMiranda: Ou deem a vaga pra libertadores ou acabem com esse torneio! Concordo q é injusto com os participantes da Libertadores não terem o direito de disputar esse torneio. Mas tenho certeza q,se confirmar essa proposta, se ela se efetivar, as regras de classificação para o torneio tb serão alteradas.
É o único segundo torneio da história da Conmebol que tem estádios lotados e boa audiência nas transmissões das finais. Nem a SuperCopa conseguiu essa façanha - as mudanças de fórmula acabaram definhando o torneio nos anos 90.
A Sul-Americana, assim como todo segundo torneio, é uma invenção da Conmebol para lucrar com patrocínios e seguir funcionando o ano inteiro. Nesse sentido, está dando muito certo.
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Agora, prestem atenção nisso:
Inter | 28/03/2010 | 12h52min
Inter prefere Gre-Nal logo nas quartas de final
Semifinal está marcada para três dias antes de jogo no Equador
O Inter gostaria de se classificar em quarto lugar na Taça Fábio Koff. A intenção é justamente enfrentar o rival logo no primeiro mata-mata. De acordo com um dirigente ouvido pelo repórter da Rádio Gaúcha André Silva, o motivo seria a logística.
Como as quartas de final estão marcadas para uma quarta-feira (7 de abril), o Inter poderia escalar titulares. Se o Gre-Nal for na semifinal, como é bem possível de acontecer, o confronto seria no domingo, 11, sendo que o Inter tem viagem para o Equador marcada para segunda, 12, para enfrentar o Emelec no dia 14. Neste caso, provavelmente não poderia colocar time completo para enfrentar o maior rival.
É claro que o time não pretende jogar para ficar em quarto lugar, porque seria arriscado perder a classificação. O Inter tem um jogo difícil às 16h deste domingo, contra o Caxias, no Centenário.
RÁDIO GAÚCHA E CLICESPORTES
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Eu não sou dado a teorias conspiratórias. Só que essa matéria me botou duas pulgas atrás da orelha. Se o Inter quer grenal nas quartas, ganhar o jogo de hoje não interessa - e também não interessava na quarta-feira.
Te digo q ano passado, qdo se definiu q o Grêmio enfrentaria o Inter nas quartas, eu fiquei feliz. A decisão do Gauchão é o GreNal (tá, o Nóia me desmentiu nesse primeiro turno, mas normalmente é isso mesmo,GreNal define). Então resolvam logo isso. É melhor pro Inter (claro, existem as consequências da derrota no clássico nesse momento, Celso Roth q o diga) saber o que vai fazer daqui em diante.
A vaga pra Libertadores só desvaloriza a Sul-Americana. Transforma a segunda competição da América em Seletiva.
Fui contra mesmo quando era iminente o título colorado em 2008.
No lado brasileiro acrescentaria ainda que são muitos os times que se classificam para Sula. Quem não é rebaixado tá praticamente dentro.
eu me surpreendo como essa questão dos times da libertadores fora da copa do brasil não ganha maior repercussão. Toda mundo concorda que é ruim, mas ninguém toma providencias.