Reconciliação

Alecsandro não apenas abriu a vitória do Inter, como fez boas jogadas, participou do jogo e saiu merecidamente aplaudido. Assim como ele, Taison é outra afirmação deste começo de ano. Em nada lembra o jogador burocrático e infrutífero dos últimos seis meses.

O Inter é muito melhor, apesar de o Juventude ter evoluído dos 5 a 0 para cá. Sílvio Luiz, é verdade, salvou os caxienses de uma goleada. Mas houve momentos em que o placar marcava 1 a 0 e o Ju tinha chances de empate. Tocou uma bola na trave no primeiro tempo e começou pressionando no segundo.

Agora, vem o Novo Hamburgo. Duelo, por certo, mais difícil. Fernando Carvalho descarta a utilização de time titular para domingo, e o Noia é melhor que o Juventude. A situação se inverte para o fim de semana: uma tragédia no Beira-Rio é bem mais possível de acontecer que no Olímpico.

Memória seletiva
Carvalho lamenta que Noveletto não tenha sido sensível ao pedido do Inter de alterar datas para jogar com tranqüilidade a estreia na Libertadores. Perguntado sobre o fato de ter ocorrido o mesmo com o Grêmio em 2009, disse que “nem lembra o que aconteceu no ano passado”. Tá.

Muricy
Sua passagem pelo Palmeiras foi um rotundo fracasso. Entretanto, isto não significa que a diretoria agiu certo em mandá-lo embora. De longe é muito complicado analisar. Ano passado, todos no centro do País condenavam o Grêmio por demitir Celso Roth em abril, mas quem vivia aqui sabia que a pressão era insuportável, mesmo que isso contrariasse a ideia de continuidade num trabalho, primária em futebol.

O fracasso de Muricy é também o de Belluzzo, presidente que entrou com um discurso revolucionário, de austeridade e elegância, mas mostra na prática os mesmos erros de cartolas passados: parcerias que deixam saldo negativo (e, ao contrário da Parmalat, a Traffic não ganhou nada além de um Paulistão), descontrole como no caso Carlos Simon e, agora, impaciência com treinador.

Estamos apenas em fevereiro e, ao contrário de Roth, Muricy é um técnico cheio de títulos, um dos mais conceituados do Brasil no momento – senão o mais. Há alguém melhor que ele para reabilitar um time enfraquecido?

Zago
Meu irmão Lourenço cantou a pedra hoje de tarde. Eu apostava em Celso Roth, mas ele cogitou Antônio Carlos, do São Caetano, o time que meteu 4 a 1 no Palmeiras e demitiu Muricy. O algoz substitui a vítima no Palestra Itália.

Foto: Alecsandro sobe para abrir o placar no Beira-Rio (Vipcomm/Divulgação).

Comentários

Eram cinco minutos de partida e o Inter tinha entrado duas vezes na área do Juventude a seu bel prazer. Edu sem marcação, ninguém subindo com o Alecsandro... uma maravilha. Só um resultado era possível, dessa forma.

Palmeiras vai pro abate esse ano, do jeito que as coisas andam.

E me desculpem o desabafo, mas até dou razão em parte pros dirigentes da dupla quanto ao calendário. Mas não reclamo da FGF, e sim da Conmebol. Não tinha nem terminado ainda a Pré-Libertadores e a fase de grupos começou, e o Inter nem jogou ainda e o Estudiantes já chegou na sua segunda partida. Na boa, é muita desorganização. Muita.
Milton Ribeiro disse…
Nossa! Vi outro jogo. Taison foi uma piada.

Meu filho disse que a atividade e o resultado do que faz o Taison em campo é semelhante a das baratas. É pura atividade motora. Já Edu é o mesmo, só que pós-RODOX.

Abraço.
luís felipe disse…
eu sigo afirmando que o interesse na Libertadores é só do Inter, como no ano passado foi só do Grêmio.

qual é o maldito problema de escalar reservas no Gauchão - mesmo que seja em um grenal?
Lourenço disse…
Não é possível que, marcados os jogos da Libertadores há quase dois meses, um jogo de Gauchão seja marcado para a antevéspera. Ainda mais um jogo de mata-mata.
Ano passado, o Grêmio passou por isso, além de ter jogado três jogos na quarta(Liber), sexta (semifinal) e domingo(final, grenal). Este ano, não sei se elogio a FGF por ser coerente ou lamento não ter aprendido com o erro. É um absurdo e um desserviço, só acentua ainda mais o fracasso que foram o Gauchão 2009 e 2010 com esta fórmula.
Lourenço disse…
Zaga de 2006, Fossati, Kléber Pereira, D'Alessandro, Pato Abbondanzieri. O Inter acaba sendo uma caricatura de um time copeiro para disputar a Libertadores, parece um time montado no Championship Manager. É muito apelo à mística, isso quase nunca dá certo.

E, por favor, Giuliano tem que ser titular do Inter em qualquer esquema.