Um grande erro que pode se repetir

Caso o Internacional escolha mesmo colocar em campo um time reserva nos primeiros jogos do Gauchão de 2010, o primeiro clássico do ano já desponta com o favoritismo do Grêmio. A estratégia ainda tem algumas poucas semanas para ser repensada e, dado um exemplo negativo e recente, ocorrido dentro do próprio clube, é quase inacreditável que possa se repetir. Em 2007, sob o argumento de dar férias ao time campeão do mundo, o colorado entrou no Gauchão com um time composto por segundos reservas e juniores. Enquanto isso, os titulares faziam pré-temporada. A estreia do time principal ocorreu, de fato, na primeira partida da Libertadores. O que se viu foi um time ainda carente em ritmo de jogo, além de uma derrota por 3 a 1. Com isso, a estratégia pôs o Gauchão a perder (o Inter perdeu pontos preciosos e nem passou da primeira fase, um dos maiores fiascos de sua história) e a Libertadores também, comprometendo a temporada inteira. Notem que, no segundo parágrafo do texto linkado, escrito há quase três anos, eu praticamente repito o teor deste texto que vocês estão lendo agora. Para não repetir aquele fracasso, o ideal seria colocar um time mais fraco nas duas primeiras rodadas e entrar com os titulares a partir da terceira ou, então, ir mesclando titulares e reservas em todos os jogos, para entrar no Gre-Nal com força máxima. Ao escalar um time desfigurado nas primeiras quatro rodadas, o Inter anuncia, nas entrelinhas, que a estreia do time principal em 2010 será no clássico. Entrará com um time que tem jogadores que não atuam a quase dois meses contra um Grêmio que já virá com quatro jogos na bagagem, o que pesa. É meio caminho para uma derrota ou, no mínimo, grandes dificuldades. Isso sem falar em praticamente abrir mão de jogar um possível clássico decisivo da Taça Fernando Carvalho no Beira-Rio, pois o rival fatalmente fará pontuação maior se a estratégia for essa, já que o plano no Olímpico é não poupar ninguém no começo do ano. Para quem disputa Libertadores, o ideal é tentar ganhar o turno do estadual, que não concorre com a competição continental em termos de datas. Foi o que o tricolor tentou fazer em 2009 - embora sem sucesso dentro de campo. Em suma, o Inter tem ainda cerca de um mês até a estreia no Gauchão para repensar esta estratégia fadada ao fracasso. Abdicando dos quatro primeiros jogos do estadual, estará dando ao rival o absoluto favoritismo em reconquistá-lo. E não garante maiores forças para a Libertadores, podendo, inclusive, conturbar o ambiente do clube. O próprio Grêmio deste ano que está acabando é prova disso. Em casa Muda a estreia colorada. Agora será em casa, dia 23/02, contra Emelec e Newell's. Mais chances de começar com vitória, ou seja, uma boa. Reencontros na Liga dos Campeões O que mais chama a atenção é José Mourinho enfrentando o Chelsea com sua Internazionale. Pelo time inglês, Mourinho enfrentou seu Porto em 2007, obtendo sucesso. Agora, os dois favoritos aos títulos nacionais na Itália e na Inglaterra se enfrentam em dois duelos que prometem ser fantásticos. Já Milan x Manchester United se encontrarão pela terceira vez em seis anos. Em 2005 e 2007, deu Milan. Os outros seis jogos, porém, não chamam tanto a atenção. Aposto em Barcelona, Bordeaux, Bayern München, Sevilla, Real Madrid e Porto contra, respectivamente, Stuttgart, Olympiakos, Fiorentina, CSKA Moscou, Lyon e Arsenal. E, para não ficar em cima do muro, nos dois jogaços sou mais os ingleses.

Comentários

Lourenço disse…
Essa história de poupar time é uma das mais difíceis, cada vez eu penso uma coisa, porque há bastantes exemplos dos dois lados. O próprio Inter separou dois times na pré-temporada em 2006, embora não tenha jogado quase nenhum jogo com time B mesmo, mas sim reservas. Em 2007, o exemplo é muito conhecido, mas tinha todo um contexto de soberba e de natural ressaca do título. O Grêmio de 2007 jogou tudo ao mesmo tempo e deu certo e chegou à final, mas quantos jogadores ficaram fora por lesão na reta final da Liber? E em 2009, que perdemos William Magrão contra o Avenida. Sem contar que em 1995 todo mundo lembra o Banguzinho como uma decisão acertada.

Eu disse tudo isso só porque o teu texto foi contrário ao que o Inter está fazendo. Se fosse favorável, acharia outros argumentos contra. Eu confesso que não cheguei a uma conclusão definitiva.
Nessas horas é bom chamar o Cléber Machado para responder hehe
Vicente Fonseca disse…
É uma questão pontual. Mas estrutural. Ou não.

hdshsdhsd
Lourenço disse…
Poxa, eu fiz uma tese aí e tu só responde ao Cléber? Rebate aí alguma coisa
ahuehua
Prestes disse…
É, eu também não tenho opinião formada.

Mas penso que o pior erro do Inter em 2007, foi depois atirar o planejamento pela janela e colocar os titulares no Gauchão na onda da imprensa.

Tinha q ir com reservas até onde está programado. O Inter resolveu cortar a preparação programada para os jogadores e colocá-los pro jogo e não deu certo.
Vicente Fonseca disse…
Hehe, responderei então.

Não acho errado poupar titulares em meio a uma competição menor, caso do Gauchão. Porém, COMEÇAR SÓ COM RESERVAS, sim, é um erro, por tudo que falei no texto. Na hora do bicho pegar, na Libertadores, poupe-se para não haver desgaste.

O caso do Willian Magrão foi uma fatalidade. Pode acontecer, claro, como aconteceu. Mas não botar pra jogar por medo de lesão não pode ser a regra. Outro caso gremista é o Lucas, lesionado naqueles 4 a 0 sobre o Caxias em 2007. Ficou fora de quase todo o mata-mata da Libertadores. Mas são exceções.

Aquele Grêmio de 2007, por sinal, chegou com a corda no pescoço em termos de lesões porque teve de correr atrás do prejuízo quase sempre, em Libertadores e até no Gauchão. No Brasileiro, poupou jogadores, mas pagou por vários jogos seguidos com a corda esticada (finais do estadual e mata-mata da Liber coincidiram).