Quem é quem no sub-20 do Grêmio
Para quem viu o time principal não chegar em nenhuma final em 2009, ganhar o bicampeonato brasileiro sub-20 no final do ano é um bom consolo para os gremistas. Entretanto, sabemos que as competições das divisões inferiores servem não apenas para ganhar títulos (apesar da reconhecida importância dada desde cedo para que a gurizada conviva com decisões e aprenda a ganhar competições), mas também para revelar bons jogadores ao time de cima.
Consegui assistir a quase todo o Gre-Nal da semifinal e à toda final de ontem, contra o Atlético-MG, na qual os gremistas venceram por 1 a 0, gol de Alex, e sagraram-se bicampeões no Estádio Passo d'Areia, além de alguns momentos esparsos de outras partidas. Do que vi, deixo minhas impressões a respeito de alguns dos campeões do Brasileiro sub-20 2009.
Busatto (goleiro, 19 anos): não tive boa impressão dele na Copa São Paulo do início do ano, mas fez agora um belíssimo campeonato. Seguro na maioria das intervenções (exceto algumas saídas de gol), mostrou-se pegador de pênaltis (entre quartas e semifinais foram quatro) e apareceu muito bem nos momentos decisivos, demonstrando frieza e capacidade de suportar pressão.
Spessato (lateral-direito, 18): lateral cumpridor, não me chamou tanto a atenção no apoio. Na marcação foi bem, raramente é envolvido. Tem uma batida de lateral fortíssima, talvez maior que a de Anderson Pico. Numa posição carente, ao menos não compromete. Mas ainda é pouco ousado para tamanha juventude.
Gerson (zagueiro, 17): capitão de todas as seleções de base porque já passou, completou 17 anos em outubro, mas já joga na última categoria antes do profissional. Além da evidente liderança, mostrou ótima velocidade e recuperação ao salvar um gol certo do Atlético-MG evitando o arremate do atacante no último momento, na corrida. Amadurecendo, pode chegar ao profissional em breve. Muito boa promessa.
Saimon (zagueiro, 18): integrou o grupo profissional no início do ano, mas teve poucas chances. No sub-20 é capitão e líder de uma defesa segura. Já mostrou suas credenciais como lateral improvisado no Gauchão deste ano. Como zagueiro, ganhou a maioria das divididas e mostrou boa velocidade, mas ainda parece carecer de físico para a posição (mede 1,83 e pesa 74 quilos). Demonstra boa técnica e sabedoria na hora de distribuir chutões.
Neuton (zagueiro, 19): zagueiro de pouca técnica, mas que simplifica. Apesar de ainda baixo para a posição no caso de subir ao profissional (1,82), se impõe no físico entre os mais jovens. Fez o gol decisivo na decisão de pênaltis do Gre-Nal semifinal.
Dener (lateral-esquerdo, 18): no site do Grêmio aparece como meio-campista, mas jogou de lateral. Foi um dos que obteve desempenho mais consistente. Lembra muito Roger, lendário nome da posição nos anos 90. Não apenas pela semelhança física, mas por ter muito boa capacidade de marcação e até sair para o apoio com segurança, fazendo boas tramas com os meias. Mostrou futebol para subir ao grupo principal, quem sabe ainda em 2010, dependendo dos desempenhos de Lúcio, Bruno Collaço e Fábio Santos.
Bruno Renan (volante, 18): negociado com o Villarreal na compra de Souza, foi reemprestado ao Grêmio por não ter maturidade de já ser aproveitado por lá, complementando sua formação em Porto Alegre. Mostrou neste Brasileirão as credenciais que chamaram a atenção dos espanhóis: marca bem e ataca com ainda mais qualidade. Tem ótima leitura de jogo, sabendo apressá-lo ou retardar seu ritmo quando convém, convertendo-se no maestro da meia-cancha. Fez grande jogada em tabelamento com Everaldo que quase resultou num golaço por cobertura. Pena que não ficará no tricolor, pois tem grande potencial.
Fernando (volante, 17): para quem é batedor de faltas e escanteios do time, demonstrou pouca qualidade técnica. Nas batidas laterais de infrações levantadas para a área foi bem, porém. Mais marcador que de saída. Ainda é jovem demais e tem muito o que aprender, apesar da personalidade com que joga, liderando um grupo de jogadores predominantemente mais velhos que ele.
Pessalli (meia, 19): sempre que o vi, foi bem. Reafirmou neste Brasileirão a qualidade que já notei na Copa São Paulo. Mostra qualidade no drible e na distribuição do jogo, inclusive assistências e conclusões. Não jogou as últimas partidas por estar lesionado.
Bergson (atacante, 18): é velocista e chuta razoavelmente bem a gol, mas peca pela improdutividade ainda. Entretanto, melhorando isso, pode ser bem útil. Foi o artilheiro do time nesta segunda conquista.
Alex (atacante, 18): fez o gol do título. Assim como Bergson, é baixinho e rápido, mas peca pela improdutividade. Não chuta tão bem a gol quanto o companheiro. Precisa aprender mais, e tem tempo para isso.
Fogaça (atacante, 18): por algum motivo que desconheço, não é o titular. Pareceu-me superior a Bergson e Alex. Verdade que entrou com o jogo de ontem já em andamento, mas é muito rápido e incisivo. Boa opção de segundo tempo, no mínimo.
Sobre o time, no conjunto, não me agradou tanto, apesar do título. Nenhum atacante é confiável, o que é um problema a quem recorre bastante à base para reforçar o elenco, caso tricolor. Todos os atacantes são baixos e velozes e não há nenhum jogador de referência, o que faz o time ciscar muito e chutar pouco a gol, além de perder quase todos os confrontos físicos com os zagueiros, à exceção quando alguém de trás sobe para apoiar o ataque. Entretanto, o sistema defensivo é bem sólido. As laterais são tão confiáveis em termos de marcação que uma constante que pude observar foram os adversários tentarem atacar sempre o Grêmio pelo meio, o que facilita deveras o trabalho de destruição. Para subir imediatamente ao profissional, parecem realmente prontos Saimon e, talvez, Dener. Busatto, Gerson e Pessalli devem ter suas chances em breve também. Não pude observar tanto Ricardo Maria, lesionado gravemente no Gre-Nal, mas é outro também bem falado. Bruno Renan é o melhor de todos, mas dificilmente subirá, por já pertencer ao Villarreal. O restante ainda precisa evoluir para ser aproveitado.
Leandro
Meira deve anunciar hoje a contratação do atacante. Muito bom reforço. Brigador, tem a cara do Grêmio. Ainda tem boa técnica e belas parcerias com centroavantes no currículo: Tuta, no Fluminense, e Aloísio, no São Paulo, cresceram ao seu lado.
Nei
Fez bom Brasileirão em 2008, mas nem tanto assim em 2009. Entretanto, vale a aposta do Inter. Não chega a ser uma solução definitiva para o problema do lugar, mas pode dar boa resposta. Melhor que Danilo Silva e Daniel, é o mínimo que os colorados esperam.
Antinotícia
A escolha de Messi como melhor do mundo era de uma obviedade tamanha que resumirei apenas em uma palavra minha opinião a respeito, por tudo o que aconteceu no ano: justa.
Busatto (goleiro, 19 anos): não tive boa impressão dele na Copa São Paulo do início do ano, mas fez agora um belíssimo campeonato. Seguro na maioria das intervenções (exceto algumas saídas de gol), mostrou-se pegador de pênaltis (entre quartas e semifinais foram quatro) e apareceu muito bem nos momentos decisivos, demonstrando frieza e capacidade de suportar pressão.
Spessato (lateral-direito, 18): lateral cumpridor, não me chamou tanto a atenção no apoio. Na marcação foi bem, raramente é envolvido. Tem uma batida de lateral fortíssima, talvez maior que a de Anderson Pico. Numa posição carente, ao menos não compromete. Mas ainda é pouco ousado para tamanha juventude.
Gerson (zagueiro, 17): capitão de todas as seleções de base porque já passou, completou 17 anos em outubro, mas já joga na última categoria antes do profissional. Além da evidente liderança, mostrou ótima velocidade e recuperação ao salvar um gol certo do Atlético-MG evitando o arremate do atacante no último momento, na corrida. Amadurecendo, pode chegar ao profissional em breve. Muito boa promessa.
Saimon (zagueiro, 18): integrou o grupo profissional no início do ano, mas teve poucas chances. No sub-20 é capitão e líder de uma defesa segura. Já mostrou suas credenciais como lateral improvisado no Gauchão deste ano. Como zagueiro, ganhou a maioria das divididas e mostrou boa velocidade, mas ainda parece carecer de físico para a posição (mede 1,83 e pesa 74 quilos). Demonstra boa técnica e sabedoria na hora de distribuir chutões.
Neuton (zagueiro, 19): zagueiro de pouca técnica, mas que simplifica. Apesar de ainda baixo para a posição no caso de subir ao profissional (1,82), se impõe no físico entre os mais jovens. Fez o gol decisivo na decisão de pênaltis do Gre-Nal semifinal.
Dener (lateral-esquerdo, 18): no site do Grêmio aparece como meio-campista, mas jogou de lateral. Foi um dos que obteve desempenho mais consistente. Lembra muito Roger, lendário nome da posição nos anos 90. Não apenas pela semelhança física, mas por ter muito boa capacidade de marcação e até sair para o apoio com segurança, fazendo boas tramas com os meias. Mostrou futebol para subir ao grupo principal, quem sabe ainda em 2010, dependendo dos desempenhos de Lúcio, Bruno Collaço e Fábio Santos.
Bruno Renan (volante, 18): negociado com o Villarreal na compra de Souza, foi reemprestado ao Grêmio por não ter maturidade de já ser aproveitado por lá, complementando sua formação em Porto Alegre. Mostrou neste Brasileirão as credenciais que chamaram a atenção dos espanhóis: marca bem e ataca com ainda mais qualidade. Tem ótima leitura de jogo, sabendo apressá-lo ou retardar seu ritmo quando convém, convertendo-se no maestro da meia-cancha. Fez grande jogada em tabelamento com Everaldo que quase resultou num golaço por cobertura. Pena que não ficará no tricolor, pois tem grande potencial.
Fernando (volante, 17): para quem é batedor de faltas e escanteios do time, demonstrou pouca qualidade técnica. Nas batidas laterais de infrações levantadas para a área foi bem, porém. Mais marcador que de saída. Ainda é jovem demais e tem muito o que aprender, apesar da personalidade com que joga, liderando um grupo de jogadores predominantemente mais velhos que ele.
Pessalli (meia, 19): sempre que o vi, foi bem. Reafirmou neste Brasileirão a qualidade que já notei na Copa São Paulo. Mostra qualidade no drible e na distribuição do jogo, inclusive assistências e conclusões. Não jogou as últimas partidas por estar lesionado.
Bergson (atacante, 18): é velocista e chuta razoavelmente bem a gol, mas peca pela improdutividade ainda. Entretanto, melhorando isso, pode ser bem útil. Foi o artilheiro do time nesta segunda conquista.
Alex (atacante, 18): fez o gol do título. Assim como Bergson, é baixinho e rápido, mas peca pela improdutividade. Não chuta tão bem a gol quanto o companheiro. Precisa aprender mais, e tem tempo para isso.
Fogaça (atacante, 18): por algum motivo que desconheço, não é o titular. Pareceu-me superior a Bergson e Alex. Verdade que entrou com o jogo de ontem já em andamento, mas é muito rápido e incisivo. Boa opção de segundo tempo, no mínimo.
Sobre o time, no conjunto, não me agradou tanto, apesar do título. Nenhum atacante é confiável, o que é um problema a quem recorre bastante à base para reforçar o elenco, caso tricolor. Todos os atacantes são baixos e velozes e não há nenhum jogador de referência, o que faz o time ciscar muito e chutar pouco a gol, além de perder quase todos os confrontos físicos com os zagueiros, à exceção quando alguém de trás sobe para apoiar o ataque. Entretanto, o sistema defensivo é bem sólido. As laterais são tão confiáveis em termos de marcação que uma constante que pude observar foram os adversários tentarem atacar sempre o Grêmio pelo meio, o que facilita deveras o trabalho de destruição. Para subir imediatamente ao profissional, parecem realmente prontos Saimon e, talvez, Dener. Busatto, Gerson e Pessalli devem ter suas chances em breve também. Não pude observar tanto Ricardo Maria, lesionado gravemente no Gre-Nal, mas é outro também bem falado. Bruno Renan é o melhor de todos, mas dificilmente subirá, por já pertencer ao Villarreal. O restante ainda precisa evoluir para ser aproveitado.
Leandro
Meira deve anunciar hoje a contratação do atacante. Muito bom reforço. Brigador, tem a cara do Grêmio. Ainda tem boa técnica e belas parcerias com centroavantes no currículo: Tuta, no Fluminense, e Aloísio, no São Paulo, cresceram ao seu lado.
Nei
Fez bom Brasileirão em 2008, mas nem tanto assim em 2009. Entretanto, vale a aposta do Inter. Não chega a ser uma solução definitiva para o problema do lugar, mas pode dar boa resposta. Melhor que Danilo Silva e Daniel, é o mínimo que os colorados esperam.
Antinotícia
A escolha de Messi como melhor do mundo era de uma obviedade tamanha que resumirei apenas em uma palavra minha opinião a respeito, por tudo o que aconteceu no ano: justa.
Comentários
De resto, Busatto ainda precisa me provar mais, porque tinha uma impressão ruim dele da Copa São Paulo mesmo.
Mas o Grêmio, por ter escalado o que tinha de melhor, deveria ter apresentado muito mais no campeonato.