Finalista e inteiro

A melhor notícia para o Estudiantes não é apenas estar garantido na final do Mundial Interclubes, mas sim chegar nela sem lesionados. Para quem se acostumou a ver o futebol asiático como ingênuo, o Pohang Steelers é uma quebra de paradigmas. Teve três jogadores expulsos no jogo de ontem porque o árbitro italiano Roberto Rosetti ficou certamente constrangido em encerrar a partida por força de um dos times ter menos de sete homens em campo. O placar engana. A vitória argentina foi tranquila em Abu Dhabi. O que não significa que não tenha havido problemas. Os platenses tiveram um péssimo final de primeiro tempo, após uma pressão inicial com direito a bola na trave e pixotadas do péssimo arqueiro Yong, que mudou o meu conceito de goleiro voador após ter cometido a falta que lhe expulsou de campo, aos 32 minutos do segundo tempo. O gol de falta de Benítez, último lance da etapa inicial, no qual Boselli participou da jogada mesmo sem ter tocado na bola - e em posição extremamente duvidosa - foi um presente a quem já via o jogo ficar embaraçosamente equilibrado. Entretanto, mesmo que o time de Alejandro Sabella não dominasse mais os coreanos, nunca chegou a sofrer com real perigo de gol dos adversários. Faltou no primeiro tempo maior movimentação a Perez e Benítez, maior desprendimento a Clemente Rodríguez. No segundo, além de tudo isto ter melhorado, Verón passou a reger o meio-campo sem tanta cerimônia. Além da mudança de cenário, o segundo gol de Benítez, aos 9, e a expulsão de Won, aos 11, facilitaram demais o andamento da partida para os argentinos. Portanto, apesar do placar apertado (regra dos times sul-americanos em semifinais de Mundial contra adversários inexpressivos) e do sofrimento de Sabella à beira do campo, o jogo só foi complicado de fato para o Estudiantes na segunda metade do primeiro tempo. Após domínio completo, o campeão sul-americano tirou o pé, viu mais uma expulsão coreana, sofreu um gol do brasileiro Denílson completamente impedido (e constrangido ao comemorar, provavelmente não acreditando que a arbitragem o validaria), viu a expulsão do goleiro, a ida de Denílson para a função de arqueiro e, então, tocou a bola contra os oito asiáticos, claramente poupando esforços para o duelo de sábado, contra Barcelona ou Atlante. Como todo vencedor de Libertadores, o Estudiantes jogou para o gasto e chegou à final. Ainda levaremos alguns anos para que estas fases preliminares realmente sejam desafios para europeus e sul-americanos, especialmente quando o adversário não vem do México. Sem Messi O Barcelona não terá Messi (no sábado ele deve atuar), como em 2006, mas mesmo assim é favorito para chegar à final do Mundial. O Atlante fez apenas a 9ª melhor campanha no último semestre mexicano. Entretanto, promete ser um bom teste para os catalães, especialmente se estes não caírem em deslumbramento com uma eventual goleada. 30 jogos A punição ao Coritiba é pesadíssima e inédita. De fato, teria de ser, pois há muito não víamos algo tão agressivo e absurdo num campo de futebol. Entretanto, duvido que o Coxa tenha de cumprir toda a pena. Certamente conseguirá diminuí-la em segunda instância. Pegando 10 jogos que seja, já será muito prejudicado dentro de campo, e se constituirá em algo inédito em termos de Brasil. A punição vale para Copa do Brasil e Série B. Com isso, o Grêmio, se pegar o Coritiba nas oitavas, não será no Couto Pereira. Negociações Léo e Maurício mais ou menos se equivalem tecnicamente. Trocar um por outro, em troca de um abatimento da dívida com o Palmeiras é um bom negócio para o Grêmio, mesmo que Léo valha mais hoje. E Ferdinando, do Avaí, parece que virá mesmo. O tricolor ganhará um bom reserva e cobrador de faltas de batida forte. Hexa O Brasil é o campeão da Copa de Enquetes do Carta na Manga, vencendo a Itália na final com 93% dos votos. Título indiscutível, que mostra a impressionante confiança de nossos leitores no time de Dunga. Na decisão do 3º lugar, a Inglaterra ganhou da Argentina, com 57% das apostas. Foto: Verón comemora gol na vitória que leva o Estudiantes à final do Mundial Interclubes (Bernat Armangue/AP).