48 meses depois
Como explicar que um jogador que não vence nenhum grande título em quatro anos sai com três quartos de aprovação por parte da torcida? No caso de Tcheco, há vários argumentos que explicam.
Tcheco foi um líder de grupo. Pode-se contestar o fato de ser o capitão do time há tanto tempo, afinal, tem temperamento explosivo. Mas nas poucas vezes em que foi para a reserva, nunca reclamou. Não cria intrigas, recepciona e deixa os mais jovens à vontade quando sobem ao profissional.
Tcheco foi também um líder técnico. Seus passes precisos, sua bola parada de altíssimo nível, seus gols e suas assistências fizeram dele uma referência dentro de campo para os colegas e para os torcedores, que sempre cobraram dele porque sabiam que dali poderia sair alguma coisa positiva.
Tcheco é um gremista. Identificadíssimo com o clube, é um caso raro de jogador que permanece por muito tempo num clube. Nos quatro meses iniciais de 2008, quando esteve no Oriente Médio, retornou ao Olímpico ganhando menos que lá, por saudades de casa e pelo amor ao clube com o qual tanto se identificou.
Tcheco soube ser ídolo. É um cidadão: atende a todos os fãs atenciosamente, posiciona-se sempre nas entrevistas, fala com a responsabilidade de quem é líder e ciente de seu papel como profissional e na sociedade.
Luiz Onofre Meira e o próprio Tcheco anunciaram há pouco o fim desta história de quase quatro anos. Não foi por dinheiro, como se chegou a anunciar, mas pelo entendimento mútuo de que o ciclo precisava ser encerrado. Tcheco termina, em dezembro de 2009, uma passagem com dois títulos gaúchos, um vice da Libertadores e um vice Brasileiro. Sincero, se diz frustrado por não ter conseguido taças mais relevantes. Esteve perto duas vezes, mas não atingiu os objetivos. Queria entrar na história do clube por isso.
Mas Tcheco está, sim, na história do Grêmio. Talvez entre nela mais ou menos como Iúra, um nome que ficou marcado por jogar no clube numa fase de poucas conquistas, mas que ainda assim tem valor inestimável de serviços prestados. Tcheco foi o principal nome de uma fase de recuperação da auto-estima do clube. Fez um 2006 marcado por grandes atuações entremeadas de lesões longas. Em 2007, teve um primeiro semestre espetacular e um segundo muito abaixo, com expulsões e um Brasileirão decepcionante. Em 2008, chegou para jogar ao lado de Roger, como um coadjuvante. Com a saída do meia para o Catar, assumiu as rédeas da criação no meio, não deixando a torcida com saudades do craque. Ganhou prêmios importantes por seu excelente campeonato. Neste ano, em prol do time, atuou improvisado como volante por vários meses no time de Celso Roth, mesmo sem tanto fôlego, aos 33 anos. Foi sua temporada de pior desempenho, mesmo quando voltou a atuar mais adiantado.
Não tenho posição definida sobre ser a favor ou contra a permanência dele para 2010. O certo é que o Grêmio precisaria buscar outros nomes para não depender tanto de Tcheco, que já não é o mesmo de seus melhores tempos. Ou ele ficaria com um papel menos preponderante, ou sairia. Optou-se pela segunda alternativa. Será difícil achar um jogador com suas características, que crie e ajude a marcação como ele faz, mas nada que não seja resolvível. Tcheco é um grande jogador, mas não um fora de série insubstituível. Talvez esteja chegando a hora de jovens como Douglas Costa e Maylson assumirem papel mais importante.
Nestes quatro anos, o camisa 10 cometeu seus deslizes, teve momentos de alternância de qualidade de atuações. Mas a aprovação em todas as enquetes e o aplauso dos torcedores a cada jogo no Estádio Olímpico são os claros sinais de que, apesar da falta de grandes títulos, ele sai por cima, de bem com os gremistas, com o dever cumprido. Um jogador que personificou, para alguns, a culpa por uma era sem taças relevantes. Tcheco deixa o Olímpico injustamente culpado por uma minoria por conta disso. Afinal, ele sempre foi muito mais solução do que problema nestes últimos 48 meses. E não é preciso pensar muito para se chegar a esta conclusão: comandou o time com grandes jogos e gols importantes na arrancada esplêndida do Brasileiro de 2006, marcou gol importantíssimo nos históricos 4 a 0 sobre o Caxias, fez o primeiro gol em três partidas fundamentais do mata-mata na Libertadores de 2007, marcou gols em três das cinco últimas partidas do Brasileirão de 2008. Se isso é cartel para merecer rótulo de "amarelão", imaginem o que sobra para tantos outros. Tcheco errou muitas vezes, mas seu currículo tem mais aspectos positivos que negativos. Com sobras.
Que faltou o grande título é óbvio. Mas o Grêmio finaliza 2009 bem melhor do que quando começava 2006. E nesta notória diferença de realidade, há o dedo decisivo de muita gente. Tcheco está entre os principais responsáveis.
Tcheco foi um líder de grupo. Pode-se contestar o fato de ser o capitão do time há tanto tempo, afinal, tem temperamento explosivo. Mas nas poucas vezes em que foi para a reserva, nunca reclamou. Não cria intrigas, recepciona e deixa os mais jovens à vontade quando sobem ao profissional.
Tcheco foi também um líder técnico. Seus passes precisos, sua bola parada de altíssimo nível, seus gols e suas assistências fizeram dele uma referência dentro de campo para os colegas e para os torcedores, que sempre cobraram dele porque sabiam que dali poderia sair alguma coisa positiva.
Tcheco é um gremista. Identificadíssimo com o clube, é um caso raro de jogador que permanece por muito tempo num clube. Nos quatro meses iniciais de 2008, quando esteve no Oriente Médio, retornou ao Olímpico ganhando menos que lá, por saudades de casa e pelo amor ao clube com o qual tanto se identificou.
Tcheco soube ser ídolo. É um cidadão: atende a todos os fãs atenciosamente, posiciona-se sempre nas entrevistas, fala com a responsabilidade de quem é líder e ciente de seu papel como profissional e na sociedade.
Luiz Onofre Meira e o próprio Tcheco anunciaram há pouco o fim desta história de quase quatro anos. Não foi por dinheiro, como se chegou a anunciar, mas pelo entendimento mútuo de que o ciclo precisava ser encerrado. Tcheco termina, em dezembro de 2009, uma passagem com dois títulos gaúchos, um vice da Libertadores e um vice Brasileiro. Sincero, se diz frustrado por não ter conseguido taças mais relevantes. Esteve perto duas vezes, mas não atingiu os objetivos. Queria entrar na história do clube por isso.
Mas Tcheco está, sim, na história do Grêmio. Talvez entre nela mais ou menos como Iúra, um nome que ficou marcado por jogar no clube numa fase de poucas conquistas, mas que ainda assim tem valor inestimável de serviços prestados. Tcheco foi o principal nome de uma fase de recuperação da auto-estima do clube. Fez um 2006 marcado por grandes atuações entremeadas de lesões longas. Em 2007, teve um primeiro semestre espetacular e um segundo muito abaixo, com expulsões e um Brasileirão decepcionante. Em 2008, chegou para jogar ao lado de Roger, como um coadjuvante. Com a saída do meia para o Catar, assumiu as rédeas da criação no meio, não deixando a torcida com saudades do craque. Ganhou prêmios importantes por seu excelente campeonato. Neste ano, em prol do time, atuou improvisado como volante por vários meses no time de Celso Roth, mesmo sem tanto fôlego, aos 33 anos. Foi sua temporada de pior desempenho, mesmo quando voltou a atuar mais adiantado.
Não tenho posição definida sobre ser a favor ou contra a permanência dele para 2010. O certo é que o Grêmio precisaria buscar outros nomes para não depender tanto de Tcheco, que já não é o mesmo de seus melhores tempos. Ou ele ficaria com um papel menos preponderante, ou sairia. Optou-se pela segunda alternativa. Será difícil achar um jogador com suas características, que crie e ajude a marcação como ele faz, mas nada que não seja resolvível. Tcheco é um grande jogador, mas não um fora de série insubstituível. Talvez esteja chegando a hora de jovens como Douglas Costa e Maylson assumirem papel mais importante.
Nestes quatro anos, o camisa 10 cometeu seus deslizes, teve momentos de alternância de qualidade de atuações. Mas a aprovação em todas as enquetes e o aplauso dos torcedores a cada jogo no Estádio Olímpico são os claros sinais de que, apesar da falta de grandes títulos, ele sai por cima, de bem com os gremistas, com o dever cumprido. Um jogador que personificou, para alguns, a culpa por uma era sem taças relevantes. Tcheco deixa o Olímpico injustamente culpado por uma minoria por conta disso. Afinal, ele sempre foi muito mais solução do que problema nestes últimos 48 meses. E não é preciso pensar muito para se chegar a esta conclusão: comandou o time com grandes jogos e gols importantes na arrancada esplêndida do Brasileiro de 2006, marcou gol importantíssimo nos históricos 4 a 0 sobre o Caxias, fez o primeiro gol em três partidas fundamentais do mata-mata na Libertadores de 2007, marcou gols em três das cinco últimas partidas do Brasileirão de 2008. Se isso é cartel para merecer rótulo de "amarelão", imaginem o que sobra para tantos outros. Tcheco errou muitas vezes, mas seu currículo tem mais aspectos positivos que negativos. Com sobras.
Que faltou o grande título é óbvio. Mas o Grêmio finaliza 2009 bem melhor do que quando começava 2006. E nesta notória diferença de realidade, há o dedo decisivo de muita gente. Tcheco está entre os principais responsáveis.
Comentários
Sobre quem reclama de Tcheco, penso que a questão deveria ser o contrário. Os gremistas o vêem como alguém sem títulos, mas Tcheco também poderia reclamar (e sair) por o Grêmio não ganhar títulos há 8 anos. Quantos jogadores passaram de lá até aqui? Foram todos perdedores?
Sinto muito, por ele, que tenham o escolhido como símbolo desta década perdida.
Acrescentaria só uma coisa: as cobranças exageradas de alguns tem outro motivo também. Jogadores de meio-campo lentos costumam ser perseguidos, vide Danilo, do SP, que mesmo sendo mais vitorioso que Tcheco tinha lá seus perseguidores, e o próprio Riquelme, que é gênio.
2005 - Marcel
2006 - Ramon
2007 - Tuta
2008 e inicio de 2009 - Roth
restante de 2009 - Tcheco.
Tua frase no twitter foi muito feliz. Agora o Grêmio ganhará todos os jogos de goleada.
A escalação do Roth contra o Juventude, ano passado, e no segundo grenal deste ano, foram criminosas.
Marcel e Ramon eram os piores de seus times, mas se esforçavam e cumpriram os seus papéis.
Tcheco, pra sempre na história! Profissional exemplar sempre defendeu as cores Tricolores com força e honra. Deixará saudades (inclusive naqueles que o criticavam).
Hoje os abutres sorriem.
Foi em 2003, primeiro campeonato de pontos corridos. O Coxa foi o primeiro grande clube em que ele jogou.
E era assim mesmo. Armava bem, boa qualidade de passe e também fazia gol. Por coincidência, o atacante goleador era Marcel.
Aquele foi o último time decente que o Coritiba montou. Passou o ano todo disputando a 2ª colocação com o Santos (o Cruzeiro esteve sempre muito na frente).
A umas 10 rodadas do fim do campeonato ele foi para o Oriente Médio. O Coritiba descambou, e acabou em 5° lugar. Pegando ainda com uma vaga da Libertadores.
de minha parte, acho q qq um q viesse pro meio campo armador/ ofensivo teria q jogar na sombra dele. e seria dificil, assim, que alguem se afirmasse sem ter a cobrança de ser COMO O TCHECO. a cobrança vai haver, mas talvez nao o desgaste do profissional.
VENCEREMOS!
proximo passo, despachar o rochemback.
pq garotos como maylson, por exemplo, não foram condicionados como substitutos de tcheco, entrando no lugar dele em todas substituições por lesão, por cartão, etc?
a não ser que exista uma contratação arriscada, o que duvido muito, ou uma idéia de time diferente, o que tb duvido, já que não existe treinador, acho uma grandissíssima cagada não ter se preparado para este momento.
maldito inconsciente.
Mas sinceramente, creio que a substituição do jogador Tcheco não é algo tão difícil de ocorrer, ele não fez um bom ano e já deixava a desejar. Agora, o líder Tcheco, o cidadão, esse fará falta. Mesmo que em mtos momentos ele tenha se estourado e assim prejudicado o grupo, era um cara de mta capacidade de mobilização dentro do vestiário e fará mta falta nesse aspecto. O Grêmio tem que buscar alguém com esse perfil pra contratar, pq não é o Victor, não é o Souza, tb não é o Réver.
Já fui contestado, mas acho que um ataque com Borges e Maxi López seria possível. O tempo dirá (ou não).
não só possível, como um ataque acima da média, na minha opinião.
e pessoal reclama q pegaram o tcheco pra cristo, qdo, inversamente, fazem o mesmo. nem ocho nem ochenta: o fato é q faz tempo q ele não joga, não QUALIFICA o grêmio. ponto.