A volta do Catarina
O Avaí é o furacão do Campeonato Brasileiro. Depois de penar por 10 rodadas entre a lanterna e a zona do rebaixamento, a equipe de Florianópolis decidiu apostar no bom trabalho de Silas, que deu ao clube a volta à Série A após três décadas de hiato e um título catarinense no começo de maio. O resultado veio com o tempo, mas ninguém poderia imaginar que chegaria tão longe: hoje, o time da Ressacada é quarto colocado, 34 pontos. Deve perder o lugar para o Internacional quando este cumprir os jogos que tem atrasados, mas mesmo assim está à frente de clubes tradicionais e muito mais badalados no cenário do futebol brasileiro.
O Flamengo (14º, 27), vítima de ontem, nem foi páreo. Com uma gurizada em campo, Andrade pouco pode fazer para evitar o 3 a 0 aplicado naturalmente, numa Ressacada repleta por cerca de 16 mil pessoas. O Avaí repete a receita de Figueirense e Juventude: faz um time barato mas organizado, apostando nisso para permanecer entre os grandes por muito tempo. E, como esses dois exemplos, reabilita jogadores que pareciam fadados ao ostracismo depois de breves passagens por clubes de maior porte: Eduardo Martini, Muriqui, Marquinhos e Fabinho Capixaba são só quatro dos muitos exemplos.
É difícil tentar imaginar onde este time pode parar: se já são 11 jogos sem derrota, convém lembrar que o elenco não é numeroso, e é complicado prever como reagirá a um ou dois eventuais fracassos. Mas o discurso externo de fugir do rebaixamento já é isso mesmo, só externo. Neste ritmo, dificilmente os catarinenses pegam algo menor que uma vaga à Sul-Americana do ano que vem. Para os dois lanternas, Fluminense e Sport, já são impensáveis 18 pontos de diferença, e 13 para a zona de risco.
Goiânia: o Goiás (2º, 38) segue sua caminhada firme no campeonato sem, contudo, empolgar sua torcida. Ontem, apenas 12 mil pessoas viram a estreia de Fernandão e a vitória sobre o Santos (11º, 28) por 2 a 1, que poderia ter sido maior não fossem grandes defesas do arqueiro Felipe. O quarteto de frente Léo Lima, Felipe, Iarley e Fernandão, quem sabe, comece a entusiasmar mais os esmeraldinos, que batem pé na zona da Libertadores.
Curitiba: com a Arena Baixada (23 mil) ampliada, e a parte do outro lado que não o das cabinas fechada, o Atlético-PR (13º, 27) inaugurou orgulhoso seu fechamento de estádio com uma bela vitória de 1 a 0 sobre o poderoso São Paulo (3º, 36). Vai crescendo o rubro-negro curitibano, e breca a então irresistível fase da equipe de Ricardo Gomes, que marca passo, perde a vice-liderança para o Goiás e deixa o rival Palmeiras disparar quatro pontos.
São Paulo: dois times enfraquecidos fizeram grande jogo no Pacaembu (18 mil). Foi a partida mais polêmica da rodada, devido à péssima arbitragem de Arílson Bispo de Anunciação, que validou gol de mão de André Lima, deu pênalti duvidoso em Jorge Henrique e quase voltou a cobrança que resultou no gol porque o goleiro se adiantara. No final, o 3 a 3 para Corinthians (7º, 32) e Botafogo (18º, 21) ficou de bom tamanho, diz quem viu o jogo.
Rio de Janeiro: Renato nem encontra mais explicações convincentes para os fracassos do Fluminense (20º, 16). Num Maracanã constrangedoramente vazio (9 mil), seu time quase perdeu para a volúpia do Barueri (8º, 32). O 0 a 0 foi quase um lucro, não fosse a posição desesperadora do tricolor carioca na tabela.
Recife: jogo do sábado, que marcou o reencontro do Sport (19º, 16) com os bons resultados, 11 jogos depois. O Vitória (10º, 28) era a chance perfeita mesmo de recuperação: desce ladeira abaixo, está em posição confortável ainda, sem alardes, alarmes e necessidades maiores. Quem sabe se ensaia a recuperação do Leão de Recife no campeonato, que parece mais próxima, neste momento, que a do Flu, colega de lanterna. 17 mil na Ilha do Retiro.
Belo Horizonte: foram dois gols relâmpagos. O de Wellington Paulista, aos 14 segundos, e o de Gilmar, de pênalti, empatando, aos cinco minutos. Ao longo do jogo, o Cruzeiro (12º, 27) impôs sua maior qualidade e enfiou 4 a 2 no Náutico (17º, 21), demonstrando que está recuperado do trauma de perder a Libertadores. Mas ainda terá de suar muito sangue para retornar à Copa. 15 mil viram o jogo no Mineirão.
Santo André: gol chorado para o Santo André (15º, 24), marcado por Nunes, garantiu a vitória do time da casa sobre o Coritiba (16º, 22), 1 a 0, em duelo direto pela zona de baixo da tabela. Apenas 1.245 pagantes assistiram ao jogo, comprovando que o ABC Paulista é um fracasso de público seja com qual time for.
Notas
- Com o gol de Gilmar, o Campeonato Brasileiro passa a ter quatro artilheiros. Além dele, Adriano, Val Baiano e Marcelinho Paraíba já marcaram 10 gols. Jonas fez 8 e Alecsandro e Maxi López fizeram 7, mostrando que a Dupla Gre-Nal está nessa briga.
- Média de público da rodada ficou em 15,5 mil torcedores por jogo. No campeonato, bate na casa dos 16 mil. Atlético-MG segue com a melhor média, 39,8 mil. Inter é o sexto, com 16,8 mil, e Grêmio o terceiro, com 23,4 mil.
- Na Série B, o Vasco fez dupla festa: assumiu a liderança com os 4 a 0 sobre o Ipatinga e comemorou seus 111 anos, diante de 79.636 torcedores. É o maior público em todas as divisões do Brasileirão em 2009. O Juventude, mesmo com a bela goleada de 4 a 1 sobre o Guarani, segue em 18º lugar.
O Flamengo (14º, 27), vítima de ontem, nem foi páreo. Com uma gurizada em campo, Andrade pouco pode fazer para evitar o 3 a 0 aplicado naturalmente, numa Ressacada repleta por cerca de 16 mil pessoas. O Avaí repete a receita de Figueirense e Juventude: faz um time barato mas organizado, apostando nisso para permanecer entre os grandes por muito tempo. E, como esses dois exemplos, reabilita jogadores que pareciam fadados ao ostracismo depois de breves passagens por clubes de maior porte: Eduardo Martini, Muriqui, Marquinhos e Fabinho Capixaba são só quatro dos muitos exemplos.
É difícil tentar imaginar onde este time pode parar: se já são 11 jogos sem derrota, convém lembrar que o elenco não é numeroso, e é complicado prever como reagirá a um ou dois eventuais fracassos. Mas o discurso externo de fugir do rebaixamento já é isso mesmo, só externo. Neste ritmo, dificilmente os catarinenses pegam algo menor que uma vaga à Sul-Americana do ano que vem. Para os dois lanternas, Fluminense e Sport, já são impensáveis 18 pontos de diferença, e 13 para a zona de risco.
Goiânia: o Goiás (2º, 38) segue sua caminhada firme no campeonato sem, contudo, empolgar sua torcida. Ontem, apenas 12 mil pessoas viram a estreia de Fernandão e a vitória sobre o Santos (11º, 28) por 2 a 1, que poderia ter sido maior não fossem grandes defesas do arqueiro Felipe. O quarteto de frente Léo Lima, Felipe, Iarley e Fernandão, quem sabe, comece a entusiasmar mais os esmeraldinos, que batem pé na zona da Libertadores.
Curitiba: com a Arena Baixada (23 mil) ampliada, e a parte do outro lado que não o das cabinas fechada, o Atlético-PR (13º, 27) inaugurou orgulhoso seu fechamento de estádio com uma bela vitória de 1 a 0 sobre o poderoso São Paulo (3º, 36). Vai crescendo o rubro-negro curitibano, e breca a então irresistível fase da equipe de Ricardo Gomes, que marca passo, perde a vice-liderança para o Goiás e deixa o rival Palmeiras disparar quatro pontos.
São Paulo: dois times enfraquecidos fizeram grande jogo no Pacaembu (18 mil). Foi a partida mais polêmica da rodada, devido à péssima arbitragem de Arílson Bispo de Anunciação, que validou gol de mão de André Lima, deu pênalti duvidoso em Jorge Henrique e quase voltou a cobrança que resultou no gol porque o goleiro se adiantara. No final, o 3 a 3 para Corinthians (7º, 32) e Botafogo (18º, 21) ficou de bom tamanho, diz quem viu o jogo.
Rio de Janeiro: Renato nem encontra mais explicações convincentes para os fracassos do Fluminense (20º, 16). Num Maracanã constrangedoramente vazio (9 mil), seu time quase perdeu para a volúpia do Barueri (8º, 32). O 0 a 0 foi quase um lucro, não fosse a posição desesperadora do tricolor carioca na tabela.
Recife: jogo do sábado, que marcou o reencontro do Sport (19º, 16) com os bons resultados, 11 jogos depois. O Vitória (10º, 28) era a chance perfeita mesmo de recuperação: desce ladeira abaixo, está em posição confortável ainda, sem alardes, alarmes e necessidades maiores. Quem sabe se ensaia a recuperação do Leão de Recife no campeonato, que parece mais próxima, neste momento, que a do Flu, colega de lanterna. 17 mil na Ilha do Retiro.
Belo Horizonte: foram dois gols relâmpagos. O de Wellington Paulista, aos 14 segundos, e o de Gilmar, de pênalti, empatando, aos cinco minutos. Ao longo do jogo, o Cruzeiro (12º, 27) impôs sua maior qualidade e enfiou 4 a 2 no Náutico (17º, 21), demonstrando que está recuperado do trauma de perder a Libertadores. Mas ainda terá de suar muito sangue para retornar à Copa. 15 mil viram o jogo no Mineirão.
Santo André: gol chorado para o Santo André (15º, 24), marcado por Nunes, garantiu a vitória do time da casa sobre o Coritiba (16º, 22), 1 a 0, em duelo direto pela zona de baixo da tabela. Apenas 1.245 pagantes assistiram ao jogo, comprovando que o ABC Paulista é um fracasso de público seja com qual time for.
Notas
- Com o gol de Gilmar, o Campeonato Brasileiro passa a ter quatro artilheiros. Além dele, Adriano, Val Baiano e Marcelinho Paraíba já marcaram 10 gols. Jonas fez 8 e Alecsandro e Maxi López fizeram 7, mostrando que a Dupla Gre-Nal está nessa briga.
- Média de público da rodada ficou em 15,5 mil torcedores por jogo. No campeonato, bate na casa dos 16 mil. Atlético-MG segue com a melhor média, 39,8 mil. Inter é o sexto, com 16,8 mil, e Grêmio o terceiro, com 23,4 mil.
- Na Série B, o Vasco fez dupla festa: assumiu a liderança com os 4 a 0 sobre o Ipatinga e comemorou seus 111 anos, diante de 79.636 torcedores. É o maior público em todas as divisões do Brasileirão em 2009. O Juventude, mesmo com a bela goleada de 4 a 1 sobre o Guarani, segue em 18º lugar.
- Zequinha eliminado da Série D. Lástima.
Foto: jogadores do Avaí comemoram a goleada sobre o Flamengo (Agência Estado).
Comentários
Um exemplo: Avaí.
Vi alguns jogos do Avaí e gostei mto do que vi. De fato, um time com jogadores modestos, mas mto bem posicionados em campo e que conseguem render no seu limite, o que é mérito do treinador. Fica a pergunta: até qdo eles irão conseguir render e jogar nesse ritmo com lesões e suspensões. Mas eu os coloco na luta pela libertadores, até que me provem o contrário.