Volantes

Foi uma quinta onde o noticiário do futebol gaúcho foi dominado por dois volantes. Primeiro, a confirmação da convocação de Sandro para a seleção brasileira no lugar de Josué para os jogos contra Argentina e Chile, pelas Eliminatórias - os mais difíceis e importantes, diga-se, onde o time canarinho confirmará sua vaga à África do Sul oficialmente. Depois, o quase acerto do Grêmio com o ex-colorado Fábio Rochemback, jogador que há tempos o tricolor insiste em trazer e esbarra na questão financeira.

Sandro vem demonstrando suas inegáveis qualidades nesta temporada. Talvez a sondagem do Tottenham tenha exposto ainda mais elas a Dunga, mas o técnico da seleção acompanha os times gaúchos e sabe quem está trazendo. Pensa no futuro também. Foi capitão de seleção na base, tem futuro, será chamado outras vezes se mantiver o nível. Não será titular agora, como não foram Lucas e Pato, por exemplo, mas tem ferramenta para se afirmar no longo prazo. Josué talvez esteja perdendo seu espaço. Não é jogador para a seleção, embora seja excelente nos clubes por onde passa e nunca tenha comprometido (mas também agregado) com a amarelinha.

Já as tratativas do Grêmio com Fábio Rochemback surgiram aos nossos olhos do nada e já parecem no mesmo pé das de Leandro. Jogador acertado com o tricolor, mas faltam detalhes para obter a liberação. Detalhes que fazem toda a diferença, e há apenas três dias para serem resolvidos - até segunda, 31.

Dentro de campo, não há muito o que discutir. A qualidade do provável novo contratado o impõe na segunda função, Adílson será recuado à primeira. Túlio sairá do time, virará um bom reserva. Com os novos reforços, o Grêmio melhora de agosto para a frente, algo raro de acontecer. Alinhará provavelmente com Victor, Mário Fernandes, Léo, Réver e Lúcio; Adílson, Rochemback, Tcheco e Souza; Leandro e Maxi López. Muito bom time. No banco, opções como Rafael Marques, Túlio, Douglas Costa, Herrera, Jonas e Perea. Aliás, das muitas coisas que os gremistas reclamam da gestão Duda Kroeff não pode estar incluída a ambição do futebol: trouxe bom técnico e procura reforços para os lugares onde o time precisa, sem fazer extravagâncias e quase sempre com negociações vantajosas para o clube. Resultados ainda não vieram, porém, e isto ainda pesa, mas talvez seja questão de tempo que apareçam.

Brasileirão
Botafogo e Cruzeiro ficaram num 1 a 1 complicado para as pretensões de ambos. Aliás, a escalação cruzeirense contou com apenas cinco titulares do time vice-campeão da América, menos da metade da equipe. Não parece ter condições de participar pelo terceiro ano consecutivo da maior competição continental, a não ser que Adílson faça trabalho realmente espetacular e Guerrón desande a entortar adversários.