Para espantar as velhas sombras
A bola já rolava e a torcida vermelha ainda ovacionava os verdes Iarley e Fernandão. Mas o tempo é implacável, e novos ídolos precisam surgir. Marquinhos ofuscou os coroas logo aos cinco minutos de partida com um golaço. Recebeu passe de Giuliano, tirou um defensor da jogada com um toque de letra e deu uma cavadinha por cima de Harlei.
Era o começo de uma grande atuação do Internacional. O jovem atacante mostrou ainda na partida esperteza, bom drible, boa retenção de bola e visão de jogo – especialmente no passe que encontrou Guiñazu livre para fazer o segundo gol colorado, aos 15 do primeiro tempo. Auspicioso, diriam os indianos da novela.
A escalação do guri no ataque colorado não foi a única surpresa armada por Tite. O esquema de 3-5-2 sem a bola foi escolhido para tentar corrigir os problemas da defesa e suprir a falta de um quarto homem no meio, já que Sandro, Andrézinho e Dalessandro estavam ausentes.
Com a bola o esquema era ainda mais inusitado. O time jogava num 4-4-2 com Magrão e Bolívar na zaga. Fabiano Eller, de ótima reestreia, abria pela lateral-esquerda e Danilo pela direita.
No meio-campo, talvez o pulo-do-gato que deixou a defesa do Goiás totalmente confusa: Índio e Kleber tinham liberdade total e se mexiam do campo de defesa até a área adversária. Guiñazu jogava à frente da defesa, mas também se infiltrava no ataque, tabelando com Giuliano e Marquinhos.
Este último jogou mais centralizado. Edu completou o ataque aberto pela esquerda. Sempre que pegou na bola mostrou inteligência e boa técnica, mas claramente teve a estreia apressada pelos desfalques da equipe. Pareceu-me até um pouco acima do peso.
Apenas Magrão e Bolívar ficavam mais fixos à defesa. Foi uma primeira etapa extremamente ofensiva do Internacional. É bem verdade que a expulsão de Fernandão, aos 13 minutos, facilitou as coisas. Fica difícil saber se a defesa, que vinha sendo o maior problema do Inter, iria se acertar no onze contra onze. O Goiás, valente, tentou atacar até o fim do primeiro tempo, e os colorados iam desperdiçando um contra-ataque após o outro.
Hélio dos Anjos deixou o time mais postado para a segunda etapa. Mesmo assim, o Inter continuou jogando como quis. Giuliano, que jogou muito, fez por merecer o terceiro gol. Kleber coroou sua melhor atuação com a camisa do Internacional com um golaço por cobertura.
O lateral jogou demais. Fazia os companheiros jogar com passes e inversões exuberantes, de pé esquerdo e de pé direito. Chegava à frente com facilidade tendo obrigado Harlei a duas excepcionais defesa em dois chutaços, antes de marcar o merecido golaço.
Tite agora talvez até pense em repetir o esquema bem-sucedido nas próximas partidas, embora seja importante salientar novamente que a expulsão muito de Fernandão ocorreu muito cedo para que possa ser feita uma avaliação mais apurada.
Os bons retornos de Índio e Magrão, e as duas novas opções de ataque, Edu e Marquinhos, são um bom problema para o treinador do Inter. E estes dois últimos, um problemaço para Taison.
- Confesso que não cheguei a uma conclusão sobre a expulsão de Fernandão. Às vezes olho o lance e acho violento, às vezes me parece que um amarelo ficaria de bom tamanho. Mas o capitão, que bancou o ‘jogador maduro’ no imbróglio recente, demonstrou não estar tão seguro de si como quer transparecer.
- Lamentável a torcida colorada ovacionar os ex-colorados já com bola rolando. Dava até impressão de que um gol do Goiás seria comemorado.
Campeonato Brasileiro 2009 - 22ª rodada
30/agosto/2009
INTERNACIONAL 4 x GOIÁS 0
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Público: 30.198
Renda: R$ 470.020,00
Gols: Marquinhos 5 e Guiñazu 15 do 1º; Giuliano 6 e Kleber 34 do 2º
Cartão amarelo: Fabiano Eller, Magrão, Glaydson,
Expulsão: Fernandão 13 do 1º
INTERNACIONAL: Lauro (6), Índio (6,5) (Danny Morais, 30 do 2º - 6), Bolívar (6) e Fabiano Eller (6,5); Danilo Silva (6), Guiñazu (6,5), Magrão (6,5) (Glaydson, 37 do 2º. – 5), Giuliano (7,5) e Kleber (8,5); Edu (6) (Bolaños, 13 do 2º - 6,5) e Marquinhos (7). Técnico: Tite (7)
GOIÁS: Harlei (5), Ernando (4), Leandro Euzébio (3,5) e Valmir Lucas (4); Vitor (4,5), Ramalho (4), Léo Lima (5) (Everton, 20 do 1º - 5,5), Fernandão (2) e Júlio César (5,5); Iarley (5,5) (Fernando, 13 do 2º - 5,5) e Felipe (5) (Bruno Meneghel, 30 do 2º - sem nota). Técnico: Hélio dos Anjos (4,5)
Era o começo de uma grande atuação do Internacional. O jovem atacante mostrou ainda na partida esperteza, bom drible, boa retenção de bola e visão de jogo – especialmente no passe que encontrou Guiñazu livre para fazer o segundo gol colorado, aos 15 do primeiro tempo. Auspicioso, diriam os indianos da novela.
A escalação do guri no ataque colorado não foi a única surpresa armada por Tite. O esquema de 3-5-2 sem a bola foi escolhido para tentar corrigir os problemas da defesa e suprir a falta de um quarto homem no meio, já que Sandro, Andrézinho e Dalessandro estavam ausentes.
Com a bola o esquema era ainda mais inusitado. O time jogava num 4-4-2 com Magrão e Bolívar na zaga. Fabiano Eller, de ótima reestreia, abria pela lateral-esquerda e Danilo pela direita.
No meio-campo, talvez o pulo-do-gato que deixou a defesa do Goiás totalmente confusa: Índio e Kleber tinham liberdade total e se mexiam do campo de defesa até a área adversária. Guiñazu jogava à frente da defesa, mas também se infiltrava no ataque, tabelando com Giuliano e Marquinhos.
Este último jogou mais centralizado. Edu completou o ataque aberto pela esquerda. Sempre que pegou na bola mostrou inteligência e boa técnica, mas claramente teve a estreia apressada pelos desfalques da equipe. Pareceu-me até um pouco acima do peso.
Apenas Magrão e Bolívar ficavam mais fixos à defesa. Foi uma primeira etapa extremamente ofensiva do Internacional. É bem verdade que a expulsão de Fernandão, aos 13 minutos, facilitou as coisas. Fica difícil saber se a defesa, que vinha sendo o maior problema do Inter, iria se acertar no onze contra onze. O Goiás, valente, tentou atacar até o fim do primeiro tempo, e os colorados iam desperdiçando um contra-ataque após o outro.
Hélio dos Anjos deixou o time mais postado para a segunda etapa. Mesmo assim, o Inter continuou jogando como quis. Giuliano, que jogou muito, fez por merecer o terceiro gol. Kleber coroou sua melhor atuação com a camisa do Internacional com um golaço por cobertura.
O lateral jogou demais. Fazia os companheiros jogar com passes e inversões exuberantes, de pé esquerdo e de pé direito. Chegava à frente com facilidade tendo obrigado Harlei a duas excepcionais defesa em dois chutaços, antes de marcar o merecido golaço.
Tite agora talvez até pense em repetir o esquema bem-sucedido nas próximas partidas, embora seja importante salientar novamente que a expulsão muito de Fernandão ocorreu muito cedo para que possa ser feita uma avaliação mais apurada.
Os bons retornos de Índio e Magrão, e as duas novas opções de ataque, Edu e Marquinhos, são um bom problema para o treinador do Inter. E estes dois últimos, um problemaço para Taison.
- Confesso que não cheguei a uma conclusão sobre a expulsão de Fernandão. Às vezes olho o lance e acho violento, às vezes me parece que um amarelo ficaria de bom tamanho. Mas o capitão, que bancou o ‘jogador maduro’ no imbróglio recente, demonstrou não estar tão seguro de si como quer transparecer.
- Lamentável a torcida colorada ovacionar os ex-colorados já com bola rolando. Dava até impressão de que um gol do Goiás seria comemorado.
Campeonato Brasileiro 2009 - 22ª rodada
30/agosto/2009
INTERNACIONAL 4 x GOIÁS 0
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Público: 30.198
Renda: R$ 470.020,00
Gols: Marquinhos 5 e Guiñazu 15 do 1º; Giuliano 6 e Kleber 34 do 2º
Cartão amarelo: Fabiano Eller, Magrão, Glaydson,
Expulsão: Fernandão 13 do 1º
INTERNACIONAL: Lauro (6), Índio (6,5) (Danny Morais, 30 do 2º - 6), Bolívar (6) e Fabiano Eller (6,5); Danilo Silva (6), Guiñazu (6,5), Magrão (6,5) (Glaydson, 37 do 2º. – 5), Giuliano (7,5) e Kleber (8,5); Edu (6) (Bolaños, 13 do 2º - 6,5) e Marquinhos (7). Técnico: Tite (7)
GOIÁS: Harlei (5), Ernando (4), Leandro Euzébio (3,5) e Valmir Lucas (4); Vitor (4,5), Ramalho (4), Léo Lima (5) (Everton, 20 do 1º - 5,5), Fernandão (2) e Júlio César (5,5); Iarley (5,5) (Fernando, 13 do 2º - 5,5) e Felipe (5) (Bruno Meneghel, 30 do 2º - sem nota). Técnico: Hélio dos Anjos (4,5)
Comentários
Agora, que Fernandão e Iarley são bons companheiros... ninguém pode negar!
Projeção atual indica que 69 pontos já dão mais de 50% de possibilidades de título. Seria a pontuação mais baixa de todos os tempos (nos pontos corridos) para um campeão. O equilíbrio é tanto que o melhor aproveitamento, Palmeiras, é só 62%.
Fluminense com 91% de chances de cair.
na real, o estádio se dividiu. Antes do jogo, todo mundo aplaudiu quando o locutor chamava o time do Goiás naquela voz fúnebre.
aí, a Popular fez a saudação dos jogadores do Inter e somou a essa saudação os cantos que entoava para Iarley e Fernandão quando estavam aqui. Só que isso com o jogo já iniciado.
Quando o estádio em peso cantou "fernandão matador", muita gente vaiou e xingou, pelo menos onde eu estava. O estádio se dividiu.