Montanha russa
Podia ter sido melhor, mas também pior. O Internacional tem diversos motivos para comemorar, e outros tantos para lamentar o empate na Vila Belmiro. O curioso é que o quesito "circunstância" cabe tanto para a parte que comemora o 3 a 3 como para a que lamenta o resultado.
Numa partida tão maluca primeiro é preciso fazer a reconstituição dos fatos. O Inter começou melhor, mostrando que é mais time. Andrezinho perdeu gol de frente para Felipe logo aos 4 minutos, dando a tônica aberta que teria o restante do confronto. Mas Madson não perdeu lance igual e essa foi a diferença inicial em favor do Peixe. Erro clamoroso de Bolívar, que de certa forma se repetiu dois minutos depois, quando cabeceou no pé de Kléber Pereira. O centroavante limpou Daniel com grande facilidade e fez um golaço.
Quando tudo levava a crer numa goleada histórica do Santos, com o Inter perdido e apavorado em campo, Taison entrou em cena. E Alecsandro. Primeiro, o ponta fez bela jogada e cruzou para toque certeiro do camisa 9 por baixo. Depois, cavou falta que Kléber bateu com perfeição na cabeça do centroavante, na jogada clássica do colorado atual. Igualado o placar, o Internacional impôs sua maior qualidade no campo de jogo e reequilibrou um duelo que parecia perdido logo aos 15 minutos.
Logo na volta do intervalo, Alecsandro fez outro, de rara categoria de conclusão. Luxa colocou Neymar para dar agressividade ao ataque. Mas foi num belo cruzamento de George que Kléber Pereira fez novo golaço de cabeça. Aí, a partir de substituições tão inexplicáveis quanto medrosas, Tite recuou o Inter e se satisfez com o empate quando seu time tinha reais possibilidades de ganhar, tal a facilidade com que envolvia o Santos quando tinha a bola no campo de frente. Isto ocorreu por volta de 25 minutos do segundo tempo, muito cedo.
A estratégia errônea de Tite trouxe o Santos para cima. O time da casa ganhava todos os rebotes e encurralava os gaúchos, mas faltava qualidade para vencer. Já sem Alecsandro, o colorado perdeu sua referência. A expulsão de Sorondo e Kléber Pereira retirou do Santos o único poder de conclusão que o time paulista possuía. Mesmo assim, as trocas efetuadas pelo comandante rubro fazia um jogo de 10 contra 10 parecer uma Batalha dos Aflitos: o Inter parecia ter dois ou três homens a menos em campo. No fim, depois de sofrer pressão aguda, conseguiu reter a bola no ataque e evitou a derrota.
No fim das contas, é um resultado histórico: a primeira não-derrota do Internacional na Vila Belmiro na história do Brasileirão. Não pode ser um mau resultado visto isoladamente, mas não deixa de ser pouco para quem briga pelo título marcar apenas 1 ponto nos últimos 3 jogos. A nota positiva é o retorno do futebol envolvente de Taison e da qualidade que cada vez mais aparece de Kleber no apoio. O ruim é mais uma péssima atuação do sistema defensivo, especialmente a zaga, e a lesão de Alecsandro, artilheiro do time, que não se sabe a gravidade ainda.
Campeonato Brasileiro 2009 - 16ª rodada (jogo atrasado)
26/agosto/2009
SANTOS 3 x INTERNACIONAL 3
Local: Vila Belmiro, Santos (SP)
Árbitro: Luís Antônio Silva Santos (RJ)
Público: 7.876
Renda: R$ 118.740,00
Gols: Madson 13, Kléber Pereira 15 e Alecsandro 24 e 26 do 1º; Alecsandro 5 e Kléber Pereira 13 do 2º
Cartão amarelo: Rodrigo Mancha, George, Fabão, Sandro, Guiñazu e Marcelo Cordeiro
Expulsão: Kléber Pereira e Sorondo 32 e Daniel 48 do 2º
SANTOS: Felipe (6), George (6), Fabão (5), Eli Sabiá (4,5) e Léo (5); Rodrigo Mancha (5) (Germano, intervalo - 4,5), Rodrigo Souto (5) (André, 39 do 2º - sem nota), Róbson (4) (Neymar, 12 do 2º - 5), Ganso (6,5) e Madson (6,5); Kléber Pereira (7). Técnico: Vanderlei Luxemburgo (5)
INTERNACIONAL: Lauro (6), Daniel (4), Bolívar (4), Sorondo (5) e Kleber (7); Sandro (6), Guiñazu (6), Giuliano (5,5) (Danny Morais, 33 do 2º - 5,5) e Andrezinho (4,5) (Marcelo Cordeiro, 20 do 2º - 5); Taison (7) e Alecsandro (8) (Magrão, 26 do 2º - 5,5). Técnico: Tite (4)
Numa partida tão maluca primeiro é preciso fazer a reconstituição dos fatos. O Inter começou melhor, mostrando que é mais time. Andrezinho perdeu gol de frente para Felipe logo aos 4 minutos, dando a tônica aberta que teria o restante do confronto. Mas Madson não perdeu lance igual e essa foi a diferença inicial em favor do Peixe. Erro clamoroso de Bolívar, que de certa forma se repetiu dois minutos depois, quando cabeceou no pé de Kléber Pereira. O centroavante limpou Daniel com grande facilidade e fez um golaço.
Quando tudo levava a crer numa goleada histórica do Santos, com o Inter perdido e apavorado em campo, Taison entrou em cena. E Alecsandro. Primeiro, o ponta fez bela jogada e cruzou para toque certeiro do camisa 9 por baixo. Depois, cavou falta que Kléber bateu com perfeição na cabeça do centroavante, na jogada clássica do colorado atual. Igualado o placar, o Internacional impôs sua maior qualidade no campo de jogo e reequilibrou um duelo que parecia perdido logo aos 15 minutos.
Logo na volta do intervalo, Alecsandro fez outro, de rara categoria de conclusão. Luxa colocou Neymar para dar agressividade ao ataque. Mas foi num belo cruzamento de George que Kléber Pereira fez novo golaço de cabeça. Aí, a partir de substituições tão inexplicáveis quanto medrosas, Tite recuou o Inter e se satisfez com o empate quando seu time tinha reais possibilidades de ganhar, tal a facilidade com que envolvia o Santos quando tinha a bola no campo de frente. Isto ocorreu por volta de 25 minutos do segundo tempo, muito cedo.
A estratégia errônea de Tite trouxe o Santos para cima. O time da casa ganhava todos os rebotes e encurralava os gaúchos, mas faltava qualidade para vencer. Já sem Alecsandro, o colorado perdeu sua referência. A expulsão de Sorondo e Kléber Pereira retirou do Santos o único poder de conclusão que o time paulista possuía. Mesmo assim, as trocas efetuadas pelo comandante rubro fazia um jogo de 10 contra 10 parecer uma Batalha dos Aflitos: o Inter parecia ter dois ou três homens a menos em campo. No fim, depois de sofrer pressão aguda, conseguiu reter a bola no ataque e evitou a derrota.
No fim das contas, é um resultado histórico: a primeira não-derrota do Internacional na Vila Belmiro na história do Brasileirão. Não pode ser um mau resultado visto isoladamente, mas não deixa de ser pouco para quem briga pelo título marcar apenas 1 ponto nos últimos 3 jogos. A nota positiva é o retorno do futebol envolvente de Taison e da qualidade que cada vez mais aparece de Kleber no apoio. O ruim é mais uma péssima atuação do sistema defensivo, especialmente a zaga, e a lesão de Alecsandro, artilheiro do time, que não se sabe a gravidade ainda.
Campeonato Brasileiro 2009 - 16ª rodada (jogo atrasado)
26/agosto/2009
SANTOS 3 x INTERNACIONAL 3
Local: Vila Belmiro, Santos (SP)
Árbitro: Luís Antônio Silva Santos (RJ)
Público: 7.876
Renda: R$ 118.740,00
Gols: Madson 13, Kléber Pereira 15 e Alecsandro 24 e 26 do 1º; Alecsandro 5 e Kléber Pereira 13 do 2º
Cartão amarelo: Rodrigo Mancha, George, Fabão, Sandro, Guiñazu e Marcelo Cordeiro
Expulsão: Kléber Pereira e Sorondo 32 e Daniel 48 do 2º
SANTOS: Felipe (6), George (6), Fabão (5), Eli Sabiá (4,5) e Léo (5); Rodrigo Mancha (5) (Germano, intervalo - 4,5), Rodrigo Souto (5) (André, 39 do 2º - sem nota), Róbson (4) (Neymar, 12 do 2º - 5), Ganso (6,5) e Madson (6,5); Kléber Pereira (7). Técnico: Vanderlei Luxemburgo (5)
INTERNACIONAL: Lauro (6), Daniel (4), Bolívar (4), Sorondo (5) e Kleber (7); Sandro (6), Guiñazu (6), Giuliano (5,5) (Danny Morais, 33 do 2º - 5,5) e Andrezinho (4,5) (Marcelo Cordeiro, 20 do 2º - 5); Taison (7) e Alecsandro (8) (Magrão, 26 do 2º - 5,5). Técnico: Tite (4)
Foto: Kléber Pereira fez dois golaços, mas foi expulso (Gazeta Press).
Comentários
eu larguei o jogo depois que vi que o Magrão entrou no lugar do Alecsandro. Essa história de que o Inter não tem reserva no ataque é bobagem. No time júnior não tem ninguém? O grandão Santin aquele, que jogou a Copa SP? Marquinhos? Léo? Se o Wágner Líbano pode entrar no Parque contra o Palmeiras, pq nenhum atacante novo pode ficar no banco?
É evidente que a zaga do Inter é lenta e tem que ser protegida. Mas ontem, tinha que ser protegida do Bolívar, que estava numa jornada desastrosa, errando quase tudo. Tite ontem só piorou no meu conceito. Não basta ser previsível; é preciso ser a REGINA DUARTE da casamata!!!
E essa de botar Magrão em vez de um atacante por falta de opção não existe. Traz alguém do junior então.
O Inter tomou pelo menos dois gols por erros exclusivamente individuais (no terceiro, o zagueiro também falhou, mas foi uma jogada construída e, em tese, o sistema defensivo foi envolvido). Já os 3 gols do Inter foram de jogadas trabalhadas. Ao desequilíbrio do time no começo - imputável ao técnico, reconheço - corresponde uma reação sensacional, que também pode ser creditada ao seu comando.
O Inter empatou ontem na Vila, coisa que eu acho que quase nunca conseguiu.
As críticas se devem a dois fatores, repito: implicância pessoal e superestimação do plantel colorado.
Uma das piores negociações da história do Grêmio foi trocar o George Lucas por aquele goleiro Eduardo, ruim que dói, no ano em que acabaria rebaixado pela segunda vez (e o titular da lateral direita era aquele MICHEL, outra gracinha).
Não vi o jogo, mas pelo que ouvi, o Inter merecia melhor sorte.
E só pra usar a VdP: O Alecsandro ontem tava que era um SPIDER man!
Corinthians aqui, p.ex. Ali o Tite não errou. Eram dois times muito bons que fizeram um jogo equilibradíssimo, decidido muito no detalhe. O Inter levou 2 gols como poderia ter feito três, rolou bola na trave, gol perdido de forma incrível...
agora, eu simplesmente não entendo a razão de fazer meia linha e abdicar do ataque por meia hora. Não entendo.
É o que eu já disse: se Tite fosse treinador do Inter contra o Barcelona, o Inter não ganharia aquele jogo. Pq ele teria trocado o Iarley pelo Ediglê. Não dá para fazer retranca se ninguém prende a bola no ataque!