Castigo no final

O Internacional até mostrou boas individualidades, inclusive as que não eram tão comentadas no começo do ano: Danilo Silva foi um lateral eficiente na marcação e envolvente na frente, Giuliano e Andrezinho conduziram o time com momentos de qualidade técnica na criação, Alecsandro mostra-se um verdadeiro monstro no jogo aéreo. Muito do que aconteceu hoje no Beira-Rio deve-se, portanto, ao Corinthians.

O time de Mano Menezes pareceu esquecer dos desfalques que lhe acomete e jogou com aquela qualidade coletiva já demonstrada nos melhores momentos da Copa do Brasil. Elias coordenou o time defensivamente e até ofensivamente, dada a displicência de Morais. Ao lado dele, aberto, Jorge Henrique foi mais uma vez um jogador completo: envolvente, driblador, concluidor, raçudo. Dentinho também comandou o time em avanços de velocidade. Só a zaga penou um pouco por cima com Alecsandro, ainda que por baixo tenha ido bem.

O Inter, apesar da irritação justificada de seus torcedores pelo péssimo resultado, fez até uma boa partida. Teve problemas pontuais: Marcelo Cordeiro teve má atuação, Bolívar e Sorondo não tiveram segurança, Guiñazu foi voluntarioso, mas cometeu muitas faltas. Entretanto, Danilo Silva fez muito boa partida, inclusive acertando cruzamentos. Giuliano também teve seus momentos.

O primeiro tempo foi bem dividido. O Corinthians começou melhor, se impondo, e abriu o placar. O Inter reequlibrou, empatou, e jogou melhor na segunda metade do tempo inicial. No segundo, houve equilíbrio. O colorado mostrou posse de bola, mas faltaram conclusões. A rigor, o Corinthians chegou com tanto perigo quanto o Inter. No final, o gol de Jorge Henrique, impedido. Mas Tardelli, como sempre, teve péssima atuação no todo. A meu ver, Alecsandro também estava impedido no gol do Inter, em lance bem mais complicado, porém. Mas seu estilo contemporizador é extremamente irritante.

O Inter não jogou mal, tampouco jogou bem. O Corinthians só conseguiu o resultado por ter demonstrado a qualidade coletiva que o marcou no restante do ano. Foi um grande jogo, equilibrado, disputado e emocionante. Porém, o resultado colorado não veio, e era importantíssimo que viesse. O fato é que, depois de pegar três adversários relativamente fáceis e batê-los, o time se complica diante do primeiro mais qualificado, mesmo em casa. O jogo de sábado, contra o Palmeiras, ganha contornos ainda mais decisivos. A sequência decisiva, contra adversários complicados, começa da pior forma possível.

Em tempo:
- Desde que despontou para o futebol brasileiro, Mano Menezes enfrentou o Inter cinco vezes no Beira-Rio. São duas vitórias (2 a 0 pelo Grêmio em 2007 e 2 a 1 hoje) e três empates (1 a 1 e 0 a 0 em 2006, e 2 a 2 em 2009). Está invicto.

Campeonato Brasileiro 2009 - 20ª rodada
19/agosto/2009
INTERNACIONAL 1 x CORINTHIANS 2
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Wagner Tardelli de Azevedo (SC)
Público: 22.313
Renda: R$ 385.515,00
Gols: Chicão 10 e Alecsandro 34 do 1º; Jorge Henrique 42 do 2º
Cartão amarelo: Bolaños, Marcelo Cordeiro, Bolívar, Jucilei, Jorge Henrique, Dentinho e Paulo André
INTERNACIONAL: Lauro (5,5), Danilo Silva (7), Bolívar (5), Sorondo (5) e Marcelo Cordeiro (4,5); Sandro (5,5), Guiñazu (5,5), Giuliano (6) e Andrezinho (6); Bolaños (4,5) (Marquinhos, 28 do 2º - 5) e Alecsandro (7). Técnico: Tite (5,5)
CORINTHIANS: Rafael Santos (6), Jucilei (5), Chicão (6,5), Jean (5,5) e Marcinho (4,5) (Paulo André, 18 do 2º - 5,5); Moradei (5,5), Elias (6,5) e Morais (5) (Jadson, 41 do 2º - sem nota); Jorge Henrique (7), Henrique (4,5) (Bill, 37 do 2º - sem nota) e Dentinho (6,5). Técnico: Mano Menezes (7)

Foto: jogadores do Corinthians comemoram com Chicão o primeiro gol da noite (Edu Andrade/Gazeta Press).