Dois jogos de 45

O primeiro tempo tinha cara de reconcliação com os bons resultados. O Inter jogou bem e teve sorte: um dos gols de Alecsandro foi em claro impedimento; o outro, sinceramente, não sei dizer (o braço o deixaria impedido, mas não sei se conta). Foram duas jogadas iguais: levantamento de Kleber em bola parada com perfeição, na cabeça do centroavante que deixou o goleador da temporada, Taison, no banco de reservas hoje à noite. Ademais, o pênalti perdido por Washington era um prenúncio de noite vitoriosa.
No meio, Andrezinho não conseguiu substituir D'Alessandro, o outro reserva de luxo da vez, à altura. Mas tinha jogadas pelos lados, Nilmar buscava o jogo com qualidade. O São Paulo, por outro lado, foi uma caricatura de seu grande time: Dagoberto e Washington não representavam perigo algum. Hernanes não tinha em Marlos um parceiro confiável. A zaga, à exceção de Miranda, se atrapalhava. Péssimo, em suma.
Mas o vestiário fez muito bem ao São Paulo. Já com Jorge Wagner no lugar de Marlos, o time chegou três vezes em dois minutos. Na quarta, com Hernanes, chegou ao gol. O Inter ficou atônito. Finalmente, o tricolor jogava aquilo que soube um dia. Empurrou o colorado para trás, mas não só isso: o Internacional não fez questão alguma de sair desta pressão. Pelo contrário: aceitou-a passivamente, o que constrange ainda mais quando é dentro de casa. O empate era questão de tempo, e veio num gol acidental de Jean, aos 23.
Foi só o time sofrer o empate para Tite fazer alterações. É verdade que as trocas não foram de seis por meia dúzia, mas o irritante é que elas só vêm depois do gol sofrido. Novamente, o técnico colorado não buscou alterar o panorama antes disso, com o time em vantagem. D'Alessandro entrou e melhorou um pouco a criação. Taison só entrou aos 43: chutou um bola perigosa e cavou uma falta ao lado da área.
O Internacional mantém-se no G-4, mas se seguir este ritmo parece questão de tempo deixá-lo. O time novamente apresentou problemas defensivos quando pressionado, não soube de novo segurar uma vantagem e mais uma vez caiu vertiginosamente de produção no segundo tempo, o que pode representar até um problema físico. Por seu lado, o São Paulo consegue uma reação importante, que combinada com a vitória sobre o Santos se torna uma sequência interessante de resultados. Não ficará na atual posição, deve crescer, mas precisa evoluir muito ainda.
Campeonato Brasileiro 2009 - 13ª rodada
22/julho/2009
INTERNACIONAL 2 x SÃO PAULO 2
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Público: 17.759
Renda: R$ 244.510,00
Gols: Alecsandro 29 e 37 do 1º; Hernanes 3 e Jean 23 do 2º
Cartão amarelo: Sorondo, Sandro, Guiñazu, Índio, Júnior César e Richarlyson
INTERNACIONAL: Lauro (6,5), Bolívar (5), Índio (5) (Taison, 43 do 2º - sem nota), Sorondo (5) e Kleber (6,5); Sandro (5,5) (D'Alessandro, 31 do 2º - 5,5), Guinãzu (5,5), Magrão (5,5) e Andrezinho (5) (Giuliano, 35 do 2º - sem nota); Nilmar (6) e Alecsandro (6,5). Técnico: Tite (4,5)
SÃO PAULO: Bosco (5,5) (Denis, 31 do 1º - 6), André Dias (5), Miranda (6) e Renato Silva (5); Jean (6), Richarlyson (5,5), Hernanes (6), Marlos (4) (Jorge Wagner, intervalo - 6) e Júnior César (4,5); Dagoberto (4,5) (Borges, 24 do 2º - 5,5) e Washington (3,5). Técnico: Ricardo Gomes (6)
Foto: Dagoberto é vigiado por Guiñazu no Beira-Rio (Jefferson Bernardes/Vipcomm/Divulgação).
Comentários
rumo à sul-americana 2010. de novo.
O principal erro dele foi a marcação do pênalti de Guinazu em Richarlysson
Chico Garcia: INSUPERÁVEL
Achei ele na mesma linha, se descontar o braço. Mas é um lance tão difícil que dá pra inocentar o bandeira. O primeiro gol é que foi claro o impedimento.
Ontem mesmo, nem que fosse por uns 10 minutos apenas, não dava para puxar o Bolívar pra zaga, fixar os três zagueiros, passar o Andrézinho pra ala direita, liberar o Kléber e pôr o D'Alessandro no lugar do Magrão ? Só pra variar, pra mostrar que "ao menos estamos tentando"...
Falando em barro, temos um gramado um que faz jus ao nome do time, mas que acaba prejudicando o desempenho de alguns jogadores. Ontem mesmo, Bolacha e Fofonka entraram no segundo tempo e mal conseguiam parar em pé. Tivemos de compensar na raça de Liniker e no apito.
Sou entusiasta do Cerâmica, desde que elimine o Porto Alegre.
Perdão pela falha :P
sem falar no BOSCO, mau caráter, que SAI DO JOGO após tomar um gol... e não venham me dizer que era a regra do UM GOL PRA CADA...
Um dos impedimentos é preciosismo, não tem como culpar o bandeirinha. Mas o outro foi um escândalo, convenhamos.
E o Inter cada vez mais se mostra um time engessado, com poucas e manjadas alternativas e que sente violentamente o jogo contra qualquer equipe que trave o seu meio-de-campo - coisa que, Fred é testemunha, eu digo desde o começo do ano (me permitam o breve momento "eu já sabia", por caridade)...
Repito o que já disse no Carta na Mesa, embora possa queimar a língua: Tite não parece ter condições de sair desta enrascada. D'Alessandro e Taison no banco é queimar dinheiro e, nessa queda-de-braço, Tite desiste ou irá ser derrotado.
Quanto ao Grêmio, impossível comentar com o verbo "ser", apenas com "estar", pois o time é um eletrocardiograma desde o início da temporada. Ontem, conseguimos o nosso Ipatinga x Inter, derrota histórica.
Time em eletrocardiograma não vai a lugar algum. Depois do Gre-Nal, tive esperança numa arrancada tipo 2006. Mas uma derrota como a de ontem desanima.
agora, um pouco mais calmo, me pergunto: quem poderia chegar para substituir o tite? não vejo saída. o carvalho está querendo descer do olimpo.
tem o PC GUSMÃO, o LAZARONI, o EDINHO, o NESTOR SIMIONATO, o BONAMIGO. e alguns que podem ESTAR BUSCANDO emprego dentro de instantes: GENINHO, NEY FRANCO...
váááááááárias opções pro co-irmão...
E dá pra pôr na lista mais alguns nomes: Macuglia, Péricles Chamusca, Jair Picerni e o recém desempregado Cuca...
Tá, tô me auto-sacaneando, mas PQP!, eu achava esse negócio de maldição do Centenário uma baita bobagem...