De agora em diante

O dia chegaria, mais cedo ou mais tarde. Segurar até o fim do ano era impossível. Porque Nilmar vem sendo talvez o melhor atacante em atividade no País, ao lado de Ronaldo, no presente ano. Não é pouco. Pois o dia chegou. Fala-se em 11, 14 ou 16,5 milhões de euros. O Inter segurou até onde pôde. Nem entrarei no tópico "necessidade de vender", pois é mais que sabido.

O que interessa agora é saber se o Internacional se preparou para a perda de seu melhor jogador. E falo dentro de campo. Porque o que mais preocupa as cabeças coloradas é que a dependência que o time criou em torno de Nilmar acentuou-se nos últimos dois meses de instabilidade e resultados ruins. Todos repetem que ele é o único que salvava no naufrágio recente. A venda aconteceria, uma hora ou outra. Seria irresponsabilidade da direção e da comissão técnica do clube se não estivessem preparados para esta situação.

A forma do Inter jogar tem dependido muito do talento dele. Agora, é hora de encontrar alternativas, e rapidamente, pois o campeonato anda. É um processo ainda mais complicado que aquele que viveu o Grêmio ano passado quando Roger deixou o Olímpico. Roger era o toque de classe, de qualidade, mas o time não dependia tanto dele quanto o Inter de Nilmar.

A vantagem é que o Internacional dispõe de bons jogadores para ir suprindo esta irreparável ausência, mais que o Grêmio em 2008 (Tcheco entrou e resolveu o problema). Com Taison e Alecsandro, o ataque muda a forma de jogar, passa a ter uma referência. Se entrar Bolaños, a característica voltará a ser da movimentação, ainda que sem a qualidade que Nilmar tem. Fernando Carvalho promete reforços de peso: só Deivid, Ricardo Oliveira (os dois cogitados), jogadores deste quilate, seriam capazes de chegar perto do nível que Nilmar apresentava. Igual, provavelmente não: ele estava adaptado, voando, em grande fase. Levaria algum tempo até estes grandes nomes fazerem algo parecido. Mas são os que mais podem fazer.

Tite vai ter que se virar. É hora de mostrar trabalho. Virou-se sem Ronaldinho no Grêmio, no começo de 2001, mas era início de temporada. Estes dois exemplos do Olímpico podem ser utilizados. Talvez o time, sem ter a dependência no craque, possa evoluir coletivamente. Talvez. Mas é difícil acreditar em prognósticos positivos após a saída do melhor jogador de uma equipe que dá sinais de decadência técnica.

Comentários

Lourenço disse…
Concordo com a idéia do último parágrafo. Lembrei de Ronaldinho, de Roger...enfim, hoje é só bola para o Nilmar, talvez sem a referência o Inter se obrigue a buscar as soluções de que precisa há algum tempo.

Mas é uma péssima notícia, a propósito.
Saulo disse…
Pelo menos ele não joga contra nós no sábado porque a coisa tá feia pra gente.
Vicente Fonseca disse…
Tá vendo como o Botafogo não é tão azarado assim, Saulo?

Hehehe.
zeh nascimento disse…
aheuhaeuaheueahuea...
ALECSANDRO, O HOMEM-GOL.

me cobrem depois. se estiver errado, pelo menos arrumarei um abela desculpa...
Anônimo disse…
não seria a hora de adaptar o calendário do futebol brasileiro ao europeu? não dá mais pra agüentar esse esvaziamento de bons jogadores em meio ao campeonato brasileiro. é muito desfalque, muita perda de qualidade.