Hora de refletir
Sou muito resistente quanto à ideia que começa a ficar cada vez mais corrente de que o Internacional vive uma crise. Prefiro chamar de instabilidade. Crise vive o Atlético-PR, o Sport. Talvez o São Paulo. Mas não há como negar que se trata de uma forte instabilidade, e ontem tivemos a confirmação disso. Foi o sexto jogo sem vitória, o quarto sem fazer gol, a terceira derrota consecutiva, a primeira em casa desde novembro do ano passado.
Vi apenas o segundo tempo, mas parece que o primeiro não foi muito diferente. À exceção, claro, do gol de insistência de Bieler, que contou com uma inexplicável resignação dos vários colorados que estavam dentro da área e mal esboçaram reação para evitá-lo. Chama a atenção o fraco volume do time de Tite. D'Alessandro teve uma atuação que só não chamo de deprimente porque se apresentou para o jogo. Mas errou simplesmente tudo, dos passes mais banais às jogadas mais arriscadas. Alecsandro mostrou-se, mais uma vez, um substituto inconfiável para Nilmar. Fica fincado na área como se os problemas do time não fossem com ele. Quem viu Kléber jogar nos 3 a 1 do Cruzeiro sobre o Grêmio teve uma aula de comprometimento de um atacante que via as dificuldades ofensivas de seu time. Pode não ser a característica dele vir buscar o jogo a toda hora, mas a falta de empenho é, no mínimo, irritante.
Não vejo muito como isso poderia influenciar negativamente para o jogo da quarta que vem, este sim o grande duelo do ano até aqui para os vermelhos. O Inter tem de onde tirar. Repito: ganhando a Copa do Brasil, o que vem acontecendo neste junho tenebroso será esquecido em favor de um julho glorioso. Se não, tudo entrará na conta dos fracassos justo na época do ano em que o time mais precisou confirmar as qualidades demonstradas entre março e maio.
Mas o Internacional segue tendo um grande time. Os desfalques pesam, claro, mas ontem já nem foram tantos. Danny Morais não fez mais do que vinha fazendo Álvaro. Andrezinho, tão festejado, também pouco fez. O que pesa mesmo é a ausência de Nilmar. Não há como negar que o time tenha bons reservas, mas começa a ficar escancarado que o time do Inter é melhor que seu plantel. É complicado, quase impossível, manter a qualidade quando muitos titulares se ausentam ao mesmo tempo. Mas casos como os de Alecsandro e Giuliano (de quem se esperava muito e pouco têm produzido), principalmente, acabam "humanizando" aquilo que muitos entendiam como "mágico". Pode ser bom, no longo prazo. Por os pés no chão nunca é ruim, especialmente em futebol.
Recopa e LDU
O título ficou difícil. Parece que não será desta vez que o colorado ganhará um grande troféu na casa do adversário. A Recopa era a chance, mas vencer na altitude de Quito é complicado - não impossível, claro. A LDU é historicamente forte lá. Mostrou evoluções em relação à péssima campanha da Libertadores 2009, que até não faz tanto tempo assim. Diante de Colo Colo, Sport e Palmeiras, mostrou ser uma caricatura do campeão continental de 2008. Ontem se pareceu muito com aquele bom time, até tinha Ambrosi e Bieler, por exemplo. Mas muito porque o Inter deixou, também.
Foto: Bolívar foi expulso, finalmente (Agência Reuters).
Vi apenas o segundo tempo, mas parece que o primeiro não foi muito diferente. À exceção, claro, do gol de insistência de Bieler, que contou com uma inexplicável resignação dos vários colorados que estavam dentro da área e mal esboçaram reação para evitá-lo. Chama a atenção o fraco volume do time de Tite. D'Alessandro teve uma atuação que só não chamo de deprimente porque se apresentou para o jogo. Mas errou simplesmente tudo, dos passes mais banais às jogadas mais arriscadas. Alecsandro mostrou-se, mais uma vez, um substituto inconfiável para Nilmar. Fica fincado na área como se os problemas do time não fossem com ele. Quem viu Kléber jogar nos 3 a 1 do Cruzeiro sobre o Grêmio teve uma aula de comprometimento de um atacante que via as dificuldades ofensivas de seu time. Pode não ser a característica dele vir buscar o jogo a toda hora, mas a falta de empenho é, no mínimo, irritante.
Não vejo muito como isso poderia influenciar negativamente para o jogo da quarta que vem, este sim o grande duelo do ano até aqui para os vermelhos. O Inter tem de onde tirar. Repito: ganhando a Copa do Brasil, o que vem acontecendo neste junho tenebroso será esquecido em favor de um julho glorioso. Se não, tudo entrará na conta dos fracassos justo na época do ano em que o time mais precisou confirmar as qualidades demonstradas entre março e maio.
Mas o Internacional segue tendo um grande time. Os desfalques pesam, claro, mas ontem já nem foram tantos. Danny Morais não fez mais do que vinha fazendo Álvaro. Andrezinho, tão festejado, também pouco fez. O que pesa mesmo é a ausência de Nilmar. Não há como negar que o time tenha bons reservas, mas começa a ficar escancarado que o time do Inter é melhor que seu plantel. É complicado, quase impossível, manter a qualidade quando muitos titulares se ausentam ao mesmo tempo. Mas casos como os de Alecsandro e Giuliano (de quem se esperava muito e pouco têm produzido), principalmente, acabam "humanizando" aquilo que muitos entendiam como "mágico". Pode ser bom, no longo prazo. Por os pés no chão nunca é ruim, especialmente em futebol.
Recopa e LDU
O título ficou difícil. Parece que não será desta vez que o colorado ganhará um grande troféu na casa do adversário. A Recopa era a chance, mas vencer na altitude de Quito é complicado - não impossível, claro. A LDU é historicamente forte lá. Mostrou evoluções em relação à péssima campanha da Libertadores 2009, que até não faz tanto tempo assim. Diante de Colo Colo, Sport e Palmeiras, mostrou ser uma caricatura do campeão continental de 2008. Ontem se pareceu muito com aquele bom time, até tinha Ambrosi e Bieler, por exemplo. Mas muito porque o Inter deixou, também.
Foto: Bolívar foi expulso, finalmente (Agência Reuters).
Comentários
Mário Marcos confundiu Vera com Araujo em sua coluna. Vera está caído no lado direito da foto, e Araujo disputa bola com Taison.
Por fim, poste você também sua delícia* de hoje aqui:
DE-LÍ-CIA!
*By Lourenço
falhou miseravelmente.
não há melhor forma de testar do que usando os próprios jogadores. Houve uma infinidade de erros ontem. Não apenas individuais, mas especialmente conceituais. O Inter quis enfrentar uma retranca jogando só pelo meio. Isso é pecado capital.
Eu duvido que depois desse teste, o Inter repita o que aconteceu ontem na próxima quarta.
Se repetir, bom, aviso prévio pro pastor.
Óbvio que quando o Luís botou "gostei do resultado" me senti nas aberturas do Carta na Mesa.
como disse o paulo sant'ana: PRETEOU O OLHO DA GATEADA. heh
Quanto ao jogo, ouvi o segundo tempo, e pareceu que o Inter teve uma jornada péssima. Mas até concordo com os amigos, o Inter pode tirar lições valiosas dessa derrota, se colocar a cabeça no lugar. Mesmo porque essa copa continua não valendo quase nada, hehehe...
ass.: BERLUSCONI
Bolívar: novamente expulso na hora que o jogo fica nervoso. Não pode acontecer. Pecado quase mortal em Curitiba e que pode ter sido mortal na Recopa.
Marcelo Cordeiro: taxa de erros altíssima, como tem sido desde que Kleber saiu.
D'Alessandro: completamente fora de sintonia, é um jogador que parece estar na ponta dos cascos em 10 jogos por ano. Decisivo numa competição de mata-mata, mas difícil um time confiar nele como líder técnico em uma competição como o Brasileiro.
Alecsandro: preguiçoso, desleixado.
Tite: colocar o Leandrão foi burrada, naquela hora. Sempre foi demagogo, mas dessa vez fez a torcida desacreditar.
Ainda dá, e nas duas competições. Mas ficou muito difícil. Muito.
O único alento para a Copa do Brasil é o fato novo, e que fato! NILMAR.
Lourenço, boa análise. Fico pensando se tu não tivesse preguiça de escrever, como seria?
Valeu Prestes. É um fato novo bem AUSPICIOSO mesmo. Espero que Dunga nem use ele na final contra os EUA, pra perder ritmo de jogo (secação forever mode on).