Cai o último invicto

Na oitava rodada, o Brasileirão 2009 perde seu último time invicto. O Atlético-MG, de Celso Roth, líder da competição, caiu diante do Barueri, por 4 a 2. Pode ser alcançado em pontuação pelo Internacional já neste domingo.

Vi praticamente todo o jogo. Surpreendente o time paulista, que repete a fórmula do São Caetano à risca: time barato, com jogadores que têm experiência em clubes da Série A. Pode fazer figura neste Brasileirão, e não é à toa que está na zona da Libertadores por enquanto. Estevam Soares é um treinador competente, que deu organização tática melhor que muitos dos 19 concorrentes da elite nacional. A dupla Fernandinho e Pedrão se completa por suas características distintas, que casam bem. São abastecidos por Thiago Humberto, meia de intensidade e presença ofensiva constante.

O Atlético-MG atua num 4-4-2. Roth não repete o esquema com três zagueiros dos tempos de Grêmio. Hoje, porém, seu time foi mal. Saiu perdendo logo de cara. Mas não só por isso: jogou pouco também. Quando o time dominava o meio-campo e o jogo após sofrer 1 a 0, veio o segundo gol paulista, muito mais achado pela insistência de Pedrão que qualquer outra coisa, em falha grotesca de Aranha. Depois disso, escancarou-se um time pesado, sem a saída rápida da defesa para o ataque que os times de Roth têm, com Éder Luís e Diego Tardelli isolados.

O segundo tempo permaneceu no mesmo ritmo até Xandão meter a mão na bola inexplicavelmente dentro da área. Do pênalti veio o desconto, e de outro, dois minutos depois, inexistente, veio o empate atleticano. Tudo levava a crer em nova vitória do Galo, mas não: o Barueri mostrou maturidade e logo se recompôs, saindo abnegadamente em busca da vitória. Fez mais dois, um deles de Thiago Humberto, autor do gol de abertura placar e melhor jogador em campo, conquistando três pontos e ferindo pela primeira vez o líder do campeonato.

Vejamos como o Atlético-MG reagirá a esta primeira derrota. Para um time que vinha só no embalo de grandes resultados, lidar com a adversidade é um teste para sabe quem pode ou não disputar até o final na ponta de cima.

Ney balança, Ricardo estreia
Vi os 65 primeiros minutos do jogo do Engenhão. O Botafogo está de dar pena. Mesmo fora de casa, o Goiás se impôs com uma naturalidade que, sinceramente, a mim não surpreendeu - mas constrangeu. Muitas vaias após o 4 a 1, Ney Franco balança no cargo. O problema parece mais de falta de jogadores que de treinador, mas pode ser a solução mais rápida para criar o fato novo. O Goiás, mais uma vez, fará um bom campeonato, na metade de cima na tabela.

No Morumbi, na estreia de Ricardo Gomes, uma vitória importante do São Paulo sobre o Náutico, 2 a 0. É a quarta derrota seguida dos pernambucanos.

Série B
O Juventude deixou o Vila Nova empatar no último minuto da sexta-feira. É apenas o 16º colocado, 8 pontos, só à frente de Paraná, ABC, São Caetano e Campinense. O líder Guarani fez 1 a 0 no Azulão e disparou com 22, contra 18 do vice-líder Brasiliense, que fez 2 a 0 no Paraná em Curitiba. O Vasco está há cinco jogos sem vitória: empatou a quarta seguida, 1 a 1 com o Figueirense, no Orlando Scarpelli, e é o 6º, com 13.

Foto: Éder para Tardelli: Barueri tira o selinho do Galo (Globo Esporte)