Mancini, Roth e outra boa largada

A grande afirmação do domingo foi o Santos. O time de Vagner Mancini novamente conseguiu pontos fora de casa. Depois do ótimo empate no Olímpico diante do Grêmio, goleou o desolado Fluminense, triste pela eliminação na Copa do Brasil, em pleno Maracanã (12 mil). Os 4 a 1 foram construídos através de jogadas em velocidade e grandes enfiadas de bola. Molina fez outro de falta, deu passe para o de Madson, que participou do gol de Kléber Pereira, que ainda fez o quarto. Em dezembro, veremos quantos alcançarão quatro pontos fora de casa contra Grêmio e Fluminense, e aí se terá uma dimensão clara do que é este bom começo santista.

Outro que começou bem o campeonato novamente, assim como Mancini em 2008 e agora, é Celso Roth. O Atlético-MG abriu 3 a 0 com constrangedora facilidade diante do Sport na Ilha do Retiro (15 mil), com um gol que merece todas as reverências, marcado por Éder Luís. Vale ressaltar que o atacante atleticano partiu do seu campo de defesa na arrancada. Os pernambucanos vivem uma fase de transição, que talvez ponha a um dos ciclos mais vitoriosos da história do clube. Não penso que a saída de Nelsinho Baptista seja uma alternativa interessante, mas não duvido que ela aconteça.

Ainda ontem, mais uma derrota mandante teve lugar na Arena da Baixada (15 mil). O Atlético-PR deu mais provas de sua fragilidade ao entregar um 2 a 0 para o Náutico, que virou para 3 a 2 em apenas 45 minutos. Falha clamorosa de Galatto no segundo gol, goleiro que, pelo visto, segue tendo problemas na saída de gol. Nunca o Furacão foi tão candidato a cair nos últimos dez anos como agora.

No Palestra, destaque para o baixo público (12 mil) e as defesas dos goleiros Dênis e, especialmente, Marcos. Ambos garantiram o 0 a 0 entre Palmeiras e São Paulo. A fase vivida pelo pentacampeão é realmente mágica. Quem trombar com o verdão na Libertadores, é preferível que não vá à decisão por pênaltis. Na Grande São Paulo, com 9 mil pessoas, o Flamengo exorcizou o fantasma de 2004 e venceu o Santo André por 2 a 1, com dois gols de Josiel, o atacante mais subestimado do país.

Itália: com o campeonato resolvido, o destaque de domingo vai para a aposentadoria oficial de Paolo Maldini dos gramados. Sempre que escalo a seleção dos melhores jogadores que vi atuar nos 19 anos em que acompanho o esporte bretão, penso nele na lateral-esquerdo. Aos 40 anos e 11 meses de idade, rara longevidade, merecia melhor resultado em seu último jogo que uma derrota de 3 a 2 para a Roma em casa. Mas isto não apaga sua brilhante carreira, de apenas duas camisetas: a do Milan e da seleção italiana. Defendeu o clube rossonero de 1984 até 2009. Nestes 25 anos, conquistou sete títulos italianos e cinco europeus. Jogou pela Itália entre 1988 e 2002, com três participações em Eurocopa e quatro em Copas do Mundo. Era dotado de uma rara aliança entre vigor físico e elegância ao sair jogando. Tão brilhante na lateral quanto na quarta zaga, era perfeito no desarme e efetivo no apoio ao ataque, quando necessário. Deixará saudades nos que o viram jogar.

Argentina: segue a disputa entre Lanús (31), Vélez Sarsfield (30) e Huracán (29) pelo título do Clausura, a 4 rodadas do fim. Nos dois clássicos da rodada, o Vélez fez 2 a 0 no Boca Juniors, mesmmo placar pelo qual o River Plate saiu vitorioso em cima do Independiente. Os xeneizes ocupam a modestíssima 16ª colocação, a 7 pontos do River, primeiro que estaria buscando a classificação à Libertadores 2010. Precisará do título do Apertura ou tirar esta grande diferença (há 10 times entre os dois rivais) para participar da grande competição continental ano que vem. Dias difíceis na Bombonera.

Público: foi a rodada do Brasileirão com média mais baixa até agora: 12.959 torcedores por partida. Mais uma vez, melhor público em Porto Alegre: 29.665 para Grêmio x Botafogo. O menor foi em Goiânia: 7.274. A média do campeonato é de 14.458, com Grêmio x Santos (44,5 mil) sendo ainda o mais alto público do campeonato.

Série C: Caxias começou bem a competição, fazendo 2 a 1 no Marcílio Dias em Itajaí. Com Criciúma e Marília no grupo, é importante largar bem mesmo.

Foto: Ricardo Ayres/Photocamera