Começo positivo

O Botafogo veio para se defender, segurar o empate e, num golpe de sorte, sair com os 3 pontos. Foi pouco ambicioso e não deu muito trabalho ao sistema defensivo do Grêmio. O primeiro tempo foi alternado entre momentos de domínio completo do tricolor com um equilíbrio onde ambos se anulavam. A equipe de Autuori fez boa etapa inicial, criando oportunidades, mas concluindo pouco.
E o treinador cumpriu o que prometera: autuorizou Tcheco a não ficar tão preso atrás para somá-lo aos homens de frente, onde sua contribuição é sempre valiosa. O capitão, liberado para atacar, fez muito boa partida, articulando os ataques ao lado de Souza com efetividade. Para não deixar vulnerável o meio, os alas não subiam ao mesmo tempo jamais, ficando ao menos um deles na mesma linha de Túlio, para ajudar no combate quando o Botafogo estivesse com a bola. Uma medida simples, óbvia, mas que ajudou muito, sem perder poder de marcação no meio nem força na frente. E o time carioca criou pouco também por isso: o sistema defensivo funcionou bem e Túlio teve muito boa atuação, dando segurança aos zagueiros com sua experiência, combatividade e até alguma visão de jogo na hora de distribuir a bola.
Mas faltavam os gols, e nada deste funcionamento sairia elogiado se eles não viessem. Foram justamente os dois piores jogadores gremistas no primeiro tempo que o fizeram. Jonas abriu o placar no momento certo, antes de o jogo entrar numa fase nervosa e ansiosa. Chute de bico, mas consciente, de salão. Belo arremate. Quando para de ciscar e toma ações mais objetivas, torna-se um atacante interessante.
O gol de Fábio Santos, este sim vaiado nos 45 iniciais, foi conseqüência do primeiro. O Botafogo não veio preparado para atacar, e quando teve de fazê-lo se expôs, facilitando as coisas para o Grêmio. Douglas Costa fez boa investida pela esquerda, cruzou para Maxi López que fez a parede com grande inteligência, deixando o camisa 6 na frente do gol. O gol que consolidou a boa vitória, primeira do time no Brasileiro e da Era Autuori, justo na estreia.
Quanto ao Botafogo, tem um treinador com capacidade e alguns jogadores interessantes, mas falta-lhe muita coisa. Não é sombra das últimas três temporadas, e penará sem Maicosuel. Tem um bom sistema defensivo, exigiu bastante do Grêmio aí, mas exibe enormes dificuldades na armação, hoje inclusive os laterais foram problemáticos. Mas foi um bom teste para o tricolor subir ao norte do mapa da América do Sul, onde quarta, em Caracas, volta suas atenções para aquilo que mais lhe interessa na temporada, que é a obsessão da Libertadores.
Campeonato Brasileiro 2009 – 3ª rodada
24/maio/2009
GRÊMIO 2 x BOTAFOGO 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Sálvio Spinola Fagundes Filho (SP)
Público: 29.665
Renda: R$ 530.432,50
Gols: Jonas 12 e Fábio Santos 32 do 2º
Cartão amarelo: Réver, Ruy, Eduardo, Gabriel e Tony
GRÊMIO: Victor (6), Léo (6,5), Rafael Marques (6,5) e Réver (6) (Thiego, 43 do 2º - sem nota); Ruy (5,5), Túlio (6,5), Tcheco (6,5), Souza (6) (Douglas Costa, 26 do 2º - 6) e Fábio Santos (5,5); Jonas (6) (Herrera, 35 do 2º - sem nota) e Maxi López (6,5). Técnico: Paulo Autuori (6,5)
BOTAFOGO: Castillo (5,5), Leandro Guerreiro (5,5), Juninho (5,5) e Eduardo (6); Alessandro (5) (Diego, 28 do 2º - 5), Fahel (5,5), Túlio Souza (5), Rodrigo Dantas (4,5) (Jean Coral, intervalo – 4,5) e Gabriel (5) (Wellington, intervalo – 5); Tony (4,5) e Victor Simões (5,5). Técnico: Ney Franco (5)
Foto: Edu Andrade/Futura Press
Comentários
RÔNAS+BICO=GOLAÇO.
ele é INABL tentando pensar como chutar.
Zeh (ou melhor, DOIDO) MENTE! Vai chupar um HALLST pra adoçar tua vida, seu amargo!
>D
Gostei muito dessa primeira entrevista pós-jogo do Autuori. Muito inteligente o cara. Se for assim sempre, vai dar gosto de ouvi-lo, pelo menos por ora.
Maxi Lopez é um monstro, sem mais. E Tcheco se reencontrou em campo, saindo da função onde ele era sacrificado.
Os alas ainda não se acertaram. Vamos ver como vai ficar nos próximos jogos.
"Autuorizando"... Não demorou muito pra já usarem o trocadilho >P
Agora é atropelar os os comunistas do Hugo Chávez, ou ouvir os colorados falando a semana inteira a chatíssima flauta do "caracas, mas o que aconteceu?"
Enquanto isso, parece que Igor Natusch foi contratado pelo Olé. Vejam a manchete:
http://www.ole.clarin.com/notas/2009/05/24/futbollocal/01925588.html
Túlio e Adílson se complementam. Túlio é posicionamento, Adílson, movimentação; Túlio é passe, Adílson, condução; podem dar uma bela dupla, e Túlio também casaria bem com Willian Magrão. Eu até acho que o 4-4-2 é questão de tempo, mas ainda tá difícil tirar um zagueiro desse time.
Mas veio a vitória, e precisávamos mto dela !!!
Hoje só deu para ouvir o jogo, via Gaúcha Online, porque a conexão tava meio ruim e não carregava vídeos. Mas o Botafogo, embora um time sem nenhuma sorte, não é bobo, e foi uma vitória significativa. E, embora eu costume ser contrário a atitudes do tipo, achei excelente o puxão de orelhas público no Jadílson, aproveitando para frisar que jogador tem que treinar. Se é isso que tá acontecendo, começa a fazer sentido o preterimento do jogador em favor do Fabio Santos...
e esse uniforme do gremio tá parecendo o do almagro. :)
Prestes, imagino que o Botafogo se reforce até dezembro. Com este time, no máximo disputa uma vaguinha na Sul-Americana, uma das últimas.
no mínimo vai comparar o jonas ao ROMÁRIO, coisa q eu ouvi no jogo contra o san martín...
sai na rua e pega uma BRISIA...
Gosto dessa casaca do Botafogo.
Concordo que a atuação de Tcheco foi boa, um dos poucos que poderiam ser elogiados ontem. O TOQUECITO do Maxi também foi algo beirando o sensacional.
Vejo chances da dupla de ataque ser composta pelos dois argentinos. Eles parecem se entender melhor, linguisticamente e futebolisticamente falando.
ET: se o Fábio Santos tivesse acertado aquele gol no primeiro tempo, seria o mais lindo da rodada.