Santos, na bola e na catimba

Minha impressão sobre a briga foi que Domingos entrou no jogo exclusivamente para provocar Diego Souza, que estava os nervos à flor da pele há minutos. Então, Diego foi reclamar com Mancini, Domingos chegou junto dele, o árbitro expulsou ambos para tentar evitar uma briga futura e maior dentro do jogo, e aí o palmeirense enlouqueceu ao ver que o santista caiu com um simples empurrãozinho. Convenhamos, para Domingos desabar tem que ser algo mais forte.

É o que interpretei vendo os acontecimentos. Chama a atenção o nível de exaltação de Diego Souza após ser expulso, sendo contido por diversos companheiros e quase brigando com eles por tentarem segurá-lo. Para se ter uma ideia da loucura que se apoderou de sua mente, quem tentou apaziguar a situação foi FÁBIO COSTA. Aí, a infantilidade maior: depois de colocado na boca do túnel, Diego pula a placa de publicidade para correr atrás de Domingos. Lembrei de Dinho x Válber, Libertadores de 1995. Aí, ele viu o tamanho do rival e deu-lhe só um chutinho michuruca, colocando o santista num falso nocaute como que dizendo para a torcida "viram? eu fui lá e dei nele!". Vai pegar um gancho generoso, mas sinceramente não sei se no Brasileirão, pois é de outro âmbito. Patrício e Marcelo Costa, que agrediram o árbitro na Batalha dos Aflitos, ficaram três meses sem jogar no início de 2006; não sei se há analogia punitiva entre os casos.

Falo mais da briga porque não vi grande parte do jogo. Perdi o primeiro tempo, assisti desde os 15 do segundo, mais ou menos. Chama a atenção a velocidade e habilidade dos homens de criação de conclusão do Santos, time que começou o ano como azarão, mas que tem bons valores. Já me chamavam a atenção alguns nomes do time desde março, mais ou menos. Não poderia ser uma equipe ruim. Mas vencer duas vezes o Palmeiras lembra um outro time do Santos, aquele de 2002, que na base de uma gurizada talentosa cresceu no mata-mata e chegou ao título brasileiro. É cedo para tomar essas proporções de comparação, mas certamente incomodará muito no Campeonato Brasileiro.

Ao Palmeiras parece faltar sangue. A vontade e espírito de luta que sobram (até demais) em Marcos, Diego Souza e Pierre, faltam em Cleiton Xavier e Keirrison. A zaga segue apresentando sérios problemas, e precisa ser melhorada. Há alguns ótimos jogadores, um bom projeto, mas ainda falta maturidade. Na hora da decisão, a não tão chamativa juventude santista falou mais alto que a palmeirense.

Dia de sair o campeão
O mistério que tentou se fazer em torno da participação de Nilmar hoje serve para o Internacional valorizar o Caxias como adversário, o que valoriza a decisão da Taça Fábio Koff e seu provável título gaúcho. Os grenás cresceram a partir da goleada sobre o Grêmio. Até aquele dia, estavam fora da zona de classificação e, inclusive, não tinham conseguido vaga na segunda fase do primeiro turno. Mas ganhou do Veranópolis e do Juventude fora de casa. Tem esta credencial.

Curioso é que, caso tudo ocorra dentro da normalidade e o título seja conquistado de forma antecipada pelo Internacional, o vice-campeão gaúcho de 2009 não será o Caxias; será o Grêmio, que tem 33 pontos no total de sua campanha, contra 25 do time da Serra. O Inter tem 54. Só este número já torna impossível não dar favoritismo amplo aos colorados e torna muito improvável apostar qualquer ficha na redenção caxiense.

Mas é um jogo. Em 90 minutos podem se confirmar, ou não, os últimos três meses de campeonato.

Chelsea na final
Em duelo que pode ser a final da Copa dos Campeões da Europa, o Chelsea fez 2 a 1 de virada no Arsenal no lendário Wembley. O último gol foi uma pintura: lançamento genial de Lampard, Drogba escapou do goleiro e decidiu outro jogo, mostrando que está de volta à sua melhor fase. Alex fez outra excelente partida e deve ganhar a posição que era de Ricardo Carvalho.

Foto: Ricardo Matsukawa/Futura Press