O carrossel verdadeiro

Eu tenho visto o Internacional jogar menos do que ele merece, mas dentro do possível. Sempre que necessário, priorizo jogos da Libertadores. Mas todas as informações que recebo, todos os vídeos que olho, todos os comentários que leio, dão conta de que este ano, sim, o Inter pode ser chamado de Carrossel Colorado sem soar arrogante, falso ou exagerado. Não aquele time que começou 2008 de forma irregular, mas que muitos apressaram-se em chamar de carrossel porque, em casa, patrolava a tudo e a todos.

Ontem, mais uma goleada: 5 a 0 sobre o Guarani. Nos últimos três jogos no Beira-Rio, foram 17 gols marcados e apenas um sofrido. A cada Gre-Nal que venceu neste começo de ano, o Inter se fortaleceu. Tite vem provando mais uma vez ser um treinador que sabe fazer um elenco de alto nível virar um grande time. Foi assim em 2001 e 2002, com o Grêmio. Está sendo novamente com o Internacional. Nas duas vezes, formou o melhor time do Brasil, o que jogava mais bonito em determinados momentos. Isto é um mérito irrevogável dele, por mais que o elenco seja numeroso e qualificado.

Resta saber se esta qualidade toda será apresentada quando times realmente fortes e competitivos jogarem contra o Inter. Pela amostra dos Gre-Nais, é um futuro promissor.

Copa do Brasil
O caminho colorado ficou mais aberto com a eliminação do Santos para o CSA. Não tenho nada contra Vagner Mancini, até o admiro pessoalmente (fez parte do Grêmio de 1995) e profissionalmente (tem formado bons times como técnico). Mas agora cabe fazer aquela perguntinha marota que os oportunistas de plantão sempre fazem quando um time dele ganha e/ou quando o tricolor gaúcho perde: por que será que a direção do Grêmio demitiu Mancini no ano passado?

O Fluminense, um dos maiores concorrentes do Inter teoricamente (ao lado de Santos e Corinthians) eliminou o Águia por 3 a 0 e agora pegará o Goiás. Este é um jogo de Série A que teremos nas oitavas, junto com Corinthians x Atlético-PR. Com a definição do adversário colorado hoje entre Náutico x Criciúma (2 a 2 na ida), poderemos ter mais um desses duelos, caso o Timbu siga adiante.

Libertadores
Eu esperava mais do Deportivo Quito. Os equatorianos chegaram vivos à última rodada. Imaginei que pudessem complicar a vida do Cruzeiro, mesmo no Mineirão. Enganei-me. O jogo foi de um 2 a 0 construído com facilidade, e os mineiros poderiam ter aplicado uma goleada no segundo tempo, tamanhas foram as chances perdidas. Destaque para as provocações de parte a parte que deram ao duelo um tempero todo especial - especialmente o embate entre Edwin Tenório x Kléber, com o matreiro equatoriano provocando o cruzeirense para cavar uma expulsão, surpreendentemente sem sucesso.

Em Sucre, o Estudiantes não jogou nada e ficou no 0 a 0 com o Universitario local, naquele que foi provavelmente o pior jogo desta Libertadores, segundo relatos. No Morumbi, o São Paulo confirmou a liderança com um 2 a 1 sobre o América de Cali. Destaque para o segundo são-paulino, onde o goleiro colombiano chutou a bola sobre Dagoberto e ela entrou para as redes, lembrando Clemer em seus dias mais macabros. Digno do Troféu Bola Murcha.

Na Ilha do Retiro, jogo pegado entre Sport e Colo Colo. Vi o primeiro tempo, de poucas chances. No segundo, a virada dos pernambucanos os classificou com uma rodada de antecipação no Grupo da Morte, nada mau. E deixa o Palmeiras na obrigação de vencer os chilenos em Santiago para seguirem adiante.

Após a rodada de hoje, as projeções dos adversários do Grêmio nas oitavas.

Foto: Lucas Uebel/Terra