Enganos e encantos do Gauchão
Muito se diz que o Gauchão não é parâmetro para competições maiores. Concordo com esta teoria, ainda que em parte. Pois se é verdade que um título estadual não é exatamente um indicativo de sucesso em torneios de nível nacional e internacional, um mau desempenho nele indica claras fraquezas que precisam ser melhoradas. Exemplos? 2008 é o mais claro e ainda vivo em nossas memórias. O Inter, campeão, passou longe da almejada briga pela Libertadores no Brasileirão. O Grêmio, eliminado nas quartas, passou por toda uma reformulação proporcionada pelo calendário, reforçou-se, tomou muito mais cuidado e quase foi campeão, terminando com o vice.
O caso do Internacional de 2009 é diferente do de 2008. Ano passado, mesmo com algumas goleadas históricas (especialmente os 8 a 1 finais sobre o Juventude), o time era claramente muito mais irregular que o deste ano. Só para lembrar: perdeu três vezes para o time caxiense antes da sonora goleada, além de sofrer um improvável 2 a 0 de um fraco Paraná pela Copa do Brasil. Neste ano, não: além de estar invicto no Gauchão, venceu já duas vezes um Grêmio que vai bem na Libertadores. Só perdeu para o União Rondonópolis na Copa do Brasil, o que é um fiasco, mas é o único em quase 20 jogos na temporada. É uma amostragem mais sólida. As atuações deste mês de março tem sido de excelência.
Hoje, o colorado terá mais um bom teste. Claro que trata-se do Juventude mais fraco dos últimos 15 anos, que nem é sombra daquele time que incomodou a elite nacional até metade desta década. Mas é, ainda assim, um time da Série B. A campanha alviverde tem sido apenas razoável neste estadual, com algumas vitórias magras sobre adversários risíveis. Mas duas coisas precisam ser levadas em conta: uma é que o Gauchão está claramente servindo de laboratório para a Segunda Divisão, principal objetivo do clube em 2009; a outra é a mística. E, mesmo com os 8 a 1 de 2008, ainda não se sabe se ela morreu. Será o primeiro jogo após isso. Claro que é algo que transcende a lógica, mas o Grêmio talvez tivesse achado que, com aqueles 7 a 1, o Figueirense não mais incomodaria. Três meses depois, quase rebaixado, empatou em 1 a 1 no Olímpico, no jogo que marcou a perda da liderança do Brasileirão em definitivo para o time da Azenha.
Mas, para entrar na velha e nunca encerrada discussão, não se trata de um clássico. Já foi nos anos 90, e até pouco tempo atrás, pelo momento que vivia o Juventude, convivendo com os mesmos pares que a Dupla Gre-Nal convivia. Hoje, fragilizado, vê a rivalidade com os times da Capital está enfraquecida. O fato de eu provavelmente preterir este jogo de Caxias do Sul pelo São Paulo x Palmeiras do Morumbi já é um indicativo neste sentido, ao menos dentro da minha própria lógica.
O clássico paulista
Este é um jogo que envolve uma rivalidade histórica, dois dos melhores treinadores do país, dois dos melhores elencos e times do país, dois dos melhores centroavantes do país, dois dos goleiros mais vitoriosos do país, duas equipes que disputam a Libertadores e vivem momentos semelhantes, mas diferentes. Contradição? Só aparentemente.
O São Paulo, pragmático como Muricy Ramalho, vai levando o Paulistão de um modo que não lhe atrapalhe a Libertadores, onde lidera seu grupo sem grandes problemas. Ainda não está classificado, e precisa da vitória. O Palmeiras, ao contrário, joga um futebol mais envolvente, típico dos times de Vanderlei Luxemburgo. Lidera o estadual com folga, tem a tranquilidade de já estar classificado, mas pena na Libertadores, onde é lanterna e precisa vencer na temida Ilha do Retiro daqui a 10 dias sob pena de um fiasco de cair logo na primeira fase de sua complicadíssima chave.
É um jogaço, imperdível.
O caso do Internacional de 2009 é diferente do de 2008. Ano passado, mesmo com algumas goleadas históricas (especialmente os 8 a 1 finais sobre o Juventude), o time era claramente muito mais irregular que o deste ano. Só para lembrar: perdeu três vezes para o time caxiense antes da sonora goleada, além de sofrer um improvável 2 a 0 de um fraco Paraná pela Copa do Brasil. Neste ano, não: além de estar invicto no Gauchão, venceu já duas vezes um Grêmio que vai bem na Libertadores. Só perdeu para o União Rondonópolis na Copa do Brasil, o que é um fiasco, mas é o único em quase 20 jogos na temporada. É uma amostragem mais sólida. As atuações deste mês de março tem sido de excelência.
Hoje, o colorado terá mais um bom teste. Claro que trata-se do Juventude mais fraco dos últimos 15 anos, que nem é sombra daquele time que incomodou a elite nacional até metade desta década. Mas é, ainda assim, um time da Série B. A campanha alviverde tem sido apenas razoável neste estadual, com algumas vitórias magras sobre adversários risíveis. Mas duas coisas precisam ser levadas em conta: uma é que o Gauchão está claramente servindo de laboratório para a Segunda Divisão, principal objetivo do clube em 2009; a outra é a mística. E, mesmo com os 8 a 1 de 2008, ainda não se sabe se ela morreu. Será o primeiro jogo após isso. Claro que é algo que transcende a lógica, mas o Grêmio talvez tivesse achado que, com aqueles 7 a 1, o Figueirense não mais incomodaria. Três meses depois, quase rebaixado, empatou em 1 a 1 no Olímpico, no jogo que marcou a perda da liderança do Brasileirão em definitivo para o time da Azenha.
Mas, para entrar na velha e nunca encerrada discussão, não se trata de um clássico. Já foi nos anos 90, e até pouco tempo atrás, pelo momento que vivia o Juventude, convivendo com os mesmos pares que a Dupla Gre-Nal convivia. Hoje, fragilizado, vê a rivalidade com os times da Capital está enfraquecida. O fato de eu provavelmente preterir este jogo de Caxias do Sul pelo São Paulo x Palmeiras do Morumbi já é um indicativo neste sentido, ao menos dentro da minha própria lógica.
O clássico paulista
Este é um jogo que envolve uma rivalidade histórica, dois dos melhores treinadores do país, dois dos melhores elencos e times do país, dois dos melhores centroavantes do país, dois dos goleiros mais vitoriosos do país, duas equipes que disputam a Libertadores e vivem momentos semelhantes, mas diferentes. Contradição? Só aparentemente.
O São Paulo, pragmático como Muricy Ramalho, vai levando o Paulistão de um modo que não lhe atrapalhe a Libertadores, onde lidera seu grupo sem grandes problemas. Ainda não está classificado, e precisa da vitória. O Palmeiras, ao contrário, joga um futebol mais envolvente, típico dos times de Vanderlei Luxemburgo. Lidera o estadual com folga, tem a tranquilidade de já estar classificado, mas pena na Libertadores, onde é lanterna e precisa vencer na temida Ilha do Retiro daqui a 10 dias sob pena de um fiasco de cair logo na primeira fase de sua complicadíssima chave.
É um jogaço, imperdível.
Comentários
Fabrício Corrêa é um péssimo árbitro, Prestes.
Antes dos 5 min de jogo, Zezinho deu uma entrada por cima da bola no Álvaro, em frente ao bandeira. O juiz contemporizou por ser início de jogo. O que se viu a partir daí foi uma caçada ao tal do Zezinho, pauleira de ambos os lados, e atacantes se jogando em todos os lances. Aí, no final do 1T, um zagueiro do Ju, derruba Taison com os braços e com as pernas, e depois chuta as costas do guri caído. Taison levanta e abre os braços. Resultado: amarelo pros dois.
No segundo tempo, Índio enfia as duas mãos na bola dentro da área. Nada é marcado.