Tropeço promissor
Futebol é resultado, e é inegável que o Grêmio tropeçou em sua estreia na Libertadores, perdendo 2 pontos ao invés de ganhar 1 em casa. Entretanto, é absolutamente impossível desconsiderar a muito boa atuação da equipe durante os 90 minutos de um jogo em que o 0 a 0 acabou sendo injusto pelos erros de arbitragem (deixou de dar dois pênaltis contra a Universidad de Chile) e incorreto pelo que os dois times apresentaram no Estádio Olímpico.
Mesmo que a vitória não tenha vindo, o Grêmio mostrou hoje que tem condições de lutar pelo título da Libertadores. O único pecado foi mesmo alguma imperícia nas conclusões, mas mesmo assim isso é questionável: se Jonas e Alex Mineiro realmente poderiam ter arrematado mais à meta de Pinto, é fato que em várias oportunidades a bola não entrou por mais azar e competência do goleiro chileno que erros do time gaúcho. Só Souza acertou o poste duas vezes.
Celso Roth optou por uma escalação ofensiva que acabou dando certo. Jadílson infernizou Díaz partindo de trás, mas dedicou-se a recuperar a bola sempre que a perdia. Na direita, Ruy foi quase um ponta, sem ter a quem marcar. A quem quiser entender como funciona um ala de verdade, sugiro que observem o posicionamento dele nos jogos do Grêmio. Faz a função com perfeição. Hoje, sem ter a quem marcar, foi praticamente um terceiro atacante. Adílson acabou sendo o melhor nome do time jogando de primeiro volante, e Tcheco provou de novo que pode realizar a segunda função e se soltar quando o time tem a bola. Resta saber se funcionará fora de casa.
O primeiro tempo do Grêmio foi quase perfeito, a não ser pela falta de gols. Dos 5 aos 15 minutos, a pressão tornou-se praticamente insuportável aos chilenos, que não conseguiam trocar dois passes sem ser acossados. Marcando a saída de jogo de cima, o tricolor impedia que a bola chegasse em Iturra, que foi praticamente nulo. Com a bola, o time de Roth aproveitava sua maior qualidade técnica e superava os adversários com tabelas ou na base da vitória pessoal. A pressão arrefeceu por momentos, mas sempre o time da Azenha teve maior iniciativa e esteve perto de marcar. Por alguns momentos, chegou a encher os olhos de quem via.
O segundo tempo começou ainda pior para a Universidad de Chile, que resistia graças às defesas de Pinto. O tricolor entrava na área com facilidade constrangedora, mas não marcava o tento. Sergio Markarián sentiu o pior e colocou Cuevas para tentar segurar Ruy, mas o ala gremista seguiu projetado, graças à boa cobertura de Adílson. Mas o gol não saía. Quando Tcheco fez corta-luz cinematográfico deixando Alex Mineiro na cara do gol e o centroavante perdeu a chance, pela primeira vez senti que o 0 a 0 seria o placar do jogo.
De fato, a partir daquele lance, aos 19 do segundo tempo, o Grêmio começou a se precipitar nas jogadas de ataque. Chutes de longe sem nenhum sentido começavam a surgir, cruzamentos na base do chuveirinho também. A bola queimava nos pés dos atacantes. Nem a expulsão de Rojas ajudou, até porque a tática ultradefensiva da Universidad de Chile permaneceu igual. O afobamento chegou até em Celso Roth, que encheu o time de atacantes e retirou zagueiros, fazendo uma espécie de 1-5-4 nos minutos finais. Não deu em nada, ainda que muitos outros gols tivessem sido perdidos. Cuevas ainda causou alguns momentos de pânico e o 0 a 0 persistiu, para alívio de Markarián. O experiente treinador uruguaio sai com 1 pontinho precioso do Olímpico, ainda mais porque seu time em momento algum marcou o Grêmio com eficiência. La U, mesmo com o empate, mostrou sérias deficiências na marcação: jamais achou o time gaúcho em campo.
Apesar do resultado e de algumas tentativas isoladas de cornetagem e vaia, os aplausos ao final dizem bem o que foi a partida. O Grêmio mostrou em sua estreia na Libertadores tudo aquilo que um candidato ao título precisa: jogou com muita raça, concentração e espírito de decisão, teve qualidade no toque de bola, na bola área ofensiva e defensiva, ideia equilibrada de time, alguma catimba e uma torcida fervorosa e participativa. Mas faltou o gol, e é isso que vai para a tabela. Ela, aliás, indica que o tricolor tem 1 ponto e, se perder em Tunja, já fica 5 atrás do Boyacá Chicó. Como ainda há o Aurora fora de casa, seria interessante jogar a quarta partida, em Porto Alegre, com pelo menos 5 pontos na classificação. Algo bem possível, pela atuação de hoje. Foi um resultado ruim, mas não tão preocupante assim. A lição que fica, muito claramente, é a de que perder gols em jogos de Libertadores custa muito caro.
Em tempo:
- Retorno ao Litoral nesta quinta, de onde retorno em definitivo no domingo. Não prometo posts a respeito de jogos, a não ser o provável Gre-Nal, se acontecer. Amanhã, o post de confirmação da primeira edição do Carta na Mesa de 2009.
Copa Libertadores da América 2009 - Primeira Fase - Grupo 7 - 1ª rodada
25/fevereiro/2009
GRÊMIO 0 x UNIVERSIDAD DE CHILE 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre
Árbitro: Martín Vázquez (URU)
Público: 33.431
Renda: R$ 638.572,00
Cartão amarelo: Alex Mineiro, Ruy, Rafael Marques, Iturra e Díaz
Expulsão: Rojas 24 do 2º
GRÊMIO: Victor (6), Léo (6) (Douglas Costa - 4,5), Réver (6) e Rafael Marques (6) (Fábio Santos - sem nota); Ruy (6), Adílson (7), Tcheco (6,5), Souza (6,5) e Jadílson (6,5) (Reinaldo - 4,5); Jonas (5,5) e Alex Mineiro (5). Técnico: Celso Roth (6)
UNIVERSIDAD DE CHILE: Pinto (7,5), González (5), Rivera (5,5) e Olarra (5); Díaz (4,5), Seymour (5), Iturra (4,5) (Contreras - 5,5), Coronado (4,5) (Cuevas - 6) e Angel Rojas (4); Hernández (4,5) (González - 4,5) e Oliveira (5,5). Técnico: Sergio Markarián (4)
Mesmo que a vitória não tenha vindo, o Grêmio mostrou hoje que tem condições de lutar pelo título da Libertadores. O único pecado foi mesmo alguma imperícia nas conclusões, mas mesmo assim isso é questionável: se Jonas e Alex Mineiro realmente poderiam ter arrematado mais à meta de Pinto, é fato que em várias oportunidades a bola não entrou por mais azar e competência do goleiro chileno que erros do time gaúcho. Só Souza acertou o poste duas vezes.
Celso Roth optou por uma escalação ofensiva que acabou dando certo. Jadílson infernizou Díaz partindo de trás, mas dedicou-se a recuperar a bola sempre que a perdia. Na direita, Ruy foi quase um ponta, sem ter a quem marcar. A quem quiser entender como funciona um ala de verdade, sugiro que observem o posicionamento dele nos jogos do Grêmio. Faz a função com perfeição. Hoje, sem ter a quem marcar, foi praticamente um terceiro atacante. Adílson acabou sendo o melhor nome do time jogando de primeiro volante, e Tcheco provou de novo que pode realizar a segunda função e se soltar quando o time tem a bola. Resta saber se funcionará fora de casa.
O primeiro tempo do Grêmio foi quase perfeito, a não ser pela falta de gols. Dos 5 aos 15 minutos, a pressão tornou-se praticamente insuportável aos chilenos, que não conseguiam trocar dois passes sem ser acossados. Marcando a saída de jogo de cima, o tricolor impedia que a bola chegasse em Iturra, que foi praticamente nulo. Com a bola, o time de Roth aproveitava sua maior qualidade técnica e superava os adversários com tabelas ou na base da vitória pessoal. A pressão arrefeceu por momentos, mas sempre o time da Azenha teve maior iniciativa e esteve perto de marcar. Por alguns momentos, chegou a encher os olhos de quem via.
O segundo tempo começou ainda pior para a Universidad de Chile, que resistia graças às defesas de Pinto. O tricolor entrava na área com facilidade constrangedora, mas não marcava o tento. Sergio Markarián sentiu o pior e colocou Cuevas para tentar segurar Ruy, mas o ala gremista seguiu projetado, graças à boa cobertura de Adílson. Mas o gol não saía. Quando Tcheco fez corta-luz cinematográfico deixando Alex Mineiro na cara do gol e o centroavante perdeu a chance, pela primeira vez senti que o 0 a 0 seria o placar do jogo.
De fato, a partir daquele lance, aos 19 do segundo tempo, o Grêmio começou a se precipitar nas jogadas de ataque. Chutes de longe sem nenhum sentido começavam a surgir, cruzamentos na base do chuveirinho também. A bola queimava nos pés dos atacantes. Nem a expulsão de Rojas ajudou, até porque a tática ultradefensiva da Universidad de Chile permaneceu igual. O afobamento chegou até em Celso Roth, que encheu o time de atacantes e retirou zagueiros, fazendo uma espécie de 1-5-4 nos minutos finais. Não deu em nada, ainda que muitos outros gols tivessem sido perdidos. Cuevas ainda causou alguns momentos de pânico e o 0 a 0 persistiu, para alívio de Markarián. O experiente treinador uruguaio sai com 1 pontinho precioso do Olímpico, ainda mais porque seu time em momento algum marcou o Grêmio com eficiência. La U, mesmo com o empate, mostrou sérias deficiências na marcação: jamais achou o time gaúcho em campo.
Apesar do resultado e de algumas tentativas isoladas de cornetagem e vaia, os aplausos ao final dizem bem o que foi a partida. O Grêmio mostrou em sua estreia na Libertadores tudo aquilo que um candidato ao título precisa: jogou com muita raça, concentração e espírito de decisão, teve qualidade no toque de bola, na bola área ofensiva e defensiva, ideia equilibrada de time, alguma catimba e uma torcida fervorosa e participativa. Mas faltou o gol, e é isso que vai para a tabela. Ela, aliás, indica que o tricolor tem 1 ponto e, se perder em Tunja, já fica 5 atrás do Boyacá Chicó. Como ainda há o Aurora fora de casa, seria interessante jogar a quarta partida, em Porto Alegre, com pelo menos 5 pontos na classificação. Algo bem possível, pela atuação de hoje. Foi um resultado ruim, mas não tão preocupante assim. A lição que fica, muito claramente, é a de que perder gols em jogos de Libertadores custa muito caro.
Em tempo:
- Retorno ao Litoral nesta quinta, de onde retorno em definitivo no domingo. Não prometo posts a respeito de jogos, a não ser o provável Gre-Nal, se acontecer. Amanhã, o post de confirmação da primeira edição do Carta na Mesa de 2009.
Copa Libertadores da América 2009 - Primeira Fase - Grupo 7 - 1ª rodada
25/fevereiro/2009
GRÊMIO 0 x UNIVERSIDAD DE CHILE 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre
Árbitro: Martín Vázquez (URU)
Público: 33.431
Renda: R$ 638.572,00
Cartão amarelo: Alex Mineiro, Ruy, Rafael Marques, Iturra e Díaz
Expulsão: Rojas 24 do 2º
GRÊMIO: Victor (6), Léo (6) (Douglas Costa - 4,5), Réver (6) e Rafael Marques (6) (Fábio Santos - sem nota); Ruy (6), Adílson (7), Tcheco (6,5), Souza (6,5) e Jadílson (6,5) (Reinaldo - 4,5); Jonas (5,5) e Alex Mineiro (5). Técnico: Celso Roth (6)
UNIVERSIDAD DE CHILE: Pinto (7,5), González (5), Rivera (5,5) e Olarra (5); Díaz (4,5), Seymour (5), Iturra (4,5) (Contreras - 5,5), Coronado (4,5) (Cuevas - 6) e Angel Rojas (4); Hernández (4,5) (González - 4,5) e Oliveira (5,5). Técnico: Sergio Markarián (4)
Comentários
quanto ao grêmio, adílson foi mesmo estranhamente bem. gostei do JORRAS no primeiro tempo.
NÃO INTERESSA QUE ELE TENHA ENTRADO FORA DE FUNÇÃO E JOGADO POUCO TEMPO.
As alterações de Roth acabaram com qualquer chance do Grêmio fazer um gol. O correto, por incrível que pareça, seria mesmo tirar o Alex Mineiro.
se não tirar um centroavante, não tem a possibilidade de fazer o gol?
Adílson, Tcheco e Ruy fizeram partidas gigantescas. Réver, que estava com proteção antes do jogo, acabou curiosamente sendo o único zagueiro gremista no final da partida. Não pude ver direito o lance do primeiro pênalti, pois estava muito longe, mas o segundo foi na minha frente e foi CLAMOROSO. E pelo volume de jogo e pela quantidade de bolas na trave e/ou salvas no último instante pelo Pinto (goleiro desgraçado!), dava para ser uns 4 a 0, brincando. Pena que não deu, mas concordo: o Grêmio está forte, e dá para acreditar numa campanha boa na Libertadores. Mesmo com esse tropeço inicial.
O que houve, pra mim, foi uma CLAMOROSA necessidade de se tirar o Alex Mineiro e substituí-lo por OUTRO atacante, mas Roth ficou com medo de ser chamado de retranqueiro e jogou o time todo pra frente de maneira atabalhoada. Desde que empilhou gente na frente e tirou os de trás, desorganizado o time, o Grêmio só chegou na base do balão pra área ou no chute de longa-longuíssima distância, naquele abafa desesperado. O que foi um erro, pois o time estava claramente ENCAIXADO. Se está TUDO certo MENOS a falta de gols, o que mudar, então? O ESQUEMA TODO? Ou a peça final? Me parece bastante claro.
Aliás, todos temem que ele seja a reedição de Bruno Soneca.
Acho que o Grêmio tem que continuar jogando no 3-5-2, pelo simples fato de que faltam meio-campistas. Senão, um 4-4-2 poderia ser mais eficiente.
O próximo jogo será vital, pelo simples fato de que pode valer a liderança. Mas também porque nos dará a real dimensão da qualidade (ou não) do Boyacá Chicó. Eu tenho plena convicção de que o Grêmio poderá vencer os dois jogos fora.
Preocupante é o Grêmio ter jogado bem os dois jogos importantes no ano (Grenal e ontem), criar chances e não conseguir o resultado.
La U vai receber o Aurora, e é certo que ganha. Assim, Boyacá e Universidad, que vão ter 4 pontos, vão se enfrentar duas vezes. Nessas duas, o Grêmio pega o Aurora. Aí sim, são dois jogos pra seis pontos e pra encaminhar classificação.
Mas concordo com o Lourenço. Nas duas partidas mais importantes do ano, o Grêmio foi melhor, teve mais volume de jogo, atacou mais, mas não soube representar isso no escore. E de novo com o mesmo problema de ano passado: atacantes não conseguindo concluir.
Não chega a ser preocupante agora, visto que Herrera e Maxi López ainda estão por estrear. Vai ser se esses dois não corresponderem também.
O resto do time eu acho que jogou muito, especialmente o meio-campo. (J)Adílson jogaram demais, e se seguirem esse ritmo, são titulares incontestáveis.
leio o post depois.
Alex Mineiro e Jonas têm se mostrado jogadores bem mais de tabelas que de conclusão.
Vários jogadores do Grêmio estão chutando muito bem de fora da área. Mas também tá faltando um pouco mais de calma nesse tipo de conclusão. É preciso dar mais direção e esperar a situação certa.
Quando se opta por jogar a morrer initerruptamente tu TEM que marcar os gols. Errando assim, contra um time de maior qualidade, o Grêmio teria perdido uma partida em que teve ótima atuação e esmagou.
fdifhufdhufdipuhdapuidhfdpaiudhfui
1-5-4? Nem no tempo que se amarrava cachorro com linguiça se jogava assim!
2) se o gremio tivesse pressionado menos, teria marcado.
3) nesse jogo, o gremio teve mais chances de gol que todo o campeonato brasileiro de 2008.
4) 80% dos gols do gremio em 2008 NAO sairam de CHANCES de gol.
KSDJHASLKDJF