A tarde dos carecas
Capão da Canoa
Um jogo que prometia fortíssimas emoções após seus 7 primeiros e conturbados minutos acabou transcorrendo de forma tranquila e até sonolenta em alguns momentos. Comandado por seus "calvos", Ruy e Alex Mineiro, o tricolor sobrou diante do Juventude, e espantou o fantasma da eliminação do Gauchão de 2008. E não foi apenas os carequinhas os responsáveis pela vitória. Alguns erros de arbitragem favoreceram o tricolor e influíram no resultado.
Logo a 1 minuto, Fábio Santos erra um passe e arma contra-golpe para o Juventude. Ivo passa por Réver na velocidade e fica na cara de Victor, que não tem nada a fazer senão derrubá-lo. Falta e expulsão merecida. Celso Roth é obrigado a tirar alguém do time, e opta por Jonas, para a entrada de Marcelo Grohe. O time ficou num 3-5-1, o que obrigaria Souza a encostar mais em Alex Mineiro, agora sem parceiro de ataque.
E foi justamente numa roubada de Souza que as coisas mudaram. Após ganhar dividida no meio-campo, ele lança Alex Mineiro, que foi derrubado por Alex Martins. Era o último homem, mas a falta, além de ser discutível (até considero que tenha ocorrido, mas não foi tão clara), não parece ter impedido uma clara e manifesta possibilidade de gol, porque Alex corria à frente, mas vários defensores poderiam acompanhá-lo. Não chega a ser um erro de Márcio Chagas da Silva tecnicamente falando, mas foi uma interpretação "amiga" para o Grêmio e claramente veio no sentido de compensar a expulsão-relâmpago de Victor.
Com 10 contra 10, o Grêmio tomou conta do jogo e, a partir daí, mereceu a vitória. Adílson fez muito boa partida como primeiro homem no 3-5-2 (1), marcando bem e saindo para o jogo com personalidade e confiança. O problema é que Tcheco, com funções mais defensivas, decresce sua produção na criação, uma qualidade que talvez o time precise (daí minha defesa ao 4-4-2, quando Willian Magrão tinha condições). Fábio Santos, talvez abalado pelo erro crasso que originou a expulsão do goleiro, foi muito discreto. Vieram através dos carequinhas, porém, os gols tricolores.
No primeiro, Ruy recebeu excelente lançamento de Souza, aproveitou a falha de Gatti para encobri-lo, e Alex Mineiro, oportunista, só empurrou para as redes. Eram 29 minutos, e o time foi para o intervalo com a tranquilidade da vantagem. Houve um pênalti de Réver em Ivo sonegado pela arbitragem, que ainda errou dois impedimentos, todas situações que poderiam mudar o jogo.
No segundo tempo, com Diogo no lugar de Réver, que sentira lesão, o time jogou num 4-4-1 que seguiu anulando o Juventude. A diminuição no ritmo era naturalíssima: fazia um calor extremo, há jogo de Libertadores na quarta, haverá maratona de jogos semana que vem. O próprio Alex Mineiro, em entrevista pós-jogo, confrimou que era impossível não pensar na Universidad de Chile antes de dar um pique maior em busca de uma bola improvável. Foi dele também o segundo gol, em tabela maravilhosa de Léo que teve calcanhar magistral de Ruy.
O Grêmio chega forte para a estreia da Libertadores, onde Celso Roth deverá jogar no 3-5-2 deste sábado. Um esquema que funcionou bem, e ainda tem a variante do 4-4-2. Há opções de ataque, algumas posições que estavam em dúvida (como a lateral-esquerda) já têm titulares definidos. As perspectivas são boas. Em quase todas as partidas do ano a equipe mostrou cara de time, defesa sólida e muita criação de jogadas de ataque, com tabelamentos inteligentes e jogadores de qualidade na frente. Falta agora, depois de vários ensaios fevereiro afora, botar tudo isto em prática na hora que realmente interessa. É quarta, no Olímpico, depois da novela.
Campeonato Gaúcho 2009 - Taça Fernando Carvalho - Quartas de final
21/fevereiro/2009
GRÊMIO 2 x JUVENTUDE 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Márcio Chagas da Silva
Público: 10.846
Renda: R$ 154.150,00
Gols: Alex Mineiro 29 do 1º; Alex Mineiro 34 do 2º
Cartão amarelo: Ruy, Souza, Juan Pérez e Zezinho
Expulsão: Victor 1 e Alex Moraes 7 do 1º
GRÊMIO: Victor (sem nota), Léo (6), Réver (5) e Rafael Marques (6); Ruy (7,5), Adílson (6,5), Tcheco (5,5) (Makelele, 28 do 2º - 5,5), Souza (6) e Fábio Santos (4,5); Jonas (sem nota) (Marcelo Grohe, 4 do 1º - 6) e Alex Mineiro (7,5). Técnico: Celso Roth (6)
JUVENTUDE: Gatti (4,5), Luiz Felipe (5,5), Alex Moraes (sem nota), Da Silva (4,5) e Cicinho (4,5); Renan (5), Juan Pérez (5,5), Walker (5) (Mineiro, 20 do 2º - 5), Francismar (5,5); Ivo (6) (Zezinho, 31 do 2º - 5) e Alisson (4,5) (Diego Rosa, 11 do 2º - 4,5). Técnico: Valteir Franco (4,5)
Um jogo que prometia fortíssimas emoções após seus 7 primeiros e conturbados minutos acabou transcorrendo de forma tranquila e até sonolenta em alguns momentos. Comandado por seus "calvos", Ruy e Alex Mineiro, o tricolor sobrou diante do Juventude, e espantou o fantasma da eliminação do Gauchão de 2008. E não foi apenas os carequinhas os responsáveis pela vitória. Alguns erros de arbitragem favoreceram o tricolor e influíram no resultado.
Logo a 1 minuto, Fábio Santos erra um passe e arma contra-golpe para o Juventude. Ivo passa por Réver na velocidade e fica na cara de Victor, que não tem nada a fazer senão derrubá-lo. Falta e expulsão merecida. Celso Roth é obrigado a tirar alguém do time, e opta por Jonas, para a entrada de Marcelo Grohe. O time ficou num 3-5-1, o que obrigaria Souza a encostar mais em Alex Mineiro, agora sem parceiro de ataque.
E foi justamente numa roubada de Souza que as coisas mudaram. Após ganhar dividida no meio-campo, ele lança Alex Mineiro, que foi derrubado por Alex Martins. Era o último homem, mas a falta, além de ser discutível (até considero que tenha ocorrido, mas não foi tão clara), não parece ter impedido uma clara e manifesta possibilidade de gol, porque Alex corria à frente, mas vários defensores poderiam acompanhá-lo. Não chega a ser um erro de Márcio Chagas da Silva tecnicamente falando, mas foi uma interpretação "amiga" para o Grêmio e claramente veio no sentido de compensar a expulsão-relâmpago de Victor.
Com 10 contra 10, o Grêmio tomou conta do jogo e, a partir daí, mereceu a vitória. Adílson fez muito boa partida como primeiro homem no 3-5-2 (1), marcando bem e saindo para o jogo com personalidade e confiança. O problema é que Tcheco, com funções mais defensivas, decresce sua produção na criação, uma qualidade que talvez o time precise (daí minha defesa ao 4-4-2, quando Willian Magrão tinha condições). Fábio Santos, talvez abalado pelo erro crasso que originou a expulsão do goleiro, foi muito discreto. Vieram através dos carequinhas, porém, os gols tricolores.
No primeiro, Ruy recebeu excelente lançamento de Souza, aproveitou a falha de Gatti para encobri-lo, e Alex Mineiro, oportunista, só empurrou para as redes. Eram 29 minutos, e o time foi para o intervalo com a tranquilidade da vantagem. Houve um pênalti de Réver em Ivo sonegado pela arbitragem, que ainda errou dois impedimentos, todas situações que poderiam mudar o jogo.
No segundo tempo, com Diogo no lugar de Réver, que sentira lesão, o time jogou num 4-4-1 que seguiu anulando o Juventude. A diminuição no ritmo era naturalíssima: fazia um calor extremo, há jogo de Libertadores na quarta, haverá maratona de jogos semana que vem. O próprio Alex Mineiro, em entrevista pós-jogo, confrimou que era impossível não pensar na Universidad de Chile antes de dar um pique maior em busca de uma bola improvável. Foi dele também o segundo gol, em tabela maravilhosa de Léo que teve calcanhar magistral de Ruy.
O Grêmio chega forte para a estreia da Libertadores, onde Celso Roth deverá jogar no 3-5-2 deste sábado. Um esquema que funcionou bem, e ainda tem a variante do 4-4-2. Há opções de ataque, algumas posições que estavam em dúvida (como a lateral-esquerda) já têm titulares definidos. As perspectivas são boas. Em quase todas as partidas do ano a equipe mostrou cara de time, defesa sólida e muita criação de jogadas de ataque, com tabelamentos inteligentes e jogadores de qualidade na frente. Falta agora, depois de vários ensaios fevereiro afora, botar tudo isto em prática na hora que realmente interessa. É quarta, no Olímpico, depois da novela.
Campeonato Gaúcho 2009 - Taça Fernando Carvalho - Quartas de final
21/fevereiro/2009
GRÊMIO 2 x JUVENTUDE 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Márcio Chagas da Silva
Público: 10.846
Renda: R$ 154.150,00
Gols: Alex Mineiro 29 do 1º; Alex Mineiro 34 do 2º
Cartão amarelo: Ruy, Souza, Juan Pérez e Zezinho
Expulsão: Victor 1 e Alex Moraes 7 do 1º
GRÊMIO: Victor (sem nota), Léo (6), Réver (5) e Rafael Marques (6); Ruy (7,5), Adílson (6,5), Tcheco (5,5) (Makelele, 28 do 2º - 5,5), Souza (6) e Fábio Santos (4,5); Jonas (sem nota) (Marcelo Grohe, 4 do 1º - 6) e Alex Mineiro (7,5). Técnico: Celso Roth (6)
JUVENTUDE: Gatti (4,5), Luiz Felipe (5,5), Alex Moraes (sem nota), Da Silva (4,5) e Cicinho (4,5); Renan (5), Juan Pérez (5,5), Walker (5) (Mineiro, 20 do 2º - 5), Francismar (5,5); Ivo (6) (Zezinho, 31 do 2º - 5) e Alisson (4,5) (Diego Rosa, 11 do 2º - 4,5). Técnico: Valteir Franco (4,5)
Comentários
Esse Ruy até agora é o maior acerto da direção gremista. Tá jogando muita bola. wedext
Roberto Gomez Bolaños fez 80 anos.
Segundo a EFE, está escrevendo três livros, um deles sobre futebol. Fiquei curioso.
Também nao gosto de Tcheco jogando recuado, mas acho que o Roth ficou sem opções. Vai ter que ser 3-5-2 com Adilson de 1ºvolante. Diogo nao mostrou futebol para ser titular.
A postura do Juventude, sejamos sinceros, ajudou muito o Grêmio. Sempre atrás, sem explosão, sem alternativas de ataque, preso num esqueminha chocho do tipo "vamos tentar não perder muito feio". O Grêmio nem precisou jogar muito para triunfar, porque realmente o adversário não impôs muita resistência.
E agora é quarta feira. Vai ser um FRISSO(n) no Olímpico (sim, verificação etc etc) =P
Sobre a expulsão do Alex Moraes, ouvi muita gente da Gaúcha falando que não interessava essa questão de último homem, e sim a chance clara de gol. O Alex Mineiro tava de frente pro gol, adentrando a área, e o zagueiro foi pra derrubar o atacante.
Não concordei com a mudança que o Roth fez, tirando o Jonas logo no início de jogo. Ok, ele provou estar certo - embora, na minha opinião, tenha sido mais questão de sorte, pois dez minutos depois o zagueiro do Juventude foi expulso também e igualou tudo. Só que fiquei pensando como seria se estivéssemos jogando contra um adversário mais forte na Libertadores e ele tomasse essa decisão de tirar o artilheiro do time...
Natusch, acho que o Juventude não adotou postura ofensiva porque simplesmente não teve capacidade para tal. O time é realmente muito fraco. E aposto que, mesmo que não tivesse tido um jogador expulso, se viesse para cima do Grêmio em busca da vitória, levaria goleada.
Abraços a todos.