Pouco a comemorar
Os torcedores do São Paulo que foram na noite desta quarta ao Morumbi voltaram com dois consolos que os ajudarão a suportar o 1 a 1 da estreia na Libertadores diante do Independiente Medellín: uma é a coincidência de que nas três conquistas continentais do clube em nenhuma a primeira partida foi de vitória; outra é que o empate veio só aos 48 do segundo tempo, num golaço de Borges. Até ali, o que aparecia no horizonte era uma inesperada derrota em casa.
O Independiente confirmou hoje aquilo que se vê de longe quando olhamos os resultados diante do Peñarol, na fase preliminar: trata-se de um bom time. Tem muita consistência defensiva e homens habilidosos na frente. Teve o indiscutível mérito de parar o tricolor, mas o São Paulo teve também muitos méritos em deixar que apenas dois contra-golpes colombianos terem sido executados nos 90 minutos.
No primeiro tempo, a escalação clássica do time tricampeão brasileiro, o 3-5-2 com Washington e Renato Silva nos lugares de Dagoberto e Rodrigo. Hernanes assumiu de vez a postura de meia, sendo o centralizador de quase todas as jogadas processadas pelo time. Joga na segunda linha do meio, à frente do excelente Jean, ao lado dos alas Zé Luís e Jorge Wagner e um pouco atrás de Hugo, com quem tabela em busca dos chutes de longa distância e do abastecimento aos dois homens de frente. É, na teoria, uma estratégia sólida, mas que foi muito bem brecada pelo time colombiano, que entrou também no 3-5-2 e contou com uma fortíssima marcação nos meias pauistas, muito bem executada pelos volantes Restrepo e Juan Ortiz.
O São Paulo, então, apelou para o chuveirinho, sua conhecida arma nos momentos em que precisava pontuar mas não conseguia jogar tanto no último Brasileirão. O Independiente cedeu literalmente mais de uma dúzia de escanteios, e era neles que o tricolor criou suas oporutnidades. Mesmo assim, a defesa levava vantagem na maioria das vezes, com uma ótima participação de Vanegas e Andrés Ortiz, além do goleiro Bobadilla, que foi aquele seguro e por vezes milagroso da seleção paraguaia, e não o arqueiro inseguro e desastrado dos tempos de Boca Juniors. No único contra-golpe encaixado no primeiro tempo, o time colombiano quase abriu o placar: André Dias deu de carrinho para trás e só não fez gol contra por milagre de Bosco.
No segundo tempo, o São Paulo melhorou bastante. Muricy conseguiu aproximar os homens de frente, fazendo com que Hugo e Hernanes tabelassem mais frequentemente. O meia esquerda quase marcou em chutes potentes, foi o melhor são-paulino hoje. O Independiente se segurava como podia. Faltavam, porém, os dois atacantes entrarem no jogo. Muricy, porém, quase pôs tudo a perder ao retirar erradamente Hugo para a entrada de Dagoberto. Apesar de ousada, a troca só piorou tudo. Além de sair o melhor jogador ofensivo do time hoje, Borges e Washington seguiam apáticos. O time ficou num 3-4-3, sem melhorar ofensivamente, mas agora oferecendo mais espaços aos colombianos. Santiago Escobar percebeu a brecha e colocou o rápido Arias em campo. No segundo contra-ataque do time no jogo, ele recebeu do centroavante Martínez e fuzilou Bosco. Muricy colocou Arouca e André Lima no desespero, formando a equipe num 4-2-4 para os minutos finais. No abafa, uma saída vacilante de Bobadilla permitiu o cruzamento de Dagoberto e o gol salvador de Borges, a 1 minuto do fim.
A estreia foi ruim, ainda que a atuação não tenha sido de todo má. Foram 25 minutos bons e 65 insuficientes. O resultado é ruim, o adversário mostrou qualidades. Para quem ainda dá de barbada a classificação são-paulina às oitavas, é bom rever alguns conceitos.
Copa Libertadores da América 2009 - Primeira Fase - Grupo 4 - 1ª rodada
18/fevereiro/2009
SÃO PAULO 1 x INDEPENDIENTE MEDELLÍN 1
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Sérgio Pezzota (ARG)
Público: 30.375
Renda: R$ 631.375,00
Gols: Arias 34 e Borges 47 do 2º
Cartão amarelo: Renato Silva, Borges, André Dias, Martínez, Juan Ortiz e Castillo
SÃO PAULO: Bosco (6), André Dias (5), Renato Silva (5) (André Lima, 42 do 2º - sem nota) e Miranda (5,5); Zé Luís (4,5) (Arouca, 39 do 2º - sem nota), Jean (6,5), Hernanes (5,5), Hugo (6) (Dagoberto, 19 do 2º - 5,5) e Jorge Wagner (5,5); Borges (6) e Washington (4,5). Técnico: Muricy Ramalho (4,5).
INDEPENDIENTE MEDELLÍN: Bobadilla (7), Vanegas (7), Andrés Ortiz (6) e Muriel (5,5); Corredor (5,5), Restrepo (6), Juan Ortiz (6,5), Candía (4,5) (Castillo, 28 do 2º - 4,5) e Benítez (5,5); Martínez (5,5) e Cabrera (5) (Arias, 29 do 2º - 6,5). Técnico: Santiago Escobar (6,5)
Foto: Vipcomm
O Independiente confirmou hoje aquilo que se vê de longe quando olhamos os resultados diante do Peñarol, na fase preliminar: trata-se de um bom time. Tem muita consistência defensiva e homens habilidosos na frente. Teve o indiscutível mérito de parar o tricolor, mas o São Paulo teve também muitos méritos em deixar que apenas dois contra-golpes colombianos terem sido executados nos 90 minutos.
No primeiro tempo, a escalação clássica do time tricampeão brasileiro, o 3-5-2 com Washington e Renato Silva nos lugares de Dagoberto e Rodrigo. Hernanes assumiu de vez a postura de meia, sendo o centralizador de quase todas as jogadas processadas pelo time. Joga na segunda linha do meio, à frente do excelente Jean, ao lado dos alas Zé Luís e Jorge Wagner e um pouco atrás de Hugo, com quem tabela em busca dos chutes de longa distância e do abastecimento aos dois homens de frente. É, na teoria, uma estratégia sólida, mas que foi muito bem brecada pelo time colombiano, que entrou também no 3-5-2 e contou com uma fortíssima marcação nos meias pauistas, muito bem executada pelos volantes Restrepo e Juan Ortiz.
O São Paulo, então, apelou para o chuveirinho, sua conhecida arma nos momentos em que precisava pontuar mas não conseguia jogar tanto no último Brasileirão. O Independiente cedeu literalmente mais de uma dúzia de escanteios, e era neles que o tricolor criou suas oporutnidades. Mesmo assim, a defesa levava vantagem na maioria das vezes, com uma ótima participação de Vanegas e Andrés Ortiz, além do goleiro Bobadilla, que foi aquele seguro e por vezes milagroso da seleção paraguaia, e não o arqueiro inseguro e desastrado dos tempos de Boca Juniors. No único contra-golpe encaixado no primeiro tempo, o time colombiano quase abriu o placar: André Dias deu de carrinho para trás e só não fez gol contra por milagre de Bosco.
No segundo tempo, o São Paulo melhorou bastante. Muricy conseguiu aproximar os homens de frente, fazendo com que Hugo e Hernanes tabelassem mais frequentemente. O meia esquerda quase marcou em chutes potentes, foi o melhor são-paulino hoje. O Independiente se segurava como podia. Faltavam, porém, os dois atacantes entrarem no jogo. Muricy, porém, quase pôs tudo a perder ao retirar erradamente Hugo para a entrada de Dagoberto. Apesar de ousada, a troca só piorou tudo. Além de sair o melhor jogador ofensivo do time hoje, Borges e Washington seguiam apáticos. O time ficou num 3-4-3, sem melhorar ofensivamente, mas agora oferecendo mais espaços aos colombianos. Santiago Escobar percebeu a brecha e colocou o rápido Arias em campo. No segundo contra-ataque do time no jogo, ele recebeu do centroavante Martínez e fuzilou Bosco. Muricy colocou Arouca e André Lima no desespero, formando a equipe num 4-2-4 para os minutos finais. No abafa, uma saída vacilante de Bobadilla permitiu o cruzamento de Dagoberto e o gol salvador de Borges, a 1 minuto do fim.
A estreia foi ruim, ainda que a atuação não tenha sido de todo má. Foram 25 minutos bons e 65 insuficientes. O resultado é ruim, o adversário mostrou qualidades. Para quem ainda dá de barbada a classificação são-paulina às oitavas, é bom rever alguns conceitos.
Copa Libertadores da América 2009 - Primeira Fase - Grupo 4 - 1ª rodada
18/fevereiro/2009
SÃO PAULO 1 x INDEPENDIENTE MEDELLÍN 1
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Sérgio Pezzota (ARG)
Público: 30.375
Renda: R$ 631.375,00
Gols: Arias 34 e Borges 47 do 2º
Cartão amarelo: Renato Silva, Borges, André Dias, Martínez, Juan Ortiz e Castillo
SÃO PAULO: Bosco (6), André Dias (5), Renato Silva (5) (André Lima, 42 do 2º - sem nota) e Miranda (5,5); Zé Luís (4,5) (Arouca, 39 do 2º - sem nota), Jean (6,5), Hernanes (5,5), Hugo (6) (Dagoberto, 19 do 2º - 5,5) e Jorge Wagner (5,5); Borges (6) e Washington (4,5). Técnico: Muricy Ramalho (4,5).
INDEPENDIENTE MEDELLÍN: Bobadilla (7), Vanegas (7), Andrés Ortiz (6) e Muriel (5,5); Corredor (5,5), Restrepo (6), Juan Ortiz (6,5), Candía (4,5) (Castillo, 28 do 2º - 4,5) e Benítez (5,5); Martínez (5,5) e Cabrera (5) (Arias, 29 do 2º - 6,5). Técnico: Santiago Escobar (6,5)
Foto: Vipcomm
Comentários
Em 2007 foi assim também: empataram em 0x0 contra um estreante de Libertadores. Depois, a gente sabe o que aconteceu.
Ahhhh...
Não reparei isso ontem, mas o Restrepo é o mesmo de 2003?
Sim, André, é o mesmo Restrepo. Dá uma olhada:
http://es.wikipedia.org/wiki/John_Javier_Restrepo
Boa lembrança. Deve ser por isso que no Rio de Janeiro o estadual não é Campeonato Fluminense, e sim Carioca.
usdsudhsuhduhsduhasd