Mau resultado, boas notícias
A vitória de 3 a 0 do Boyacá Chicó sobre o Aurora, em pleno Félix Capriles, foi o pior resultado possível para o Grêmio nesta abertura de Libertadores. Claro, nada que seja terrível ou assustador, já que o tricolor nem entrou em campo ainda - e tampouco deve ter sua vaga seriamente ameaçada. Mas o fato é que o time colombiano receberá o tricolor na próxima rodada embalado por estreia vitoriosa, fora de casa e de goleada. E será, sem dúvida, aquele time que tentará roubar uma das vagas dos dois teóricos favoritos da chave, que se defrontarão em Porto Alegre no dia 25.
Os primeiros minutos deram uma impressão de que o Aurora venceria e era superior. Foram cerca de 25 minutos de ataques construídos com grande facilidade, e era justamente ali que as fragilidades das duas equipes foram expostas a olho nu: os bolivianos até chegavam bem, mas têm seriíssimas deficiências nas conclusões. Hurtado é um ala rápido capaz de boas combinações com o articulador Cardozo e com o centroavante Paredes, mas falta acabamento. Estes ataques só se consumavam pela fragilidade assustadora dos colombianos, que chegavam a rebater a bola para a meia-lua da área, permitindo arremates de frente para o goleiro Velásquez, este sim bom jogador.
Depois de perder três ou quatro chances, o Aurora sofreu com os contra-golpes, e ficou nítido que o Boyacá Chicó é mais time fisicamente e tecnicamente. Girón é rápido, Nuñez é forte e cabeceador. O time da Colômbia teve ataques somente nos últimos 15 minutos, e todos foram grandes chances, construídos pela habilidade de seus jogadores e pela ruindade do Aurora. Quem olhar o jogo e se lembrar da Nigéria, terá a mesma impressão que eu tive: isto se deve tanto ao uniforme muito semelhante quanto à aparência de alguns jogadores, altos, fortes e ao mesmo tempo lisos e inconsequentes. Depois de alguns milagres do muito bom goleiro Dulcich, Tapia cobrou falta que lembrou Bustos na Libertadores de 2007 pelo Cucuta, com perfeição. A altitude se fez clara ali, pois a bola entrou direto, sem cair e muito rápida. Que Victor tome cuidado e que o tricolor evite faltas perto da área contra o Boyacá Chicó.
No segundo tempo, Baldivieso arriscou tudo e encheu o time de atacantes. Logo no intervalo, já trocou o esquema de 3-5-2 para um 4-3-3. Aos 13 minutos, outra alteração ofensivista. O Aurora não levou mais perigo que no primeiro tempo e ainda se viu exposto. Aos 34, Tapia deu outro chutaço maravilhoso e ampliou. No finzinho, Mahecha ampliou. Garrafas pet eram atiradas a rodo pelo público local, e o árbitro peruano certamente anotou na súmula, o que pode causar uma interdição do estádio em Cochabamba.
O que dá para resumir disso tudo para os gremistas? Quiçá, algumas previsões. Pelo pouco que mostraram defensivamente, ambos devem ser batidos no Olímpico, o Aurora até com facilidade, mesmo que seu 3-5-2 seja comedido. Fora de casa, a vitória na Bolívia é bem possível. A goleada dos colombianos dá ao Grêmio plena condição de vencer em Cochabamba, onde a altitude pode influenciar tecnicamente, mas não tanto fisicamente. O jogo na Colômbia, sim, será mais complicado. Tanto pelo histórico tricolor de nunca ter vencido lá quanto pela qualidade razoável apresentada pelo time de Alberto Gamero. Mas entrando com cautela, porém sem medo, até os três pontos são possíveis. Empate não será desprezível, desde que o time vença a Universidad de Chile na estreia, daqui a duas semanas.
Copa Libertadores da América 2009 - Primeira Fase - Grupo 7 - 1ª rodada
10/fevereiro/2009
AURORA 0 x BOYACÁ CHICÓ 3
Local: Félix Capriles, Cochabamba (BOL)
Árbitro: Victor Carrillo (PER)
Público: 12.143
Gols: Tapia 44 do 1º; Tapia 34 e Mahecha 45 do 2º
Cartão amarelo: Hurtado, Leonforte, Paredes, Tapia, López (BOY), Girón e Ramírez
Expulsão: Huayhuata 37 do 2º
AURORA: Dulcich (6), Huayhuata (4), Edson Zenteno (4,5) e Leonforte (6) (Mendez, intervalo - 4); Rodríguez (5,5) (López, 13 do 2º - 4,5), Christian Fernández (5), Edward Zenteno (4,5), Cardozo (4,5) e Hurtado (5); Oliver Fernández (4,5) (Sossa, intervalo - 5,5) e Paredes (5). Técnico: Julio César Baldivieso (4)
BOYACÁ CHICÓ: Velásquez (7), Pino (5,5), Galicia (5), García (5) e Madera (5,5); López (5,5), Mahecha (6,5), Móvil (5,5) e Tapia (8) (Palacios, 44 do 2º - sem nota); Girón (5,5) (Asprilla, 43 do 2º - sem nota) e Nuñez (5,5) (Ramírez, 19 do 2º - 5,5). Técnico: Alberto Gamero (6,5)
Os primeiros minutos deram uma impressão de que o Aurora venceria e era superior. Foram cerca de 25 minutos de ataques construídos com grande facilidade, e era justamente ali que as fragilidades das duas equipes foram expostas a olho nu: os bolivianos até chegavam bem, mas têm seriíssimas deficiências nas conclusões. Hurtado é um ala rápido capaz de boas combinações com o articulador Cardozo e com o centroavante Paredes, mas falta acabamento. Estes ataques só se consumavam pela fragilidade assustadora dos colombianos, que chegavam a rebater a bola para a meia-lua da área, permitindo arremates de frente para o goleiro Velásquez, este sim bom jogador.
Depois de perder três ou quatro chances, o Aurora sofreu com os contra-golpes, e ficou nítido que o Boyacá Chicó é mais time fisicamente e tecnicamente. Girón é rápido, Nuñez é forte e cabeceador. O time da Colômbia teve ataques somente nos últimos 15 minutos, e todos foram grandes chances, construídos pela habilidade de seus jogadores e pela ruindade do Aurora. Quem olhar o jogo e se lembrar da Nigéria, terá a mesma impressão que eu tive: isto se deve tanto ao uniforme muito semelhante quanto à aparência de alguns jogadores, altos, fortes e ao mesmo tempo lisos e inconsequentes. Depois de alguns milagres do muito bom goleiro Dulcich, Tapia cobrou falta que lembrou Bustos na Libertadores de 2007 pelo Cucuta, com perfeição. A altitude se fez clara ali, pois a bola entrou direto, sem cair e muito rápida. Que Victor tome cuidado e que o tricolor evite faltas perto da área contra o Boyacá Chicó.
No segundo tempo, Baldivieso arriscou tudo e encheu o time de atacantes. Logo no intervalo, já trocou o esquema de 3-5-2 para um 4-3-3. Aos 13 minutos, outra alteração ofensivista. O Aurora não levou mais perigo que no primeiro tempo e ainda se viu exposto. Aos 34, Tapia deu outro chutaço maravilhoso e ampliou. No finzinho, Mahecha ampliou. Garrafas pet eram atiradas a rodo pelo público local, e o árbitro peruano certamente anotou na súmula, o que pode causar uma interdição do estádio em Cochabamba.
O que dá para resumir disso tudo para os gremistas? Quiçá, algumas previsões. Pelo pouco que mostraram defensivamente, ambos devem ser batidos no Olímpico, o Aurora até com facilidade, mesmo que seu 3-5-2 seja comedido. Fora de casa, a vitória na Bolívia é bem possível. A goleada dos colombianos dá ao Grêmio plena condição de vencer em Cochabamba, onde a altitude pode influenciar tecnicamente, mas não tanto fisicamente. O jogo na Colômbia, sim, será mais complicado. Tanto pelo histórico tricolor de nunca ter vencido lá quanto pela qualidade razoável apresentada pelo time de Alberto Gamero. Mas entrando com cautela, porém sem medo, até os três pontos são possíveis. Empate não será desprezível, desde que o time vença a Universidad de Chile na estreia, daqui a duas semanas.
Copa Libertadores da América 2009 - Primeira Fase - Grupo 7 - 1ª rodada
10/fevereiro/2009
AURORA 0 x BOYACÁ CHICÓ 3
Local: Félix Capriles, Cochabamba (BOL)
Árbitro: Victor Carrillo (PER)
Público: 12.143
Gols: Tapia 44 do 1º; Tapia 34 e Mahecha 45 do 2º
Cartão amarelo: Hurtado, Leonforte, Paredes, Tapia, López (BOY), Girón e Ramírez
Expulsão: Huayhuata 37 do 2º
AURORA: Dulcich (6), Huayhuata (4), Edson Zenteno (4,5) e Leonforte (6) (Mendez, intervalo - 4); Rodríguez (5,5) (López, 13 do 2º - 4,5), Christian Fernández (5), Edward Zenteno (4,5), Cardozo (4,5) e Hurtado (5); Oliver Fernández (4,5) (Sossa, intervalo - 5,5) e Paredes (5). Técnico: Julio César Baldivieso (4)
BOYACÁ CHICÓ: Velásquez (7), Pino (5,5), Galicia (5), García (5) e Madera (5,5); López (5,5), Mahecha (6,5), Móvil (5,5) e Tapia (8) (Palacios, 44 do 2º - sem nota); Girón (5,5) (Asprilla, 43 do 2º - sem nota) e Nuñez (5,5) (Ramírez, 19 do 2º - 5,5). Técnico: Alberto Gamero (6,5)
Foto: EFE
Comentários
Se o nosso criativo treinador não colocar 30 na defesa e 6.000 no meio campo, temos todas as condições de passar.
Talvez o Aurora se configure no saca de pancadas e fiel da balança do grupo. Caso isso se confirme o Grêmio passa a ter obrigação de fazer 6 pontos contra os bolivianos.
nossa.
chico para setorista da segunda divisão boliviana DJÁ!
Eu também achei uma boa partida, no sentido de que não foi sonolenta, teve chances de gol pros dois lados. Tecnicamente sim, fraquíssima.
Concordo com o André. Até comentei com o Luís Felipe hoje de manhã que não vejo o Grêmio perdendo mais do que cinco pontos neste grupo. Se for muito mal, perde seis, deixando de empatar com o Boyacá. A pontuação do terceiro tende a ser alta, porque o Aurora realmente é inferior. Algo tipo o grupo do Inter na Libertadores de 2007, quando ficou de fora fazendo 10 pontos com o Emelec na lanterna com 3.
=P
Eu não. Sou mais de uma bochinha, bem de velho.
Verificação: NESSESS