Perto, mas longe
Ouvir rádios locais é um excelente instrumento antropológico, e ouvir uma transmissão de futebol por elas não foge disto. Domingo, antes de começar a partida entre São José e Internacional, ouvi pela Rádio Cultura de Joinville o primeiro tempo do duelo entre o Joinville e o Figueirense, pela 3ª rodada do Campeonato Catarinense. E achei a experiência tão interessante que resolvi compartilhar aqui com vocês.
Primeiro, que esta rádio, pelo que pude perceber, goza de um conceito bastante respeitável em Joinville, autoproclamando-se líder absoluta de audiência "com 77% da preferência do público". Trata-se, portanto, da maior emissora da maior cidade do estado (492 mil habitantes, contra 402 mil da capital Florianópolis).
A seguir, pude perceber que Joinville x Figueirense não é apenas um confronto entre dois dos maiores campeões estaduais de Santa Catarina. É um clássico, ou ao menos uma partida de grande rivalidade. Não sei o sentimento de quem é de Floripa, mas em Joinville os confrontos contra times da capital realmente parecem ser especiais. Na transmissão isso ficava bem claro: "esses cara (sic) sentem o caldeirão deste gigante de concreto, onde pulsa a maior e mais apaixonada torcida de Santa Catarina". Inclusive senti um certo ranço em determinado momento com Florianópolis, dizendo o comandante da transmissão que "aqui é uma terra que se trabalha".
Sobre o jogo, ouvi até o intervalo, quando o Joinville fazia 2 a 0 e dava, segundo a transmissão, um banho de bola. Parecia mesmo, pelo número de chances criadas e perdidas. A felicidade era evidente em todos, desde o narrador, passando por repórteres e até mesmo o comentarista. Este, inclusive, desde os primeiros minutos falava que "este árbitro tá operando a favor do Figueirense, é uma vergonha", etc. No final da partida, coloquei de novo na rádio e ouvi o narrador saudando e exaltando os dirigentes do Joinville, quase como se fosse um veículo oficial.
Este texto não tem qualquer pretensão de julgar nem muito menos condenar qualquer destes episódios. Entendo que em cidades menores (não é bem o caso de Joinville, terceira maior do Sul do país) estas relações do público com a imprensa e o clube local seja mesmo mais no sentido de apoio e afeto do que crítica. Ou ao menos esta relação é mais escancarada que em cidades maiores. Mas enfim, não cabe a mim, que nunca morei fora de Porto Alegre, falar mal disso tudo sem conhecer esta realidade. Apenas trago para vocês um relato do que ouvi, pois imagino que se para mim foi algo bastante diferente do que costumo ouvir, imagino que para muitos de vocês também seja. E se algum catarinense, radicado ou que tenha morado por lá passar por aqui, espero contribuições que enriqueçam este diálogo.
Para quem quiser ouvir transmissões locais de futebol pela internet como eu fiz ontem, entrem naquele linkzinho "Rádios ao vivo", no canto esquerdo desta página. Vale à pena.
Primeiro, que esta rádio, pelo que pude perceber, goza de um conceito bastante respeitável em Joinville, autoproclamando-se líder absoluta de audiência "com 77% da preferência do público". Trata-se, portanto, da maior emissora da maior cidade do estado (492 mil habitantes, contra 402 mil da capital Florianópolis).
A seguir, pude perceber que Joinville x Figueirense não é apenas um confronto entre dois dos maiores campeões estaduais de Santa Catarina. É um clássico, ou ao menos uma partida de grande rivalidade. Não sei o sentimento de quem é de Floripa, mas em Joinville os confrontos contra times da capital realmente parecem ser especiais. Na transmissão isso ficava bem claro: "esses cara (sic) sentem o caldeirão deste gigante de concreto, onde pulsa a maior e mais apaixonada torcida de Santa Catarina". Inclusive senti um certo ranço em determinado momento com Florianópolis, dizendo o comandante da transmissão que "aqui é uma terra que se trabalha".
Sobre o jogo, ouvi até o intervalo, quando o Joinville fazia 2 a 0 e dava, segundo a transmissão, um banho de bola. Parecia mesmo, pelo número de chances criadas e perdidas. A felicidade era evidente em todos, desde o narrador, passando por repórteres e até mesmo o comentarista. Este, inclusive, desde os primeiros minutos falava que "este árbitro tá operando a favor do Figueirense, é uma vergonha", etc. No final da partida, coloquei de novo na rádio e ouvi o narrador saudando e exaltando os dirigentes do Joinville, quase como se fosse um veículo oficial.
Este texto não tem qualquer pretensão de julgar nem muito menos condenar qualquer destes episódios. Entendo que em cidades menores (não é bem o caso de Joinville, terceira maior do Sul do país) estas relações do público com a imprensa e o clube local seja mesmo mais no sentido de apoio e afeto do que crítica. Ou ao menos esta relação é mais escancarada que em cidades maiores. Mas enfim, não cabe a mim, que nunca morei fora de Porto Alegre, falar mal disso tudo sem conhecer esta realidade. Apenas trago para vocês um relato do que ouvi, pois imagino que se para mim foi algo bastante diferente do que costumo ouvir, imagino que para muitos de vocês também seja. E se algum catarinense, radicado ou que tenha morado por lá passar por aqui, espero contribuições que enriqueçam este diálogo.
Para quem quiser ouvir transmissões locais de futebol pela internet como eu fiz ontem, entrem naquele linkzinho "Rádios ao vivo", no canto esquerdo desta página. Vale à pena.
Comentários
Eu já vi o Cabral e o João Garcia dizendo algo como "pois é, esse jogador eu disse que poderia dar uma boa resposta"...falácia: o único que indicou o Ruy fui eu
Quanto ao Ruy, somos testemunhas da tua indicação. Se o Grêmio não tentou Leandro foi um erro. Baita lateral. Ah, emprestamos Marcão e G. Nery se vcs quiserem, pagamos até o ordenado, usahdusahdasuuahds
E que decadência a do Peñarol, heinhô? Saudades dessa potência na Libertadores. Hoje toma 4 do Independiente de Medellín.
Pra terminar: Dragão Goiano, único 100% no seu estadual!