Bons e maus momentos
Foi um péssimo primeiro tempo e um bom segundo tempo. Pelo que produziu ofensivamente nos 45 minutos finais, o Grêmio até poderia sair de Santa Maria com uma vitória, mas o empate de 1 a 1 valoriza a raça da esquadra da casa e a desorganização absoluta do time da capital na etapa inicial.
O esquema proposto por Celso Roth nunca me agradou, e de fato não deu certo. Talvez fosse o suficiente para vencer a partida como ele vinha sendo anunciado, mas o que se viu algo bem pior do que "um time com apenas um volante tende a ser pouco combativo". Houve uma maçaroca tática, na verdade. Ruy e Fábio Santos, no primeiro tempo, foram praticamente laterais defensivos, que raramente apareciam ou eram acionados; Souza, de meia enganche, sumiu perante a marcação firme de Sandro e Márcio Souza; a forte combatividade dos santa-marienses suplantava a superioridade técnica dos meias gremistas; e o mais inconcebível: Alex Mineiro jogava inexplicavelmente de segundo atacante, às vezes beirando um terceiro meia, para que Reinaldo fosse a referência. Deus dá nozes a quem não tem dentes.
É claro que toda esta bagunça pode ter sido provocada pelo gol cedo de Vainer, aos 7 minutos. Um lance isolado, porém lindíssimo, chute colocado e forte no ângulo, indefensável para Victor. Também o Grêmio pode se queixar de um pênalti não dado, mas isso vai na conta da baixa qualidade da arbitragem de Vinícius Costa como um todo. Mas o fato é que o tricolor teve apenas uma oportunidade no primeiro tempo, em falta batida da direita que Réver desviou e Goico salvou. Os alas não eram utilizados, e a jogada a toda hora afunilava.
Após a desolação do fracasso na etapa inicial, os gremistas puderam ver um time bem mais ajustado e organizado na metade final do jogo. O gol de Ruy, em belíssimo cruzamento de Fábio Santos, veio aos 5 minutos. Com ele, cresceram o próprio ala e o time como um todo. Souza jogou mais recuado, invertendo de posição com Tcheco, e o time melhorou bastante em tudo no meio-campo a partir daí. Mesmo com altos e baixos, o ex-são-paulino apareceu um pouco mais, participou de jogadas interessantes, ainda que tenha pecado pelo individualismo por vezes, o que é sempre irritante. Os alas passaram a ser mais acionados, e o Grêmio cresceu com isso. Ruy, principalmente, aparecia a toda hora com perigo. Houve uma pressão forte, em meia-linha, que durou até os 20 minutos, mais ou menos.
Dos 20 aos 30, o Grêmio sentiu o calor e diminuiu o ritmo. As saídas de Reinaldo e Fábio Santos para os ingressos de Rafael Martins e Jadílson deram novo gás ao time. Ambos foram bem, Alex Mineiro passou a atuar mais fincado e ser mais perigoso, estando sempre ali para concluir. Não conseguiu, mas apareceu. O que não dá é para colocá-lo fora de posição, pois será um desperdício e um erro de avaliação absurdos.
Os destaques velhos foram Réver e Léo (firmes e seguros), além de Willian Magrão, mesmo fora de posição o melhor em campo. Quanto às novidades, Fábio Santos foi pouco utilizado mas mostrou qualidade; Ruy foi o termômetro do time: muito mal no primeiro tempo, melhor no segundo; Rafael Martins mostrou seriedade e Alex Mineiro lutou bastante, mas não teve chance de mostrar seu oportunismo. A vitória até poderia ter vindo, pois a única chance do coloradinho foi seu gol, num lance que nem seria computado como situação de gol se a bola tivesse ido para fora. Mas há problemas, há o que se acertar taticamente. A maioria de boas atuações individuais evidencia que não é falta de qualidade no grupo o problema, e sim ainda um normal cansaço inicial e estas confusões que Celso Roth fez com o time que entrou em campo. Aquilo sim, foi a única nota digna de preocupação da tarde. Com Diogo ou Adílson no time, e Souza no banco as coisas começariam a se encaminhar, evidentemente. Por sorte, há tempo de corrigir estes erros de escalação e posicionamento antes que comece a Libertadores. Sábado, todos terão uma segunda chance.
Campeonato Gaúcho 2009 - Taça Fernando Carvalho - 1ª rodada
21/janeiro/2009
INTER/SM 1 x GRÊMIO 1
Local: Presidente Vargas, Santa Maria (RS)
Árbitro: Vinícius Costa
Público: 4.642
Renda: R$ 68.000,00
Gols: Vainer 7 do 1º; Ruy 5 do 2º
Cartão amarelo: Darzone, Alê Menezes, Fabinho, Goico, Linno, Willian Magrão, Ruy, Léo e Reinaldo
INTER/SM: Goico (6), Cassel (5,5), Linno (5) e Darzone (5,5); Marquinhos (5), Sandro (5,5), Márcio Souza (5,5), Jonas (5) (Fabinho, 20 do 2º - 4,5) e Vainer (6,5) (Rudimar, 42 do 2º - sem nota); Wagner (5) (Jéferson, 18 do 2º - 4,5) e Alê Menezes (4,5). Técnico: Abel Ribeiro (5,5)
GRÊMIO: Victor (5,5), Léo (6), Réver (6,5) e Rafael Marques (5,5); Ruy (6), Willian Magrão (6,5), Tcheco (5,5), Souza (5) e Fábio Santos (6) (Jadílson, 30 do 2º - 5,5); Reinaldo (4) (Rafael Martins, 22 do 2º - 5,5) e Alex Mineiro (5). Técnico: Celso Roth (4,5)
Comentários
Souza jogou como se fosse o baita craque que não é; Tcheco e Magrão recuados é um desperdício! E o Alex Mineiro saindo da área pra buscar a bola, quando era o Reinaldo que deveria fazer isso... Me senti no Olímpico naquele Grêmio x Goiás, onde a escalação foi praticamente a mesma, e o Goiás dominou o Grêmio no segundo tempo. Quase me atirei na Ramiro quando o T6 tava passando depois que terminou o primeiro tempo.
Ontem, concluí que o D'Alessandro desaprendeu a chutar. Hoje, tenho duas teorias: ou Celso Roth sofre de Alzheimer ou é cobaia de experiências neurocientíficas.
Assim: Willian e Tcheco nas suas posições. Souza na ala, onde ele mais teve destaque na carreira e onde não temos jogador. A vaga em aberto é de PRIMEIRO VOLANTE. Por favor, que um PRIMEIRO VOLANTE ocupe a vaga. Não é dizer que Diogo barrou o Souza. É tão difícil entender?
precisa encontrar, urgente.
A troca de posição do Souza com o Tcheco melhorou o Grêmio por duas razões: Souza veio mais buscar jogo, e não ficou mais sumido entre os volantes do Inter/SM; e Tcheco retomou sua posição original. Ontem, no intervalo, eu defendia a saída do Ruy para a entrada do Diogo, pois ele era o pior em campo. Felizmente, me desmentiu. Mas meu meio-campo teria um primeiro volante sim, pois todos cresceriam.
O Alex Mineiro realmente tem a característica de vir buscar jogo, mas ontem ele estava claramente orientado a ser o segundo atacante, pois caía mais para os lados do campo que para dentro da área. Dado o histórico do nosso querido professor Roth, TENHO MEDO DISSO.
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Pra mim o maior problema ontem nem foi o posicionamento do tcheco e do Magrão, que de certa forma foi corrigido na segunda etapa, e sim a dupla de ataque. Reinaldo e Alex Mineiro não formam uma dupla. Não sei se o posicionamento do Alex Mineiro fora da área foi ideia do Roth ou iniciativa do próprio jogador.
Juiz muito fraco
Não dá pra saber com certeza se o posicionamento da dupla foi ideia do Roth, mas a nítida impressão que me deu foi que eles estavam orientados assim.
E concordo quanto aos laterais.
Como disse o professor, sábado temos mais uma oportunidade para ver esse time. Individualmente é mto superior ao do ano passado, agora é preciso treinar e acertar o esquema...