Senda de vitórias
O Internacional está prestes a botar a mão em mais um caneco sul-americano. E contou hoje com todos os fatores que o credenciam a sair campeão da Copa Sul-Americana: enfrentou a pressão de um estádio pulsante, mostrou bom futebol e heroísmo nas doses corretas, catimbou quando preciso, não se intimidou. Foi copeiro. E, mesmo com um homem a menos por 65 dos 90 minutos, trouxe a vantagem mínima, que é enorme, para Porto Alegre.
Como eu disse na manhã desta quarta, marcar Verón é complicado. Porque ele se movimenta e faz o time jogar a partir de uma faixa extremamente recuada do meio-campo, junto aos volantes. Quando Guiñazu foi expulso por uma burrice sem tamanho, aquele terceiro homem que deveria chegar em Brujita inexistiu. Magrão ficou ainda mais recuado para compor o setor, e Tite trouxe D'Alessandro e Alex para o miolo da segunda linha de quatro, deixando Nilmar isolado no ataque. Isolado é modo de dizer: foi constantemente abastecido, especialmente por D'Ale, e ali surgiu o gol colorado, num pênalti cometido tendo como base sua grande velocidade e a lentidão de Desábato. A diferença da expulsão para o pênalti foi de 7 minutos. Perfeito para o Inter, que logo após ficar com 10, saiu à frente.
Antes do gol, houve alternância de domínios. O Estudiantes tentou pressionar sem sucesso no comecinho, o Internacional se impôs a seguir, mas dos 20 aos 30 os platenses viveram seu melhor momento, pressionando especialmente em bolas erguidas para a área. Ali começava a se destacar a presença de Álvaro, que vai confirmando no Beira-Rio o bom zagueiro que era no começo de década no São Paulo. Além dele, Índio e Lauro foram extremamente seguros, enquanto Marcão e Bolívar não ficavam atrás, simplificando quando necessário.
O segundo tempo só acentuou ainda mais este panorama. Precisando da vitória, o Estudiantes se jogou para cima do Internacional na base do abafa. Afobou-se à medida que o tempo passava, e ainda deu o contra-golpe de bandeja para o colorado gaúcho. Nos primeiros 30 minutos, o time argentino pressionava, mas estava tão perto de marcar quanto de sofrer. A impressão era de que o 1 a 0 não permaneceria no placar eletrônico, mas era difícil supor qual dos times iria avançar nos números. Quando Astrada sacou um dos zagueiros, supunha-se que seria Desábato, de péssima atuação. Não: preferiu retirar Alayés, que vinha cobrindo os erros do companheiro, deixando o trapalhão no mano-a-mano com Nilmar.
Verón foi cansando, e a pressão ficava cada vez mais na base da correria e da vontade. Faltou qualidade ao time de Leonardo Astrada na conclusão e, por vezes, até nos cruzamentos. Angeleri não repetiu as boas atuações anteriores. Até Verón, que pedia calma aos companheiros, entrou na onda da precipitação. Em gana, o Inter igualou-se aos argentinos. Em qualidade, superou, e bem. Se Alex tivesse ido melhor, talvez o título estivesse ainda mais encaminhado. D'Alessandro e Nilmar foram infernais.
O Inter então sai com a vitória que o deixa a um passo de mais um título internacional. Venceu na casa do adversário com autoridade e sabedoria, e terá agora um Beira-Rio lotado a lhe apoiar rumo à conquista inédita. Jogando com a seriedade de hoje, sem desdenhar do Estudiantes (não é mau time, parece ter tido uma jornada especialmente infeliz hoje), arrumará mais trabalho para o organizador da sala de troféus do clube.
Em tempo:
- Apesar da bela vitória sobre o INDEPENDIENTE, o PARAGUAIO GARRASTAZU foi expulso de forma grotesca no FINALZINHO do primeiro tempo. Não, não estou louco. Foi o que Galvão Bueno e Arnaldo Cézar Coelho disseram durante a transmissão do jogo, pela Globo. E o narrador ainda disse que a idade anda pesando para Verón, como se seu telhado não fosse de vidro.
Copa Sul-Americana 2008 - Final - 1º jogo
26/novembro/2008
ESTUDIANTES 0 x INTERNACIONAL 1
Local: Ciudad de La Plata, La Plata (ARG)
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)
Público: não divulgado
Gol: Alex (pênalti) 34 do 1º
Cartão amarelo: Angeleri, Desábato, Salgueiro, Lauro, Índio e Magrão
Expulsão: Guiñazu 24 do 1º
ESTUDIANTES: Andrújar (5,5), Angeleri (4,5), Alayés (5,5) (Calderón, 22 do 2º - 5), Desábato (3,5) e Díaz (4,5); Galván (5) (Moreno, 15 do 2º - 5), Sánchez (5), Verón (5) e Benítez (4,5); Boselli (4,5) e Salgueiro (4,5) (Fernández, 13 do 2º - 5,5). Técnico: Leonardo Astrada (4)
INTERNACIONAL: Lauro (7), Bolívar (6), Índio (7,5), Álvaro (7,5) e Marcão (6); Edinho (5,5), Magrão (6), Guiñazu (3), D'Alessandro (7) (Sandro, 41 do 2º - sem nota) e Alex (6) (Gustavo Nery, 33 do 2º - 5,5); Nilmar (7,5) (Danny Morais, 46 do 2º - sem nota). Técnico: Tite (7,5)
Como eu disse na manhã desta quarta, marcar Verón é complicado. Porque ele se movimenta e faz o time jogar a partir de uma faixa extremamente recuada do meio-campo, junto aos volantes. Quando Guiñazu foi expulso por uma burrice sem tamanho, aquele terceiro homem que deveria chegar em Brujita inexistiu. Magrão ficou ainda mais recuado para compor o setor, e Tite trouxe D'Alessandro e Alex para o miolo da segunda linha de quatro, deixando Nilmar isolado no ataque. Isolado é modo de dizer: foi constantemente abastecido, especialmente por D'Ale, e ali surgiu o gol colorado, num pênalti cometido tendo como base sua grande velocidade e a lentidão de Desábato. A diferença da expulsão para o pênalti foi de 7 minutos. Perfeito para o Inter, que logo após ficar com 10, saiu à frente.
Antes do gol, houve alternância de domínios. O Estudiantes tentou pressionar sem sucesso no comecinho, o Internacional se impôs a seguir, mas dos 20 aos 30 os platenses viveram seu melhor momento, pressionando especialmente em bolas erguidas para a área. Ali começava a se destacar a presença de Álvaro, que vai confirmando no Beira-Rio o bom zagueiro que era no começo de década no São Paulo. Além dele, Índio e Lauro foram extremamente seguros, enquanto Marcão e Bolívar não ficavam atrás, simplificando quando necessário.
O segundo tempo só acentuou ainda mais este panorama. Precisando da vitória, o Estudiantes se jogou para cima do Internacional na base do abafa. Afobou-se à medida que o tempo passava, e ainda deu o contra-golpe de bandeja para o colorado gaúcho. Nos primeiros 30 minutos, o time argentino pressionava, mas estava tão perto de marcar quanto de sofrer. A impressão era de que o 1 a 0 não permaneceria no placar eletrônico, mas era difícil supor qual dos times iria avançar nos números. Quando Astrada sacou um dos zagueiros, supunha-se que seria Desábato, de péssima atuação. Não: preferiu retirar Alayés, que vinha cobrindo os erros do companheiro, deixando o trapalhão no mano-a-mano com Nilmar.
Verón foi cansando, e a pressão ficava cada vez mais na base da correria e da vontade. Faltou qualidade ao time de Leonardo Astrada na conclusão e, por vezes, até nos cruzamentos. Angeleri não repetiu as boas atuações anteriores. Até Verón, que pedia calma aos companheiros, entrou na onda da precipitação. Em gana, o Inter igualou-se aos argentinos. Em qualidade, superou, e bem. Se Alex tivesse ido melhor, talvez o título estivesse ainda mais encaminhado. D'Alessandro e Nilmar foram infernais.
O Inter então sai com a vitória que o deixa a um passo de mais um título internacional. Venceu na casa do adversário com autoridade e sabedoria, e terá agora um Beira-Rio lotado a lhe apoiar rumo à conquista inédita. Jogando com a seriedade de hoje, sem desdenhar do Estudiantes (não é mau time, parece ter tido uma jornada especialmente infeliz hoje), arrumará mais trabalho para o organizador da sala de troféus do clube.
Em tempo:
- Apesar da bela vitória sobre o INDEPENDIENTE, o PARAGUAIO GARRASTAZU foi expulso de forma grotesca no FINALZINHO do primeiro tempo. Não, não estou louco. Foi o que Galvão Bueno e Arnaldo Cézar Coelho disseram durante a transmissão do jogo, pela Globo. E o narrador ainda disse que a idade anda pesando para Verón, como se seu telhado não fosse de vidro.
Copa Sul-Americana 2008 - Final - 1º jogo
26/novembro/2008
ESTUDIANTES 0 x INTERNACIONAL 1
Local: Ciudad de La Plata, La Plata (ARG)
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)
Público: não divulgado
Gol: Alex (pênalti) 34 do 1º
Cartão amarelo: Angeleri, Desábato, Salgueiro, Lauro, Índio e Magrão
Expulsão: Guiñazu 24 do 1º
ESTUDIANTES: Andrújar (5,5), Angeleri (4,5), Alayés (5,5) (Calderón, 22 do 2º - 5), Desábato (3,5) e Díaz (4,5); Galván (5) (Moreno, 15 do 2º - 5), Sánchez (5), Verón (5) e Benítez (4,5); Boselli (4,5) e Salgueiro (4,5) (Fernández, 13 do 2º - 5,5). Técnico: Leonardo Astrada (4)
INTERNACIONAL: Lauro (7), Bolívar (6), Índio (7,5), Álvaro (7,5) e Marcão (6); Edinho (5,5), Magrão (6), Guiñazu (3), D'Alessandro (7) (Sandro, 41 do 2º - sem nota) e Alex (6) (Gustavo Nery, 33 do 2º - 5,5); Nilmar (7,5) (Danny Morais, 46 do 2º - sem nota). Técnico: Tite (7,5)
Foto: AFP
Comentários
Não tem Desábato, nem Sexta-feira
Não tem Calderón, nem Panelón
Não tem Salgueiro, nem Mangueira
Dá-lhe Colorado, Campeón
Falta pouco, é quarta-feira!
Se o trio de arbitragem estivesse mal intecionado, não teria dado pênalti para o Inter e poderia ter dado para o Estudiantes num lance em que Índio se apóia no atacante argentino. Para mim, os erros foram os dois impedimentos mal marcados. A expulsão do Guiñazu poderia ter ocorrido já no primeiro lance para amarelo.
Mas acho que o problema crucial dos argentinos é o ataque. Boselli é uma nulidade, Deus! E a defesa atual do Inter lembra a de 2006, onde fazia um gol e se fechava completamente, sofrendo poucos perigos em sua área.
Por essas e outras que, depois do jogo contra o Chivas, deu pra ver quem seria campeão da Sula mesmo. A secação tinha que se concentrar mesmo fora do campo, na Conmebol. Essa deu certo ;D
E aí se enquadra uma pergunta: o Inter tem jogado esta barbaridade por causa da Sul-Americana? Se não, quem garante que não teria alcançado os 5 primeiros do brasileiro e estivesse brigando pela Liber, caso não estivesse na Sula?
1) Time ficou entrosado e pronto, com os novos reforços, só do fim de setembro para cá. Chegar no G-4 já era quase impossível naquela época.
2) Brasileiro precisa de grupo, e o Inter tem deficiências. Tem um ótimo time, mas faltam reservas à altura.
3) O começo ruim no Brasileirão, com troca de treinador e saída de jogadores importantes, ajudou à pontuação ficar abaixo das necessidades.
4) O Inter tornou-se copeiro, ganhou experiência. Parece mais talhado a disputar competições de mata-mata que de longa duração. Pode parecer meio simplista, mas não vejo uma explicação mirabolante para a diferença de campanha fora de casa na Sula (excelente, 3 vitórias e 2 empates em 5 jogos) e no Brasileirão (beira o ridículo, 16º lugar, com 2 vitórias, 5 empates e 11 derrotas em 18 jogos).
5) Por ter um time de reconhecida qualidade, o Inter acaba sobrando numa competição onde os bons a largaram por priorizarem outras competições (Grêmio, Boca Juniors, São Paulo) e os medianos e fracos permaneceram vivos.
Como tu frisou na expulsão do Amaral contra o Vitória, Vicente, acho que faltou critério pro Amarilla. Desse ele cartão em todas as faltas parecidas teria expulsado muita gente. Mas eu não reclamo do juiz nesse tipo de jogo, acho muito mais mérito do Verón, malandragem ao valorizar o toque do Guinazu. Como achei mérito do Nilmar dar um coice num zagueiro do Estudiantes no 2T. É copa Sulamericana, Brasil e Argentina. Vale a esperteza e até a virilidade. Por isso até me espantei com os cartões do Guina, aquele carrinho muitas vezes, juiz castelhano não marca nem falta. Outra coisa que é normal em competições assim: o juiz ser caseiro. Larrionda não costuma ser, é meio louco, tudo pode acontecer no Beira-Rio.
Além disso, há o fator que é o Guinazu ter jogado no Paraguai. Pode haver alguma rixa antiga. Me lembro que em 2006, Oscar Ruiz nitidamente perseguiu Renteria contra o Nacional.
Tem coisas que o cara precisa tomar cuidado quando joga fora de casa nesse tipo de campeonato.
Em La Bombonera, por exemplo, o time precisa saber que não pode fazer linha de impedimento. Não adianta reclamar do juiz depois. O bandeira está a dois metros da torcida, vai deixar passar vários lances. Digo isso, porque o tanto Inter quanto o Grêmio levaram gols lá dessa maneira. E acho que ao invés de chorar, tem que ser mais malandro que os malandros. De certa forma, o Nilmar soube jogar assim.
Sobre o Larrionda, maldito, foi caseiro quando não devia (final de 2007), e não quando devia (final de 2006). khgfdghfdgjfdhg
2) Com os 11 titulares, em forma, o inter tem o melhor time do Brasil. Concordo com o Vicente, faltam opções no grupo.
3) Time dos Estudiantes é beeemmmm ruim mesmo. Defesa lenta, ataque nada eficiente, meio pouco criativo.
Além disso, houve uma indefinição sobre quem era volante reserva, uma hora era Ji-Paraná, depois era Danny Morais, agora é o Sandro.
A hepatite também foi um problema grave no início do ano. Por causa dela, acabamos o jogo contra o Sport com Peçanha e Derlei.
Marcão, Indio, e depois Bolivar, são exemplos, vinham mal até a contratação de reservas tarimbados, ou seja, tavam jogando pouco por que queriam, ou é muita coincidência.
Perdão.
Não há elenco que não precise de reforços. Nem o São Paulo atual tem reservas como no ano passado.