Aprovado em português
O tema de casa era conjugar o verbo "ganhar" no modo imperativo. E o Grêmio cumpriu a tarefa: bateu o Sport como fizera em 2007, com um gol no comecinho do jogo, subiu a 59 pontos e se mantém, por mais uma rodada, na liderança do Campeonato Brasileiro. A atuação, porém, foi cheia disso mesmo: muitos poréns. E a boa notícia é que Celso Roth parece ter feito um diagnóstico correto, identificando os principais.
A cada má atuação, a torcida e parte da imprensa defendem duas soluções mágicas para os problemas do Grêmio: jogar em 4-4-2 e colocar Souza em campo. A primeira Roth colocou em prática desde o início, e ele próprio reconheceu que não funcionou. Basicamente por uma razão que venho apontando desde que isso é cogitado: abdicar de um sistema azeitado em favor de outro no qual o time está desacostumado a jogar. Era natural que as peças não funcionassem tão bem. Douglas Costa foi muito mal no primeiro tempo, também em função de seu posicionamento: jogou muito aberto pela esquerda, longe dos atacantes e de Tcheco. No segundo, movimentou-se mais e melhorou.
É claro que o gol cedo, do oportunista Reinaldo, foi importante para trazer tranqüilidade a um time que nunca havia jogado junto. O time não fez um bom primeiro tempo, mas o Sport só foi exigir uma intervenção depois dos 30 minutos. No finalzinho, cresceu de produção, mas seus homens de meio e frente não estavam em jornada inspirada. A seriedade de Thiego e a qualidade de Réver sobressaiam-se quase sempre.
O segundo tempo foi ainda mais complicado. Celso Roth acerta em avaliar que a marcação melhorou, mas a postura defensiva do time trouxe o Sport para o campo do Grêmio. A maioria das ameaças vinham em bolas alçadas. Apenas uma vez, na maior das oportunidades perdidas, Júnior Maranhão tabelou e entrou livre, mas Victor salvou com o seu milagre diário pedido por Zeh Nascimento.
Roth poderia ter colocado Makelele no lugar de Douglas Costa, para incrementar a marcação e ganhar um contra-ataque mais rápido. Preferiu trocar seis por meia-dúzia, trocando a dupla de ataque e, depois, colocando Souza em campo. Entretanto, ao contrário do 4-4-2, parece que Souza vai permanecer no time: é um jogador que segura e dá ritmo ao jogo, algo fundamental em decisões como as da próxima quarta e, de resto, todos os outros jogos do Grêmio daqui para frente.
Acho difícil o Grêmio jogar bem daqui para frente. Poucos têm feito boas partidas na turma da frente: o Flamengo deve ter conseguido nos 5 a 0 sobre o Coritiba, mas Palmeiras e São Paulo, por exemplo, há tempos também não sabem o que é bom futebol. A queda de produtividade gremista no returno é flagrante, mas os 50% de aproveitamento atuais nesta segunda metade têm sido suficientes para manter a primeira colocação, mesmo sem bom futebol. O mau desempenho é um grande adversário, mas o reconhecimento desta queda já é algo importante.
Em tempo:
- Sandro Goiano, obviamente, aplaudidíssimo. Na narração pernambucana, ao perder a bola, "jogou de gremista", segundo o radialista.
- Nenhum amarelado. Boa notícia para quem tem 12 pendurados e pega o Cruzeiro em Belo Horizonte.
Campeonato Brasileiro 2008 - 31ª rodada
23/outubro/2008
GRÊMIO 1 x SPORT 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Wagner Tardelli de Azevedo (SC)
Público: 29.575
Renda: R$ 477.614,00
Gol: Reinaldo 1 do 1º
Cartão amarelo: César, Durval e Sandro Goiano
GRÊMIO: Victor (7), Felipe Mattioni (5,5), Réver (6,5), Pereira (5,5) e Thiego (5,5); Rafael Carioca (5,5), Willian Magrão (6), Tcheco (6,5) e Douglas Costa (5,5) (Souza, 38 do 2º - sem nota); Perea (4,5) (Morales, 29 do 2º - 5,5) e Reinaldo (6) (Soares, 29 do 2º - 5). Técnico: Celso Roth (5,5)
SPORT: Magrão (6), Igor (5,5), César (5,5) e Durval (6); Cássio Lopes (sem nota) (Moacir, 8 do 1º - 4,5) (Luciano Henrique, 24 do 2º - 5), Andrade (5) (Júnior Maranhão, intervalo - 6), Sandro Goiano (5), Fumagalli (4,5) e Dutra (5,5); Carlinhos Bala (5) e Wilson (5,5). Técnico: Nelsinho Baptista (5)
A cada má atuação, a torcida e parte da imprensa defendem duas soluções mágicas para os problemas do Grêmio: jogar em 4-4-2 e colocar Souza em campo. A primeira Roth colocou em prática desde o início, e ele próprio reconheceu que não funcionou. Basicamente por uma razão que venho apontando desde que isso é cogitado: abdicar de um sistema azeitado em favor de outro no qual o time está desacostumado a jogar. Era natural que as peças não funcionassem tão bem. Douglas Costa foi muito mal no primeiro tempo, também em função de seu posicionamento: jogou muito aberto pela esquerda, longe dos atacantes e de Tcheco. No segundo, movimentou-se mais e melhorou.
É claro que o gol cedo, do oportunista Reinaldo, foi importante para trazer tranqüilidade a um time que nunca havia jogado junto. O time não fez um bom primeiro tempo, mas o Sport só foi exigir uma intervenção depois dos 30 minutos. No finalzinho, cresceu de produção, mas seus homens de meio e frente não estavam em jornada inspirada. A seriedade de Thiego e a qualidade de Réver sobressaiam-se quase sempre.
O segundo tempo foi ainda mais complicado. Celso Roth acerta em avaliar que a marcação melhorou, mas a postura defensiva do time trouxe o Sport para o campo do Grêmio. A maioria das ameaças vinham em bolas alçadas. Apenas uma vez, na maior das oportunidades perdidas, Júnior Maranhão tabelou e entrou livre, mas Victor salvou com o seu milagre diário pedido por Zeh Nascimento.
Roth poderia ter colocado Makelele no lugar de Douglas Costa, para incrementar a marcação e ganhar um contra-ataque mais rápido. Preferiu trocar seis por meia-dúzia, trocando a dupla de ataque e, depois, colocando Souza em campo. Entretanto, ao contrário do 4-4-2, parece que Souza vai permanecer no time: é um jogador que segura e dá ritmo ao jogo, algo fundamental em decisões como as da próxima quarta e, de resto, todos os outros jogos do Grêmio daqui para frente.
Acho difícil o Grêmio jogar bem daqui para frente. Poucos têm feito boas partidas na turma da frente: o Flamengo deve ter conseguido nos 5 a 0 sobre o Coritiba, mas Palmeiras e São Paulo, por exemplo, há tempos também não sabem o que é bom futebol. A queda de produtividade gremista no returno é flagrante, mas os 50% de aproveitamento atuais nesta segunda metade têm sido suficientes para manter a primeira colocação, mesmo sem bom futebol. O mau desempenho é um grande adversário, mas o reconhecimento desta queda já é algo importante.
Em tempo:
- Sandro Goiano, obviamente, aplaudidíssimo. Na narração pernambucana, ao perder a bola, "jogou de gremista", segundo o radialista.
- Nenhum amarelado. Boa notícia para quem tem 12 pendurados e pega o Cruzeiro em Belo Horizonte.
Campeonato Brasileiro 2008 - 31ª rodada
23/outubro/2008
GRÊMIO 1 x SPORT 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Wagner Tardelli de Azevedo (SC)
Público: 29.575
Renda: R$ 477.614,00
Gol: Reinaldo 1 do 1º
Cartão amarelo: César, Durval e Sandro Goiano
GRÊMIO: Victor (7), Felipe Mattioni (5,5), Réver (6,5), Pereira (5,5) e Thiego (5,5); Rafael Carioca (5,5), Willian Magrão (6), Tcheco (6,5) e Douglas Costa (5,5) (Souza, 38 do 2º - sem nota); Perea (4,5) (Morales, 29 do 2º - 5,5) e Reinaldo (6) (Soares, 29 do 2º - 5). Técnico: Celso Roth (5,5)
SPORT: Magrão (6), Igor (5,5), César (5,5) e Durval (6); Cássio Lopes (sem nota) (Moacir, 8 do 1º - 4,5) (Luciano Henrique, 24 do 2º - 5), Andrade (5) (Júnior Maranhão, intervalo - 6), Sandro Goiano (5), Fumagalli (4,5) e Dutra (5,5); Carlinhos Bala (5) e Wilson (5,5). Técnico: Nelsinho Baptista (5)
Comentários
Acho que foi a pior jornada de Perea que eu vi.
E o time continuava com a "maravilhosa idéia" de fazer ligação direta da defesa com o ataque. Quando será que vão se dar conta de que isso não funciona?
enfim, nunca vi uma torcida vibrar tanto com as chegadas de um jogador adversário, porém cada chegada q o Sandro dava nos jogadores do Grêmio, a torcida delirava...
E sim, joguinho medíocre. O 4-4-2 não deu certo, o lance é voltar com o Léo, tirar o Douglas Costa e inventar alguma coisa no lado esquerdo. Ainda acho q o Souza pode jogar ali.
*voz esganiçada*
- Potânti são us trés pontu!
Do Grenal pra cá, Roth tem sempre colocado em campo o time da "torcida"
O que eu acho que tem que ser feito? Voltar ao 3-5-2 que deu certo em boa parte do campeonato, e tentar achar soluções que o revitalizem sem necessariamente mudar tudo a cada partida. Coloca na ala esquerda alguém que possa ser ala - porque PQP, ontem parecia que eu estava vendo o modo fabicano de solução de problemas: ninguém joga bem na ala, então extingue a ala e amontoa jogadores daquele lado, quem sabe dá certo... Que seja o Makelele, o Marçal, o Souza, até o Pico ou o Helder - mas que seja ALGUÉM, pelamordedeus! Volta ao modelo clássico, dá TRANQUILIDADE para o time e ensaia jogadas para tentar surpreender o Cruzeiro - sinceramente, não acho que precise ser mais complicado que isso.
Lisi: hhsdsdhhds. Estamos aqui pra isso.