Uma emblemática goleada
Semana de Gre-Nal é sempre assim: "este Gre-Nal será o mais importante e empolgante dos últimos anos", é o que se costuma dizer quase sempre. Porém, não são todos os Gre-Nais que entram para a história, que serão lembrados por décadas. Aí está a importância deste 28 de setembro de 2008, dia que dificilmente sairá da memória dos torcedores gaúchos, especialmente os colorados. Foi a noite em que o Grêmio perdeu a liderança do Campeonato Brasileiro sofrendo uma goleada do rival.
O 4 a 1 foi construído no primeiro tempo, justamente naquilo que o Grêmio teve de melhor em sua campanha: a defesa. Se pequenos erros em Gre-Nais costumam custar caro, uma pane generalizada no sistema defensivo é paga com placar elástico. O time de Celso Roth entrou quase completo, apenas com Orteman no lugar de Willian Magrão, que carecia de ritmo - viu-se isso no segundo tempo. A postura tricolor de início foi boa, agressiva. Mas aí veio a primeira das quatro bolas paradas: Alex levantou, Orteman cortou e D'Alessandro, sozinho, pegou o rebote de sem-pulo, marcando um golaço.
Mesmo sofrendo o gol logo a 4 minutos, o Grêmio não se abateu. Tcheco se adonou completamente da meia-cancha e tocou a criação do time dali em diante. Orteman e Léo perderam sem goleiro após linha de impedimento mal feita. O Internacional levava grande perigo nos contra-golpes. Guiñazu quase marcou o segundo, mas foi Tcheco, solto na entrada da área, quem marcou o golaço tricolor, aos 18. O Inter sentiu por uns 3 minutos o gol, mas logo retomou a iniciativa. Marcou o segundo em bobeira da zaga gremista, que ficou reclamando enquanto Alex adentrava a grande área para fazer o segundo. E ali o Grêmio perdeu o controle, aos 28 minutos: depois de ter conseguido o empate, sofre o segundo de forma infame.
Os outros dois gols foram absolutamente inaceitáveis para uma zaga tão entrosada. Verdade que a lesão de Pereira no começo foi problemática, mas mesmo sem ele o trio defensivo já havia se comportado bem em outros jogos. Aos 40, Réver apenas olhou Índio, o Homem Gre-Nal de 2008, dar uma casquinha e matar Victor, após cruzamento de D'Alessandro. Aos 45, a zaga fez linha burra e deixou Nilmar livre para fazer o quarto, em bola levantada pelo argentino, com grande qualidade. Para piorar ainda mais as coisas para o lado azul, Tcheco e Edinho são expulsos. Nem precisa dizer quem perdeu mais com a dupla expulsão.
O segundo tempo foi o maior presente que a torcida colorada podia ter ganhado. A expectativa inicial, com o tricolor desmantelado e sem seu melhor jogador, era de uma goleada ainda mais ampla. O Grêmio com apenas Marcel na frente começou até bem, criando chances, mas sempre quem esteve mais perto de marcar foi o Inter. Foi um festival de olés e humilhação para cima do tradicional rival. Poucas coisas podem ser mais deliciosas que isto em futebol.
Foi uma vitória incontestável do Internacional, que foi mais eficiente nos momentos decisivos e explorou as fragilidades que o Grêmio apresentou. D'Alessandro comandou tudo com seu toque de classe no meio, mas Alex foi sempre perigoso, Nilmar levou pânico em contra-golpes, Guiñazu mostrou a raça de sempre, a defesa esteve segura. O time mantém a proximidade com a zona da Libertadores, atinge a quarta vitória consecutiva e agora deve embalar de vez na competição.
E o Grêmio sofre justamente aquilo que não poderia. Perde a liderança com uma goleada para o maior rival. Serão 11 rodadas em que a remobilização tem de ser muito rápida para que todo o trabalho do campeonato não vá por água abaixo. Mais do que dividir a ponta com o Palmeiras, o temor é de que haja uma saída do G-4, se mantida esta queda. O quinto colocado já está a 4 pontos. E ainda não terá Tcheco pelos próximos dois jogos. Desafio difícil, mas os próximos 4 jogos (Botafogo, Santos, Portuguesa e Sport) têm de ser de vitória, obrigatoriamente. Mas o importante é simplesmente ganhar a próxima. Projetar muito a frente não deve ser a prioridade. A volta das vitórias, que não aparecem há 4 rodadas, é o fundamental. É óbvio que o título ainda é possível, mas reverter a tendência é que é a grande questão. Serão 11 finais, uma por uma.
Em tempo:
- Arbitragem ruim de Roman. As duas faltas dos primeiros gols colorados são no mínimo discutíveis, faltas invertidas, descritério em marcações de falta e aplicação de cartões e um pênalti não dado em favor do Grêmio no segundo tempo. Ao menos os bandeiras foram bem, acertando o gol de Nilmar e anulando outro no segundo tempo. Tudo passará despercebido pelo chocolate vermelho.
- Paulo Odone, agora, vira o vilão da semana. Tivesse o Grêmio vencido, seria "um grande motivador". Em semana de Gre-Nal, o melhor é ficar sempre calado.
- Clemer fez a festa com a galera colorada, comandando o "Tá chegando a hora". Momento histórico.
Campeonato Brasileiro 2008 - 27ª rodada
28/setembro/2008
INTERNACIONAL 4 x GRÊMIO 1
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR)
Público: 42.590
Renda: R$ 728.200,00
Gols: D'Alessandro 4, Tcheco 18, Alex 28, Índio 40 e Nilmar 45 do 1º
Cartão amarelo: Gustavo Nery, Orteman, Léo, Tcheco, Jean e Willian Magrão
Expulsão: Edinho 50 e Tcheco 50 do 1º
INTERNACIONAL: Clemer (5), Ângelo (6,5) (Danny Morais, 37 do 2º - sem nota), Índio (7,5), Bolívar (6) e Gustavo Nery (6); Edinho (5,5), Guiñazu (7), Magrão (6,5), D'Alessandro (8,5) (Taison, 34 do 2º - sem nota) e Alex (7,5); Nilmar (7,5) (Adriano, 43 do 2º - sem nota). Técnico: Tite (8)
GRÊMIO: Victor (4,5), Léo (4,5), Pereira (sem nota) (Jean, 10 do 1º - 4,5) e Réver (4,5); Paulo Sérgio (4) (Souza, intervalo - 4,5), Rafael Carioca (5,5), Orteman (4,5), Tcheco (6) e Anderson Pico (5); Perea (4,5) (Willian Magrão, intervalo - 5) e Marcel (5). Técnico: Celso Roth (4)
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm
O 4 a 1 foi construído no primeiro tempo, justamente naquilo que o Grêmio teve de melhor em sua campanha: a defesa. Se pequenos erros em Gre-Nais costumam custar caro, uma pane generalizada no sistema defensivo é paga com placar elástico. O time de Celso Roth entrou quase completo, apenas com Orteman no lugar de Willian Magrão, que carecia de ritmo - viu-se isso no segundo tempo. A postura tricolor de início foi boa, agressiva. Mas aí veio a primeira das quatro bolas paradas: Alex levantou, Orteman cortou e D'Alessandro, sozinho, pegou o rebote de sem-pulo, marcando um golaço.
Mesmo sofrendo o gol logo a 4 minutos, o Grêmio não se abateu. Tcheco se adonou completamente da meia-cancha e tocou a criação do time dali em diante. Orteman e Léo perderam sem goleiro após linha de impedimento mal feita. O Internacional levava grande perigo nos contra-golpes. Guiñazu quase marcou o segundo, mas foi Tcheco, solto na entrada da área, quem marcou o golaço tricolor, aos 18. O Inter sentiu por uns 3 minutos o gol, mas logo retomou a iniciativa. Marcou o segundo em bobeira da zaga gremista, que ficou reclamando enquanto Alex adentrava a grande área para fazer o segundo. E ali o Grêmio perdeu o controle, aos 28 minutos: depois de ter conseguido o empate, sofre o segundo de forma infame.
Os outros dois gols foram absolutamente inaceitáveis para uma zaga tão entrosada. Verdade que a lesão de Pereira no começo foi problemática, mas mesmo sem ele o trio defensivo já havia se comportado bem em outros jogos. Aos 40, Réver apenas olhou Índio, o Homem Gre-Nal de 2008, dar uma casquinha e matar Victor, após cruzamento de D'Alessandro. Aos 45, a zaga fez linha burra e deixou Nilmar livre para fazer o quarto, em bola levantada pelo argentino, com grande qualidade. Para piorar ainda mais as coisas para o lado azul, Tcheco e Edinho são expulsos. Nem precisa dizer quem perdeu mais com a dupla expulsão.
O segundo tempo foi o maior presente que a torcida colorada podia ter ganhado. A expectativa inicial, com o tricolor desmantelado e sem seu melhor jogador, era de uma goleada ainda mais ampla. O Grêmio com apenas Marcel na frente começou até bem, criando chances, mas sempre quem esteve mais perto de marcar foi o Inter. Foi um festival de olés e humilhação para cima do tradicional rival. Poucas coisas podem ser mais deliciosas que isto em futebol.
Foi uma vitória incontestável do Internacional, que foi mais eficiente nos momentos decisivos e explorou as fragilidades que o Grêmio apresentou. D'Alessandro comandou tudo com seu toque de classe no meio, mas Alex foi sempre perigoso, Nilmar levou pânico em contra-golpes, Guiñazu mostrou a raça de sempre, a defesa esteve segura. O time mantém a proximidade com a zona da Libertadores, atinge a quarta vitória consecutiva e agora deve embalar de vez na competição.
E o Grêmio sofre justamente aquilo que não poderia. Perde a liderança com uma goleada para o maior rival. Serão 11 rodadas em que a remobilização tem de ser muito rápida para que todo o trabalho do campeonato não vá por água abaixo. Mais do que dividir a ponta com o Palmeiras, o temor é de que haja uma saída do G-4, se mantida esta queda. O quinto colocado já está a 4 pontos. E ainda não terá Tcheco pelos próximos dois jogos. Desafio difícil, mas os próximos 4 jogos (Botafogo, Santos, Portuguesa e Sport) têm de ser de vitória, obrigatoriamente. Mas o importante é simplesmente ganhar a próxima. Projetar muito a frente não deve ser a prioridade. A volta das vitórias, que não aparecem há 4 rodadas, é o fundamental. É óbvio que o título ainda é possível, mas reverter a tendência é que é a grande questão. Serão 11 finais, uma por uma.
Em tempo:
- Arbitragem ruim de Roman. As duas faltas dos primeiros gols colorados são no mínimo discutíveis, faltas invertidas, descritério em marcações de falta e aplicação de cartões e um pênalti não dado em favor do Grêmio no segundo tempo. Ao menos os bandeiras foram bem, acertando o gol de Nilmar e anulando outro no segundo tempo. Tudo passará despercebido pelo chocolate vermelho.
- Paulo Odone, agora, vira o vilão da semana. Tivesse o Grêmio vencido, seria "um grande motivador". Em semana de Gre-Nal, o melhor é ficar sempre calado.
- Clemer fez a festa com a galera colorada, comandando o "Tá chegando a hora". Momento histórico.
Campeonato Brasileiro 2008 - 27ª rodada
28/setembro/2008
INTERNACIONAL 4 x GRÊMIO 1
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR)
Público: 42.590
Renda: R$ 728.200,00
Gols: D'Alessandro 4, Tcheco 18, Alex 28, Índio 40 e Nilmar 45 do 1º
Cartão amarelo: Gustavo Nery, Orteman, Léo, Tcheco, Jean e Willian Magrão
Expulsão: Edinho 50 e Tcheco 50 do 1º
INTERNACIONAL: Clemer (5), Ângelo (6,5) (Danny Morais, 37 do 2º - sem nota), Índio (7,5), Bolívar (6) e Gustavo Nery (6); Edinho (5,5), Guiñazu (7), Magrão (6,5), D'Alessandro (8,5) (Taison, 34 do 2º - sem nota) e Alex (7,5); Nilmar (7,5) (Adriano, 43 do 2º - sem nota). Técnico: Tite (8)
GRÊMIO: Victor (4,5), Léo (4,5), Pereira (sem nota) (Jean, 10 do 1º - 4,5) e Réver (4,5); Paulo Sérgio (4) (Souza, intervalo - 4,5), Rafael Carioca (5,5), Orteman (4,5), Tcheco (6) e Anderson Pico (5); Perea (4,5) (Willian Magrão, intervalo - 5) e Marcel (5). Técnico: Celso Roth (4)
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm
Comentários
http://www.youtube.com/watch?v=1PLPd_FUYQc
pra mim, odone foi, sim, grande motivador, mas do inter.
Tivesse sido outro o vencedor, daria pra dizer que os dirigentes colorados motivaram os jogadores gremistas.
Não dá mais prá aguentar comentarista de resultado. e aparentemente é isso o que mais temos no momento.
Antes da partida, o banco do Inter era Lauro, Marcão, Danny Morais, Taison, Andrezinho, Adriano e Daniel Carvalho. O do Grêmio, Marcelo Grohe, Jean, Willian Magrão, Souza, Soares, Reinaldo e Morales. No mínimo, há equilíbrio.
Só não acho que devemos esquecer todo o restante da campanha. Não podemos ignorar que o Grêmio foi o time que apresentou incontestavelmente o melhor futebol do campeonato por pelo menos metade do torneio. Assim como, neste returno, peca pela falta de regularidade, uma de suas principais virtudes no turno.
Mais uma coisa. Os que estão elogiando o árbitro do jogo por aí devem ter acompanhado um jogo diferente do meu, só pode ser. Juiz confuso, marcou várias faltas que não ocorreram, inverteu tantas outras, fez uma lambança danada no segundo gol colorado - não me venham com conversa, se o juiz vira as costas e conta os passos da barreira é óbvio que se optou pela barreira e então não pode cobrar sem ela - não marcou pênalti no Marcel e não expulsou Jean por ter agredido o Nilmar, lance que aconteceu na frente do árbitro. A ZH dar nota 7 para um juiz que comete tudo isso é um descalabro quase inacreditável.
Título ainda dá, claro que dá - mesmo porque a concorrência não é tão forte assim, para ser bem honesto. Palmeiras escapou de perder para o Náutico, Cruzeiro e Botafogo sumiram, São Paulo e Flamengo seguem irregulares. O nó a ser desatado, aqui, é o da própria queda de rendimento tricolor - temos um mês de tabela razoável pela frente, cabe ao tricolor usá-lo em seu beneficio e voltar a somar pontos.
dshdshsdhd
e outra: li na zh q o grêmio tem o botafogo em casa como 'BARBADA' e que o mesmo botafogo é 'PEDREIRA' na última rodada, pro palmeiras. coerencia pra q???
e digo maaaaais, vai ser barbada se o grêmio jogar às ganha. o IPATINGA era BARBADA e foi aquele terror. vai ser fácil se o grêmio tornar fácil. do contrário, com essa bolinha, vai continuar sendo muito difícil.
e ainda, ehuaheuhae, alguém PELAMORDEDEUS faz o favor de PREGAR o paulo s[érgo e o anderson NECKLESS pico nas laterais...
pra piorar, o barça ganhou do espanyol, de virada.
como eu sofro... asjkhlgkasg
A perda de Willian Magrão foi bastante sentida, até porque Roth talvez tenha optado pelo jogador errado mesmo (Orteman, em vez de Makelele). Mas é difícil crucificá-lo. A saída de Perea para a entrada de Souza sim, foi um erro um pouco mais sério.
Sobre o Marcel, concordo que ele não vem rendendo, mas ontem não se pode acusar ele de absolutamente nada. Jogou sozinho contra uma defesa que teve dois atletas em jornada monstruosa, não recebeu cruzamentos decentes e ainda ficou isolado no segundo tempo. Concordo que Morales e Reinaldo de repente recebam chances, mas acho que ele vem fazendo um Campeonato Brasileiro até bom. Caiu junto com o time nas últimas rodadas.
Também sinto falta daquela marcação pressionando a saída de bola adversária. Contra o Atlético-PR, viu-se essa pressão, mas nos últimos jogos isso deixou de ser uma constante.
Só para constar, Grêmio é 15º no returno, 38% de aproveitamento. Inter é vice-líder. Goiás campeoníssimo.
http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI3219786-EI1118,00-Sou+bem+soltinha+diz+velejadora+em+ensaio+sensual+para+VIP.html
Depois do jogo me dei conta de mais um detalhe na roubalheira. No Penalti não marcado, Clemer deveria ter sido expulso.