Quem sabe as causas dos deslizes?
Souza pode estar perdendo um lugar no time principal. Não que seja ele o culpado pelo momento instável do Grêmio: não é, de modo algum. Poucas vezes jogou em sua real posição, sempre entrou no time por força de alguma lesão de um dos então titulares. O que preocupava era a forçosa tentativa de Celso Roth de encaixá-lo de qualquer modo no time, colocando individualidades acima do coletivo.
Para Curitiba, voltará Willian Magrão à segunda função, e Souza deve retornar ao banco. Caso ele não possa jogar, entrará Amaral, uma opção contestável (Makelele seria melhor), mas que manteria a idéia tática. Já se cobra de Roth que Makelele deveria ser o substituto de Magrão, e não Tcheco, logo quando o guri se lesionou. Um tanto oportunista pensar assim, já que esta opinião nunca foi ouvida antes dos resultados ruins, só depois deles.
Todos no Olímpico garantem que sabem porque estão perdendo pontos. Isto é importantíssimo, se realmente verdadeiro. Saber o motivo de uma derrota ou vitória é um dos fatores preponderantes numa caminhada vitoriosa. O Grêmio sabia porque estava ganhando até meados de agosto; talvez tenha também avaliado as razões dos resultados mais claudicantes dos últimos 20 dias. Se já descobriu, ótimo. Mas havia quem garantisse, em entrevistas antes do jogo contra o Goiás, que os motivos dos maus resultados já eram sabidos; e a derrota veio, mesmo assim.
Rumo à estabilidade
Tite parece que achou uma formação definitivamente interessante para o Internacional. Há quem aponte um 4-3-3, mas vejo um 4-5-1 compacto e equilibrado, com um volante fixo, dois que saem e dois meias que encostam em Nilmar o tempo todo. As laterais ainda são problemas, já que Ricardo Lopes e Gustavo Nery não têm dado boa resposta. Porém, numa formação como esta (que lembra o bom Grêmio de 2006), se eles se mantiverem em postura mais defensiva que com subidas será melhor.
O problema é a iminente renovação com Clemer, quase 40 anos, para o ano do Centenário. Não que ele não possa jogar pela idade que tem, mas vem mostrando claros sinais de decadência. Talvez seja numa má fase, mas o fato é que vem fazendo um Campeonato Brasileiro muito abaixo de todos os que já fez no Internacional. Se a renovação serviria como uma forma de exaltar sua história no clube, penso que seria mais respeitoso privá-lo de um provável mau ano novamente.
Liga dos Campeões
O complemento da rodada inicial da Fase de Grupos é hoje, às 15:45. O jogo mais interessante deve ser Juventus x Zenit, reunindo um clube grande que não joga a Liga há dois anos contra uma equipe emergente e surpreendente, campeã da UEFA. Mas há ainda Manchester United x Villarreal, Lyon x Fiorentina, Steaua Bucuresti x Bayern München e Porto x Fenerbahçe. Rodada mais interessante que a de ontem. E, junto com o clássico do Apertura River x Vélez, é o que de melhor há hoje, já que, no Brasil, teremos apenas um insosso duelo entre o mistão do Palmeiras e o Vasco, que por si só é um mistão, pela Copa Sul-Americana que ambos desprezam, cada um por suas razões.
Série B
O Corinthians (1º, 55) empatou em 1 a 1 com o Brasiliense (19º, 24) e segue muito tranqüilo na liderança da competição. Com a derrota do Avaí (4º, 45) para o Vila Nova (2º, 47) por 1 a 0, os goianos reassumiram a vice-liderança. O Santo André (3º, 46) manteve-se no G-4 ao fazer 2 a 1 no rival direto Barueri (7º, 39). O Bragantino (5º, 42) venceu a quinta seguida, 2 a 1 no São Caetano (11º, 32), e segue à espreita. A Ponte Preta (6º, 40) também, fez 2 a 0 no Marília (15º, 29). O Juventude (8º, 36) decepcionou de novo: empatou sem golos com o péssimo Fortaleza (18º, 24) fora de casa e está 9 pontos atrás do G-4.
Na ponta de baixo, importantes vitórias de Paraná (17º, 27) e Criciúma (13º, 29) em suas casas. Os curitibanos fizeram 3 a 0 no Bahia (10º, 35), mas seguem na zona de rebaixamento; os catarinenses aplicaram 2 a 0 no ABC (12º, 30).
Hoje, pela Série C, teremos a 3ª rodada da 3ª fase, com Guarani x Brasil em Campinas. Afora as infames piadas sobre frescura, o jogo vale a liderança da Chave 28 e o encaminhamento da classificação ao Octogonal Final da competição.
Em tempo:
- Diego Souza esforça-se em agourar o Grêmio a cada rodada. Está em seu papel natural, ainda mais que parece magoado com as vaias fortes (naquele momento injustas) que sofreu da torcida tricolor quando o Palmeiras veio ao Olímpico. O grupo gremista não pode cair nas provocações, não deve entrar no jogo dele. Muricy já faz uma análise mais sóbria, de quem esteve na ponta e sabe das dificuldades de se manter lá.
- América de Cali perde de 1 a 0 para o rival Deportivo, mas passa de fase na Sul-Americana. Defrontará o Botafogo, que, se for com os titulares, será a garantia de dois bons jogos. O Sport Ancash também se classificou ao reverter a derrota mínima para o Ñublense com um 4 a 0. Pegará Palmeiras ou Vasco. Hoje, o Internacional conhecerá seu adversário, que sairá do duelo Olimpia x Universidad Católica. Na partida de ida, em Santiago, os chilenos venceram por 4 a 0.
Comentários
É duro ver um jogador tão identificado como ele parecia com o Grêmio e a torcida indo para o Palmeiras, um clube rival. Entendo isso. Mas acho complicado condená-lo por não ter ficado já que a impressão que me dá é que ele queria de fato ficar.
Porém, se ele vier novamente jogar no Olímpico agora, acho justas as vaias. Suas últimas declarações foram bastante antipáticas, rancorosas e provocativas.
http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2008/interna/0,,OI3189095-EI11421,00-Muricy+ve+caminho+dificil+para+o+Gremio.html
Quando li a manchete, pensei: "bah, até o Muricy secando loucamente?". Depois, vi que ele elogiou o Grêmio e que considerou a queda do time normal. Uma idéia bem diferente do que o título do texto dá a entender.
Porém, no caso do Diego Souza, a coisa fica diferente. Vejam isso:
http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2008/interna/0,,OI3179303-EI11421,00-Diego+Souza+desafia+Gremio+a+se+manter+estavel.html
Caso as declarações tenham sido estas mesmo, são realmente provocativas. O que deve ser dito é que se trata de algo absolutamente normal a secação para cima do Grêmio, como ocorria com o São Paulo, em 2006.