Um concorrente a menos

Embora não fosse uma decisão, tanto Grêmio como São Paulo trataram desta forma a partida de hoje à tarde. Foi um jogo muito disputado, até ríspido em determinados momentos (também por força da chuva). Mas, apesar do resultado ser derivado de um erro de arbitragem, o tricolor gaúcho foi bem melhor que o paulista, e justificou a vitória que o deixa 11 pontos à frente do atual bicampeão brasileiro.

Foi um dos poucos jogos recentes em que o Grêmio fez um primeiro tempo melhor que o segundo. O golo de Perea, em impedimento flagrante, veio aos 8 minutos, muito cedo, mas já contava o que era a história do jogo. O time de Celso Roth fez pressão forte na saída de bola são-paulina, retomava a posse e atacava com velocidade e objetividade. Os primeiros 30 minutos foram um massacre, e o único porém é que a diferença de escore ainda era a mínima, quando já poderia ser mais tranqüila.

A chuva foi forte, ainda que menos do que naquele duelo contra o Palmeiras, há três semanas. No primeiro tempo, os efeitos da água quase não foram sentidos. O São Paulo teria de propor o jogo a partir da desvantagem, mas não teve sucesso pela marcação extremamente eficiente do Grêmio. Raros foram os momentos de ataque da equipe de Muricy Ramalho. Os gaúchos, por outro lado, criavam circunstâncias de perigo em avanços pela direita, com Tcheco e Paulo Sérgio, e na movimentação constante de Perea, que incomodou demais a boa defesa paulista na primeira etapa.

A segunda etapa era uma incógnita a partir da exagerada expulsão dupla de Léo e Dagoberto, aos 45 do primeiro tempo. O São Paulo adotou uma postura mais agressiva, voltando com Borges no lugar de André Lima e Hugo encostando como um segundo atacante. O Grêmio voltou sem mudanças. Na prática, Roth segurou mais os laterais para fazer um 4-3-2, alternando isso com um 3-4-2, recuando William Magrão, por vezes, ou Rafael Carioca, por outras, para a função de zagueiro pela direita.

Mesmo assim, o Grêmio seguiu jogando levemente melhor. Sofreu alguns ataques do São Paulo, mas teve também chances para fazer o segundo. Souza entrou no lugar de Perea e deu mais consistência tática ao time, com ingressos envolventes pela esquerda. Reinaldo perdeu a chance do segundo incrivelmente. Mais uma vez entrou muito bem e deu movimentação nova ao ataque.

A destacar as atuações da zaga, notadamente Pereira e Réver, que ganharam todas dos ótimos atacantes são-paulinos. Também Rafael Carioca e Tcheco, os melhores do meio, além de Perea, autor do golo e muito disposto. No São Paulo, André Dias mostrou porque tem sido considerado o melhor zagueiro do Campeonato Brasileiro. Zé Luís teve boa atuação, Richarlyson foi bastante participativo também. É ainda uma boa equipe, mas longe da qualidade coletiva dos últimos 3 anos. Os desfalques da seleção olímpica pesam muito.

E agora, 11 pontos à frente, o Grêmio praticamente elimina um de seus concorrentes mais temíveis na luta pelo título. Possivelmente o tricolor será o único a fazer 6 pontos contra o São Paulo neste campeonato. A distância para fora da zona da Libertadores é a mesma. Cruzeiro e Palmeiras são as equipes que ainda podem atrapalhar os planos do terceiro título brasileiro gremista. Um cenário tão esplêndido que nem a chuva torrencial do fim de tarde foi capaz de arrefecer os ânimos dos 40 mil que foram a mais um domingo de festa no Olímpico Monumental.

Campeonato Brasileiro 2008 - 20ª rodada
17/agosto/2008
GRÊMIO 1 x SÃO PAULO 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Alício Pena Júnior (MG)
Público: 40.256
Renda: R$ 749.500,50
Golo: Perea 8 do 1º
Cartão amarelo: Tcheco, Anderson, André Dias, Jean e André Lima
Expulsão: Léo e Dagoberto 45 do 1º
GRÊMIO: Victor (6,5), Léo (5,5), Pereira (7) e Réver (7); Paulo Sérgio (6), Rafael Carioca (6,5) (Amaral, 36 do 2º - sem nota), Willian Magrão (6), Tcheco (6,5) e Anderson Pico (6); Perea (7) (Souza, 25 do 2º - 6,5) e Marcel (6,5) (Reinaldo, 33 do 2º - 6). Treinador: Celso Roth (7)
SÃO PAULO: Rogério Ceni (6), Anderson (5), André Dias (6,5) e Rodrigo (5,5); Zé Luís (6), Jean (5,5), Richarlyson (6), Hugo (5) e Jorge Wagner (5,5) (Éder Luís, 12 do 2º - 5,5); Dagoberto (4,5) e André Lima (4,5) (Borges, intervalo - 6). Treinador: Muricy Ramalho (5,5)

Foto: Lucas Uebel/Vipcomm

Comentários

http://img370.imageshack.us/img370/9697/titenicip7.jpg

Num cinema perto de você.
Anônimo disse…
Como diria um amigo, a montagem é SIMIJANTE. Muito engraçado, parabéns a quem inventou essa imagem =P

No mais, Rogério Ceni tinha dito que era "muito difícil" qualquer time vencer duas vezes seguidas o São Paulo - e que, por isso, confiava na vitória no Olímpico. Pois eis a marca de um verdadeiro postulante ao título: realizar o muito difícil algo relativamente facíl. Foi um passeio gremista, e a choradeira paulista quanto ao gol impedido de Perea, ignorando a superioridade gritante do dono da casa e as incontáveis vezes em que o apito foi o 12º jogador dos times deles, é simplesmente patética. CHUPEM, BAMBIS!
Anônimo disse…
O Monumental pulsou e o Imortal saiu vitorioso em mais uma batalha!

Te fode rogéria ceni!
Anônimo disse…
É pra esse time de arrogantes e viados ficarem bem quietinhos.