Roger pede a música
Em 1996, pela Copa do Brasil, o Grêmio venceu o Atlético-PR por 3 a 0, com três golos de pênalti do zagueiro Adílson. Esta curiosa história, lembrada pelo seu ineditismo, acabou repetindo-se hoje à tardinha no mesmo estádio, com os mesmos times, mesmo placar e mesma circunstância. Só que com Roger. E mesmo que Roger não tivesse batido nenhum dos pênaltis o Grêmio teria vencido. E ele, o camisa 10 tricolor, teria sido o melhor em campo.
O técnico Roberto Fernandes armou uma interessante estratégia de escalar três atacantes para eliminar a sobra na zaga gremista. O Atlético-PR começou o jogo marcando sob pressão na saída de bola. Por vezes, variava para um 4-2-4, chegando sempre com muitos homens à frente. As arrancadas do volante Fahel como elemento surpresa vindo de trás causavam preocupação. Mas nada que se tratasse de um domínio: o jogo era equilibrado. A postura dos paranaenses é que surpreendia.
Aos 12 minutos, num lance isolado e sem grande perigo, Fahel cometeu seu primeiro grande erro. Fez pênalti puxando a camisa de Marcel, numa jogada praticamente já neutralizada pela defesa. Roger bateu e fez o primeiro. A partir daí, tínhamos um jogo ainda mais aberto. O Atlético-PR atacava com a mesma força, mas deixava espaços generosos para o Grêmio quando os gaúchos retomavam a bola. Tanto que numa dessas, aos 27, Roger ia subindo livre até ser derrubado por Fahel. O volante atleticano levou o segundo amarelo e foi expulso.
E esta expulsão, segundo e decisivo erro de Fahel, desconjuntou completamente a equipe de Curitiba. Fernandes seguiu sem abrir mão dos seus três atacantes, colocando o volante Chico no lugar do meia William. Ferreira e Júlio César, os pontas, não voltavam para recompor o meio, apartando completamente a defesa do ataque. O Grêmio jogou naquele buraco com grande astúcia e empilhou situações para ampliar. Parou em Galatto.
No intervalo, nova substituição e mais uma vez discutível. Márcio Azevedo, que vinha levando vantagem sobre Paulo Sérgio, sai para a entrada de mais um volante, Léo Medeiros. O objetivo é rechear o meio, mas o ataque seguiu isolado. Sem retenção na frente, o Atlético-PR perdia todos os rebotes. Virou jogo de meio-campo. Quando Roger fez a grande jogada que resultou no segundo pênalti e no segundo golo dele no jogo, aos 13, a fatura foi liquidada. O terceiro foi um lance discutível, não consegui visualizar uma falta, mas é difícil dizer que não foi com certeza.
O Grêmio teve mais atuação segura defensivamente, inclusive a dupla de volantes formada por Rafael Carioca e Willian Magrão, este como segundo homem hoje. Mesmo que o ataque não tenha tido uma noite feliz, Roger estava inspirado. Não carregava a bola: dava nela dois ou três toques, sempre levando a jogada adiante, fazendo o simples ou surpreendendo. Muita categoria, chegou a lembrar Mário Sérgio na final do Mundial de 1983.
Semana que vem este Grêmio que surpreende e co-lidera o Campeonato Brasileiro recebe o Internacional, no primeiro clássico de 2008. Não serão poucos os que falarão em favoritismo para o lado azul. Duas coisas são certas: a primeira é que não há momento melhor para o Grêmio jogar um clássico; a segunda é que não há momento em que o Grêmio mais terá a perder jogando um clássico que agora. O Gre-Nal tem lá suas dialéticas.
Campeonato Brasileiro 2008 - 7ª rodada
22/junho/2008
GRÊMIO 3 x ATLÉTICO-PR 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Guilherme Cereta de Lima (SP)
Público: 23.542
Renda: não divulgada
Golos: Roger (pênalti) 13 do 1º; Roger (pênalti) 13 e (pênalti) 27 do 2º
Cartão amarelo: Willian Magrão, Hélder, Paulo Sérgio, Chico, Danilo e Fahel
Expulsão: Fahel 27 do 1º
GRÊMIO: Victor (6,5), Jean (6), Pereira (6) e Réver (5,5); Paulo Sérgio (5) (Felipe Mattioni, 35 do 2º - sem nota), Rafael Carioca (5,5) (Eduardo Costa, 31 do 2º - sem nota), Willian Magrão (6), Roger (8,5) e Hélder (5,5); Perea (5,5) e Marcel (4,5) (Soares, 28 do 2º - 5). Treinador: Celso Roth (6,5)
ATLÉTICO-PR: Galatto (7), Renan (5), Antônio Carlos (6), Danilo (5,5) e Márcio Azevedo (5,5) (Léo Medeiros, intervalo - 4,5); Valencia (4,5), Fahel (2,5) e William (5,5) (Chico, 31 do 1º - 4,5); Ferreira (5,5), Marcelo Ramos (4) (Gabriel Pimba, 33 do 2º - sem nota) e Júlio César (5,5). Treinador: Roberto Fernandes (4)
O técnico Roberto Fernandes armou uma interessante estratégia de escalar três atacantes para eliminar a sobra na zaga gremista. O Atlético-PR começou o jogo marcando sob pressão na saída de bola. Por vezes, variava para um 4-2-4, chegando sempre com muitos homens à frente. As arrancadas do volante Fahel como elemento surpresa vindo de trás causavam preocupação. Mas nada que se tratasse de um domínio: o jogo era equilibrado. A postura dos paranaenses é que surpreendia.
Aos 12 minutos, num lance isolado e sem grande perigo, Fahel cometeu seu primeiro grande erro. Fez pênalti puxando a camisa de Marcel, numa jogada praticamente já neutralizada pela defesa. Roger bateu e fez o primeiro. A partir daí, tínhamos um jogo ainda mais aberto. O Atlético-PR atacava com a mesma força, mas deixava espaços generosos para o Grêmio quando os gaúchos retomavam a bola. Tanto que numa dessas, aos 27, Roger ia subindo livre até ser derrubado por Fahel. O volante atleticano levou o segundo amarelo e foi expulso.
E esta expulsão, segundo e decisivo erro de Fahel, desconjuntou completamente a equipe de Curitiba. Fernandes seguiu sem abrir mão dos seus três atacantes, colocando o volante Chico no lugar do meia William. Ferreira e Júlio César, os pontas, não voltavam para recompor o meio, apartando completamente a defesa do ataque. O Grêmio jogou naquele buraco com grande astúcia e empilhou situações para ampliar. Parou em Galatto.
No intervalo, nova substituição e mais uma vez discutível. Márcio Azevedo, que vinha levando vantagem sobre Paulo Sérgio, sai para a entrada de mais um volante, Léo Medeiros. O objetivo é rechear o meio, mas o ataque seguiu isolado. Sem retenção na frente, o Atlético-PR perdia todos os rebotes. Virou jogo de meio-campo. Quando Roger fez a grande jogada que resultou no segundo pênalti e no segundo golo dele no jogo, aos 13, a fatura foi liquidada. O terceiro foi um lance discutível, não consegui visualizar uma falta, mas é difícil dizer que não foi com certeza.
O Grêmio teve mais atuação segura defensivamente, inclusive a dupla de volantes formada por Rafael Carioca e Willian Magrão, este como segundo homem hoje. Mesmo que o ataque não tenha tido uma noite feliz, Roger estava inspirado. Não carregava a bola: dava nela dois ou três toques, sempre levando a jogada adiante, fazendo o simples ou surpreendendo. Muita categoria, chegou a lembrar Mário Sérgio na final do Mundial de 1983.
Semana que vem este Grêmio que surpreende e co-lidera o Campeonato Brasileiro recebe o Internacional, no primeiro clássico de 2008. Não serão poucos os que falarão em favoritismo para o lado azul. Duas coisas são certas: a primeira é que não há momento melhor para o Grêmio jogar um clássico; a segunda é que não há momento em que o Grêmio mais terá a perder jogando um clássico que agora. O Gre-Nal tem lá suas dialéticas.
Campeonato Brasileiro 2008 - 7ª rodada
22/junho/2008
GRÊMIO 3 x ATLÉTICO-PR 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Guilherme Cereta de Lima (SP)
Público: 23.542
Renda: não divulgada
Golos: Roger (pênalti) 13 do 1º; Roger (pênalti) 13 e (pênalti) 27 do 2º
Cartão amarelo: Willian Magrão, Hélder, Paulo Sérgio, Chico, Danilo e Fahel
Expulsão: Fahel 27 do 1º
GRÊMIO: Victor (6,5), Jean (6), Pereira (6) e Réver (5,5); Paulo Sérgio (5) (Felipe Mattioni, 35 do 2º - sem nota), Rafael Carioca (5,5) (Eduardo Costa, 31 do 2º - sem nota), Willian Magrão (6), Roger (8,5) e Hélder (5,5); Perea (5,5) e Marcel (4,5) (Soares, 28 do 2º - 5). Treinador: Celso Roth (6,5)
ATLÉTICO-PR: Galatto (7), Renan (5), Antônio Carlos (6), Danilo (5,5) e Márcio Azevedo (5,5) (Léo Medeiros, intervalo - 4,5); Valencia (4,5), Fahel (2,5) e William (5,5) (Chico, 31 do 1º - 4,5); Ferreira (5,5), Marcelo Ramos (4) (Gabriel Pimba, 33 do 2º - sem nota) e Júlio César (5,5). Treinador: Roberto Fernandes (4)
Comentários
e o grêmio só vai, com a melhor defesa, melhor goleiro do campeonato e, quiçá, DO MUNDO. monstro victor.
Roger foi o condutor da Patrola Tricolor. Fico extremamente feliz em reconher que estava completamente enganado em relação a sua contratação.
Em sua jaula, em algum canto obscuro do Monumental,Tcheco, a besta-fera, urrava o nome de Roger.
Elogios em semana de Gre-Nal são sempre temerários. Ser reservado é um dever neste caso.
Victor, no momento, disputa com Fernando Henrique e Renan o posto de melhor goleiro em atividade no Brasil. E eu prefiro Victor, pois é menos espalhafatoso do que o do Fluminense, por ex.
No mais, Inter FAVORITAÇO para o GreNal. E tenho dito!
natusch há de concordar comigo... aheuhaeuahe...
R: Uma Cilada para Roger Rabbit.