A História pode ser cruel
Tudo o que ocorreu nesta madrugada moscovita pode ser resumido pela palavra "drama". Foi uma decisão empolgante, sensacional, cheia de heróis, vilões e heróis que viraram injustamente vilões. E, ao final, o peso da camisa vermelha do Manchester United acabou prevalecendo, apesar do Chelsea ter feito por merecer uma melhor sorte.
O time de Ferguson começou melhor, atacando mais e impondo seu jogo naturalmente. Parecia que estava em casa, não só pela maioria de torcedores no Luzhniki, mas por sua postura. O Chelsea jogava retraído em busca do contra-golpe que não vinha. Era pressionado por seu adversário, que simplesmente não errava passes. Numa subida de Brown pela direita, Cristiano Ronaldo subiu mais que seu marcador Essien e pôs os Diabos Vermelhos à frente, aos 25 minutos.
O Chelsea começou a se soltar, porque precisava. Mas o jogo seguia mais à feição para a equipe de Ferguson, que contra-atacava sempre com muito perigo. A partida ficou empolgante, com lances lá e cá, Van der Sar e Cech sendo exigidos. O time de Londres então finalmente conseguiu brecar as subidas de Cristiano Ronaldo, e tocava a bola com mais naturalidade. Num lance absolutamente fortuito, aos 44, Lampard empatou. Muito mais sorte que juizo para o time de Avram Grant.
O segundo tempo foi outra história. Se o Manchester dominou o primeiro durante boa parte e o equilíbrio imperava nos minutos finais, o segundo foi todo do Chelsea. Cristiano Ronaldo era absolutamente controlado, e assim Rooney e Tevez sequer pegavam na bola. Os londrinos chegavam a todo momento com perigo. Joe Cole era um leão na marcação e aparecia com perigo na frente. Ballack e Lampard comandavam a reação em busca da virada. Na melhor das chances, Drogba fez grande e surpreendente arremate, mas a bola deu na trave direita de Van der Sar.
O Chelsea então tirou o pé naturalmente nos minutos finais, até porque manter o ritmo impresso seria mesmo impossível. A prorrogação vinha, com o signo da resistência física e do heroísmo. Nela, o Manchester esteve levemente mais perto do golo. Num lance de pura raça, Terry tirou de cabeça uma bola que já havia batido Cech. O capitão do Chelsea foi o melhor jogador em campo, anulando os atacantes do Manchester (assessorado por Ricardo Carvalho), tirando todas do que jeito que dava.
Quem merecia o título? Pela campanha, o Manchester United teve mais consistência, terminando invicto a competição, mas o Chelsea também fora tão competente quanto os red devils, superando vários obstáculos. No jogo espetacular de hoje, o time de Londres jogou melhor e com mais raça. Mas não teve a competência para vencer nos 120 minutos.
Então, fica claro que a História não cometeria nenhuma crueldade dando o título a um ou a outro. Mas ela foi muito dura com os dois maiores símbolos destes dois finalistas. Primeiro, com Cristiano Ronaldo, que errou sua cobrança e pôs o Chelsea em vantagem. Depois, com Terry, rapaz criado dentro de Stamford Bridge, uma verdadeira entidade para o time de Londres, melhor zagueiro central do mundo, heróico e melhor em campo, mas que teve o azar de escorregar no gramado molhado do Luzhniki e desperdiçar a quinta cobrança, que daria o título aos azuis. Por fim, acabou fazendo justiça a Van der Sar, goleiro dado como acabado para o futebol nos tempos do modesto Fulham, mas, predestinado, pegou a cobrança de Anelka e deu ao Manchester United seu terceiro título europeu.
A Liga dos Campeões 2007/08 fica em boas mãos. E, na retina de quem acompanhou este duelo, certamente estes momentos perdurarão por vários anos na memória.
Liga dos Campeões da UEFA 2007/08 - Final
21/maio/2008
MANCHESTER UNITED 1 x CHELSEA 1
Decisão por pênaltis: Manchester United 6 x Chelsea 5
Local: Luzhniki, Moscou (RUS)
Árbitro: Lubos Michel (EVQ)
Público: 69.552
Golos: Cristiano Ronaldo 25 e Lampard 44 do 1º
Cartão amarelo: Scholes, Ferdinand, Vidic, Tevez, Makelele, Ricardo Carvalho, Ballack e Essien
Expulsão: Drogba 10 do 2º da prorrogação
MANCHESTER UNITED: Van der Sar (7), Brown (6,5) (Anderson, 19 do 2º da prorrogação - sem nota), Ferdinand (6), Vidic (6,5) e Evra (5,5); Carrick (6), Scholes (6) (Giggs, 41 do 2º - 5,5), Hargreaves (6) e Cristiano Ronaldo (7); Tevez (4,5) e Rooney (4,5) (Nani, 10 do 1º da prorrogação - 5). Treinador: Alex Ferguson (6)
Cobranças: Tevez (golo), Carrick (golo), Cristiano Ronaldo (defendido), Hargreaves (golo), Nani (golo), Anderson (golo) e Giggs (golo).
CHELSEA: Cech (8), Essien (7), Ricardo Carvalho (6), Terry (8) e Ashley Cole (6,5); Makelele (7) (Belletti, 19 do 2º da prorrogação - sem nota), Ballack (6,5), Lampard (6,5), Joe Cole (7) (Anelka, 8 do 1º da prorrogação - 5) e Malouda (5,5) (Kalou, 1 do 1º da prorrogação - 5,5); Drogba (6). Treinador: Avra, Grant (7)
Cobranças: Ballack (golo), Belletti (golo), Lampard (golo), Ashley Cole (golo), Terry (fora), Kalou (golo) e Anelka (defendido).
Foto: AP
O time de Ferguson começou melhor, atacando mais e impondo seu jogo naturalmente. Parecia que estava em casa, não só pela maioria de torcedores no Luzhniki, mas por sua postura. O Chelsea jogava retraído em busca do contra-golpe que não vinha. Era pressionado por seu adversário, que simplesmente não errava passes. Numa subida de Brown pela direita, Cristiano Ronaldo subiu mais que seu marcador Essien e pôs os Diabos Vermelhos à frente, aos 25 minutos.
O Chelsea começou a se soltar, porque precisava. Mas o jogo seguia mais à feição para a equipe de Ferguson, que contra-atacava sempre com muito perigo. A partida ficou empolgante, com lances lá e cá, Van der Sar e Cech sendo exigidos. O time de Londres então finalmente conseguiu brecar as subidas de Cristiano Ronaldo, e tocava a bola com mais naturalidade. Num lance absolutamente fortuito, aos 44, Lampard empatou. Muito mais sorte que juizo para o time de Avram Grant.
O segundo tempo foi outra história. Se o Manchester dominou o primeiro durante boa parte e o equilíbrio imperava nos minutos finais, o segundo foi todo do Chelsea. Cristiano Ronaldo era absolutamente controlado, e assim Rooney e Tevez sequer pegavam na bola. Os londrinos chegavam a todo momento com perigo. Joe Cole era um leão na marcação e aparecia com perigo na frente. Ballack e Lampard comandavam a reação em busca da virada. Na melhor das chances, Drogba fez grande e surpreendente arremate, mas a bola deu na trave direita de Van der Sar.
O Chelsea então tirou o pé naturalmente nos minutos finais, até porque manter o ritmo impresso seria mesmo impossível. A prorrogação vinha, com o signo da resistência física e do heroísmo. Nela, o Manchester esteve levemente mais perto do golo. Num lance de pura raça, Terry tirou de cabeça uma bola que já havia batido Cech. O capitão do Chelsea foi o melhor jogador em campo, anulando os atacantes do Manchester (assessorado por Ricardo Carvalho), tirando todas do que jeito que dava.
Quem merecia o título? Pela campanha, o Manchester United teve mais consistência, terminando invicto a competição, mas o Chelsea também fora tão competente quanto os red devils, superando vários obstáculos. No jogo espetacular de hoje, o time de Londres jogou melhor e com mais raça. Mas não teve a competência para vencer nos 120 minutos.
Então, fica claro que a História não cometeria nenhuma crueldade dando o título a um ou a outro. Mas ela foi muito dura com os dois maiores símbolos destes dois finalistas. Primeiro, com Cristiano Ronaldo, que errou sua cobrança e pôs o Chelsea em vantagem. Depois, com Terry, rapaz criado dentro de Stamford Bridge, uma verdadeira entidade para o time de Londres, melhor zagueiro central do mundo, heróico e melhor em campo, mas que teve o azar de escorregar no gramado molhado do Luzhniki e desperdiçar a quinta cobrança, que daria o título aos azuis. Por fim, acabou fazendo justiça a Van der Sar, goleiro dado como acabado para o futebol nos tempos do modesto Fulham, mas, predestinado, pegou a cobrança de Anelka e deu ao Manchester United seu terceiro título europeu.
A Liga dos Campeões 2007/08 fica em boas mãos. E, na retina de quem acompanhou este duelo, certamente estes momentos perdurarão por vários anos na memória.
Liga dos Campeões da UEFA 2007/08 - Final
21/maio/2008
MANCHESTER UNITED 1 x CHELSEA 1
Decisão por pênaltis: Manchester United 6 x Chelsea 5
Local: Luzhniki, Moscou (RUS)
Árbitro: Lubos Michel (EVQ)
Público: 69.552
Golos: Cristiano Ronaldo 25 e Lampard 44 do 1º
Cartão amarelo: Scholes, Ferdinand, Vidic, Tevez, Makelele, Ricardo Carvalho, Ballack e Essien
Expulsão: Drogba 10 do 2º da prorrogação
MANCHESTER UNITED: Van der Sar (7), Brown (6,5) (Anderson, 19 do 2º da prorrogação - sem nota), Ferdinand (6), Vidic (6,5) e Evra (5,5); Carrick (6), Scholes (6) (Giggs, 41 do 2º - 5,5), Hargreaves (6) e Cristiano Ronaldo (7); Tevez (4,5) e Rooney (4,5) (Nani, 10 do 1º da prorrogação - 5). Treinador: Alex Ferguson (6)
Cobranças: Tevez (golo), Carrick (golo), Cristiano Ronaldo (defendido), Hargreaves (golo), Nani (golo), Anderson (golo) e Giggs (golo).
CHELSEA: Cech (8), Essien (7), Ricardo Carvalho (6), Terry (8) e Ashley Cole (6,5); Makelele (7) (Belletti, 19 do 2º da prorrogação - sem nota), Ballack (6,5), Lampard (6,5), Joe Cole (7) (Anelka, 8 do 1º da prorrogação - 5) e Malouda (5,5) (Kalou, 1 do 1º da prorrogação - 5,5); Drogba (6). Treinador: Avra, Grant (7)
Cobranças: Ballack (golo), Belletti (golo), Lampard (golo), Ashley Cole (golo), Terry (fora), Kalou (golo) e Anelka (defendido).
Foto: AP
Comentários
no mais, que jogaço. é interessante ver que esses times ingleses jogam um futebol rápido, liso, de ataque e defesa em massa. teve um momento em que os 11 do manchester tavam, se não na área, um pouco antes dela. logo depois, tavam chegando na área do chelsea.
no mais, o cech fez 2 defesas no primeiro tempo que meu deus.., o van der sar TRAUMATIZOU mais alguns corações pelo mundo e o anderson, bem, QUE PATADA no meio do gol.
CHUPA, RIJKAARDELETTI!!!
como bom pobre, vi o jogo pela RECORD. lá pelas tantas, a comentarista de arbitragem, a ana paula- não apito mais pq posei pelada- oliveira, falando sobre um TAPA que otevez deu num magrão do chelsea, solta a seguinte pérola:
"é, do jeito que ele bateu, fica muito dificil pro assistente e pro árbitro. ponto pro tevez."
skdjavfgbaoksfa...
e o anderson, como eu vinha dizendo, tem estrela pra caralho e garantiu mais duas tacinhas no armário. pra um jogador de 20 anos, nada mal ser campeão da copa américa, portugues, ingles, champions league e ainda da série b do brasileirão. esse nasceu virado pra lua.
no mais, foi um belo jogo, dramático, um clássico.