Tudo aberto na Inglaterra
Ballack é daqueles jogadores que podem ficar um jogo inteiro sem fazer nada, sucumbir à uma marcação bem feita, mas, num lance, decidir tudo. Não é um craque genial, mas é um meia de imposição física, que inclusive colabora na marcação. Hoje, foi bem anulado por Fletcher, volante limitado que marca bem e dá o passe para o lado. Hoje, Ballack foi Ballack, e Fletcher foi Fletcher. E nas grandes decisões é que se vê quem é grande.
Claro que a vitória do Chelsea por 2 a 1 sobre o Manchester United, no jogo que empata os dois na liderança do Campeonato Inglês há duas rodadas do final, passou por diversos outros fatores. A historinha do primeiro parágrafo é apenas ilustrativa. E a primeira das variantes que deram a vitória ao time de Londres (placar que disse bem o que foi o jogo) é a postura tática das equipes.
Avram Grant escalou seu time como nos melhores tempos recentes do Chelsea: um 4-5-1 que vira 4-3-3 quando a equipe ataca. Joe Cole e Kalou auxiliavam na roubada de bola lá no campo de ataque e se inflitravam das pontas para o meio, chegando em Drogba. O centroavante marfinês não se viu sozinho como contra o Liverpool, terça passada. Já Ferguson poupou alguns titulares (Cristiano Ronaldo, Scholes e Tevez) pensando no duelo contra o Barcelona. Colocou seu time lá atrás, como tem feito, à espera de um contra-ataque salvador. O resultado foi uma forte pressão do time da casa no primeiro tempo inteiro. As chances só não eram tão numerosas (a rigor, duas claras) porque o ferrolho defensivo foi bem montado: dois zagueiros (Brown e Silvestre) eram os laterais, bloqueando os avanços dos pontas do Chelsea e obrigando-os a afunilar pelo meio.
Ballack estava apagado, e isto dificultava as coisas para o time da casa. O Chelsea jogava com muita raça, e algumas atuações individuais eram destacadíssimas: Ricardo Carvalho era soberano, Ashley Cole ganhava todas defensivamente. Paulo Ferreira, como de hábito, inferior a Patrício. Na única vez em que Ballack se desvencilhou de Fletcher, saiu o golo do Chelsea. Merecido, por sinal. Grande jogada de Drogba pela direita. Cruzou perfeitamente, como Paulo Ferreira nunca poderá fazê-lo; Ballack entrou como uma flecha e, de cabeça, fuzilou Van der Sar.
O segundo tempo começou equilibrado, com o Manchester United saindo mais um pouco. E teve sorte o time de Ferguson. Aos 10, Ricardo Carvalho, então melhor jogador em campo, erra saída de bola bisonhamente. Rooney, então apagado, entrou livre e empatou. Os red devils acham um golo que os dá toda a vantagem no campeonato. Ferguson tira Rooney e põe Cristiano Ronaldo, o que dá aos visitantes um poder muito maior no contra-ataque. Jogo em aberto.
A seguir, um duelo de substituições. Ferguson pôs O'Shea e tirou Anderson, objetivando segurar o resultado. Grant coloca Anelka e Shevchenko em busca da vitória. O Chelsea pressionou muito, parando sempre no grande Van der Sar. Mas foi num cruzamento de Essien que saiu o pênalti decisivo, aos 38 minutos. Fletcher bateu com o braço na bola. Ballack bateu com categoria e força, vencendo o arqueiro holandês. O que se seguiu foi uma pressão do Manchester United nos minutos finais. Aos 42, Ashley Cole tirou em cima da linha; aos 47, foi Shevchenko quem salvou quase de dentro. O ucraniano entrou bem: além de salvar o empate, segurou a bola com maestria, esfriando a pressão do time de Ferguson.
O Manchester United segue na ponta, mas pelo saldo de golos: 53 a 37. Ambos estão com 81 pontos, faltando suas rodadas para o fim. O Manchester pega West Ham e Wigan, enquanto o Chelsea enfrenta Newcastle e Bolton. Campeonato ainda em aberto, e ambos ainda podem decidir a Liga dos Campeões. Se passarem por Liverpool e Barcelona e chegarem à final do maior torneio europeu, que façam uma partida tão sensacional quanto a de hoje. Há tempos não valia tanto à pena acordar mais cedo numa manhã de sábado.
Em tempo:
- Bonita a homenagem à mãe de Frank Lampard, morta na quinta-feira, por pneumonia. Por isso, o meia não jogou hoje.
Campeonato Inglês 2007/08 - 36ª rodada
26/abril/2008
CHELSEA 2 x MANCHESTER UNITED 1
Local: Stamford Bridge, Londres (ING)
Árbitro: Alan Wiley
Público: 41.828
Golos: Ballack 45 do 1º; Rooney 10 e Ballack (pênalti) 40 do 2º
Cartão amarelo: Ballack, Mikel, Drogba, Brown, Van der Sar, Hargreaves e Ferdinand
CHELSEA: Cech (6,5), Paulo Ferreira (4,5) (Anelka, 21 do 2º - 4,5), Ricardo Carvalho (4,5), Terry (6) e Ashley Cole (7); Mikel (6), Essien (6), Ballack (7,5), Joe Cole (6,5) (Makelele, 42 do 2º - sem nota) e Kalou (5,5) (Shevchenko, 35 do 2º - 6); Drogba (7). Treinador: Avram Grant (7,5)
MANCHESTER UNITED: Van der Sar (7,5), Brown (5,5), Ferdinand (6), Vidic (sem nota) (Hargreaves, 13 do 1º - 5,5) e Silvestre (6,5); Carrick (6), Fletcher (4,5), Anderson (5,5) (O'Shea, 20 do 2º - 5), Nani (5,5) e Giggs (5); Rooney (5,5) (Cristiano Ronaldo, 13 do 2º - 6). Treinador: Alex Ferguson (4,5)
Foto: Manchester United
Claro que a vitória do Chelsea por 2 a 1 sobre o Manchester United, no jogo que empata os dois na liderança do Campeonato Inglês há duas rodadas do final, passou por diversos outros fatores. A historinha do primeiro parágrafo é apenas ilustrativa. E a primeira das variantes que deram a vitória ao time de Londres (placar que disse bem o que foi o jogo) é a postura tática das equipes.
Avram Grant escalou seu time como nos melhores tempos recentes do Chelsea: um 4-5-1 que vira 4-3-3 quando a equipe ataca. Joe Cole e Kalou auxiliavam na roubada de bola lá no campo de ataque e se inflitravam das pontas para o meio, chegando em Drogba. O centroavante marfinês não se viu sozinho como contra o Liverpool, terça passada. Já Ferguson poupou alguns titulares (Cristiano Ronaldo, Scholes e Tevez) pensando no duelo contra o Barcelona. Colocou seu time lá atrás, como tem feito, à espera de um contra-ataque salvador. O resultado foi uma forte pressão do time da casa no primeiro tempo inteiro. As chances só não eram tão numerosas (a rigor, duas claras) porque o ferrolho defensivo foi bem montado: dois zagueiros (Brown e Silvestre) eram os laterais, bloqueando os avanços dos pontas do Chelsea e obrigando-os a afunilar pelo meio.
Ballack estava apagado, e isto dificultava as coisas para o time da casa. O Chelsea jogava com muita raça, e algumas atuações individuais eram destacadíssimas: Ricardo Carvalho era soberano, Ashley Cole ganhava todas defensivamente. Paulo Ferreira, como de hábito, inferior a Patrício. Na única vez em que Ballack se desvencilhou de Fletcher, saiu o golo do Chelsea. Merecido, por sinal. Grande jogada de Drogba pela direita. Cruzou perfeitamente, como Paulo Ferreira nunca poderá fazê-lo; Ballack entrou como uma flecha e, de cabeça, fuzilou Van der Sar.
O segundo tempo começou equilibrado, com o Manchester United saindo mais um pouco. E teve sorte o time de Ferguson. Aos 10, Ricardo Carvalho, então melhor jogador em campo, erra saída de bola bisonhamente. Rooney, então apagado, entrou livre e empatou. Os red devils acham um golo que os dá toda a vantagem no campeonato. Ferguson tira Rooney e põe Cristiano Ronaldo, o que dá aos visitantes um poder muito maior no contra-ataque. Jogo em aberto.
A seguir, um duelo de substituições. Ferguson pôs O'Shea e tirou Anderson, objetivando segurar o resultado. Grant coloca Anelka e Shevchenko em busca da vitória. O Chelsea pressionou muito, parando sempre no grande Van der Sar. Mas foi num cruzamento de Essien que saiu o pênalti decisivo, aos 38 minutos. Fletcher bateu com o braço na bola. Ballack bateu com categoria e força, vencendo o arqueiro holandês. O que se seguiu foi uma pressão do Manchester United nos minutos finais. Aos 42, Ashley Cole tirou em cima da linha; aos 47, foi Shevchenko quem salvou quase de dentro. O ucraniano entrou bem: além de salvar o empate, segurou a bola com maestria, esfriando a pressão do time de Ferguson.
O Manchester United segue na ponta, mas pelo saldo de golos: 53 a 37. Ambos estão com 81 pontos, faltando suas rodadas para o fim. O Manchester pega West Ham e Wigan, enquanto o Chelsea enfrenta Newcastle e Bolton. Campeonato ainda em aberto, e ambos ainda podem decidir a Liga dos Campeões. Se passarem por Liverpool e Barcelona e chegarem à final do maior torneio europeu, que façam uma partida tão sensacional quanto a de hoje. Há tempos não valia tanto à pena acordar mais cedo numa manhã de sábado.
Em tempo:
- Bonita a homenagem à mãe de Frank Lampard, morta na quinta-feira, por pneumonia. Por isso, o meia não jogou hoje.
Campeonato Inglês 2007/08 - 36ª rodada
26/abril/2008
CHELSEA 2 x MANCHESTER UNITED 1
Local: Stamford Bridge, Londres (ING)
Árbitro: Alan Wiley
Público: 41.828
Golos: Ballack 45 do 1º; Rooney 10 e Ballack (pênalti) 40 do 2º
Cartão amarelo: Ballack, Mikel, Drogba, Brown, Van der Sar, Hargreaves e Ferdinand
CHELSEA: Cech (6,5), Paulo Ferreira (4,5) (Anelka, 21 do 2º - 4,5), Ricardo Carvalho (4,5), Terry (6) e Ashley Cole (7); Mikel (6), Essien (6), Ballack (7,5), Joe Cole (6,5) (Makelele, 42 do 2º - sem nota) e Kalou (5,5) (Shevchenko, 35 do 2º - 6); Drogba (7). Treinador: Avram Grant (7,5)
MANCHESTER UNITED: Van der Sar (7,5), Brown (5,5), Ferdinand (6), Vidic (sem nota) (Hargreaves, 13 do 1º - 5,5) e Silvestre (6,5); Carrick (6), Fletcher (4,5), Anderson (5,5) (O'Shea, 20 do 2º - 5), Nani (5,5) e Giggs (5); Rooney (5,5) (Cristiano Ronaldo, 13 do 2º - 6). Treinador: Alex Ferguson (4,5)
Foto: Manchester United
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