Façam suas apostas

A Libertadores definiu seus cruzamentos ontem à noite. As pelejas começam na semana que vem. Antes das análises e palpites, algumas curiosidades e adendos.


Primeiramente, quanto aos emparceiramentos. Até onde sei, a Conmebol manteve para 2008 a discutível regra de obrigar cruzamentos entre clubes de um mesmo país para que não haja uma final local. Isso pode mudar os cruzamentos a partir das semifinais, ou até mesmo das quartas, dependendo. Porém, em princípio, os quatro semifinalistas sairão destas quatro chaves, um de cada uma: Fluminense, Nacional-COL, Nacional e São Paulo; Atlas, Lanús, Cruzeiro e Boca Juniors (destes oito, um deve ser um dos finalistas); Flamengo, América-MEX, Cucuta e Santos; River Plate, San Lorenzo, Estudiantes e LDU (destes oito sai o outro finalista).


Apenas um confronto (River x San Lorenzo) é local. Outros dois reúnem campeões de Libertadores: Cruzeiro (2 títulos) x Boca (6), São Paulo (3) x Nacional (3). Dos 16 classificados, nove já sentiram o doce gosto de conquistar a América.


Fluminense x Nacional-COL: o Fluminense tem um muito bom time, mas não acho que reúne condições de sair campeão da Libertadores. O Atlético Nacional tem um time razoável, que causou complicações ao São Paulo, e tradição na competição. Mas os cariocas devem passar por esta fase. O Atanásio Girardot será um forte teste para o time de Portaluppi.


São Paulo x Nacional: duelo bastante imprevisível e equilibrado. Os dois tem muita cancha em Libertadores. Os paulistas têm mais qualidade individual, mas vivem pior momento. O Nacional é uma equipe bastante aguerrida e com fator local muito forte. Quem passar sairá muito fortalecido.


Atlas x Lanús: confronto menos atraente das oitavas. Os atuais campeões argentinos passaram bem pela primeira fase, mas vêm em um péssimo momento no Torneio Clausura. O Atlas, por sua vez, liderou um dos grupos mais fortes da primeira fase, que reunia Boca Juniors e Colo Colo. Apontar um mexicano como favorito é algo sempre temerário, mas correrei este risco.


Cruzeiro x Boca Juniors: jogo sensacional, que reúne a equipe que jogou um excelente futebol na primeira fase contra a que dispõe do melhor elenco do continente. Muita tradição em campo também: ambos decidiram a Libertadores em 1977, com o Boca levantando o seu primeiro título, nos pênaltis. Tudo dependerá de como o jovem time de Adílson Batista se sairá na Bombonera. Assim como São Paulo x Nacional, dois jogos imperdíveis e sem qualquer previsão possível.


Flamengo x América-MEX: o Flamengo talvez seja o time que se deu melhor, em princípio. Mesmo que a viagem até o México seja longa, o rubro-negro tem mais time que o América-MEX e é o favorito a seguir adiante. É só trazer, no mínimo, um empate amigo do Azteca, sem culpar a altitude ou coisas do gênero. A atuação de Cuzco, nos 3 a 0 sobre o Cienciano, podem servir de exemplo.


Cucuta x Santos: jogo que ocorreu na primeira fase, a exemplo de Internacional x Nacional em 2006. Na Colômbia, houve empate sem golos; em Santos, 2 a 1 para os paulistas, resultado que não serve de parâmetro, pois os cucuteños apenas cumpriam carnê. Como na quase totalidade das disputas das oitavas, o equilíbrio impera, mas o Cucuta tem jogado melhor e parece mais consistente. Ponho minhas fichas nos colombianos.


River Plate x San Lorenzo: este é um clássico buenairense, onde apontar favorito é sempre um convite ao erro. O River é melhor e vem jogando mais que a esquadra de Boedo, o que o deixa em ligeira vantagem. Mais dois jogaços, isso é certo.


Estudiantes x LDU: confio na maior tradição do Estudiantes e na qualidade de Verón e do ataque platense. Mas um triunfo da LDU não seria nenhum crime. Passando o time de Brujita, mais um duelo argentino estará garantido para as quartas-de-final.