Uma noite de vingança
Este 16 de dezembro de 2007 foi mais que um dia especial na história do Milan. Além de bater o copeiríssimo Boca Juniors por sonoros 4 a 2 e sagrar-se o primeiro clube do mundo a ser quatro vezes o melhor do planeta, o time de Carlo Ancelotti sentiu o doce sabor da vingança no Yokohama International Stadium ao bater o adversário que adiou, em 2003, a festa do tetra mundial por quatro anos.
Parecia que seria uma final típica. Era um duelo que lembrava muito os últimos dois Mundiais: o time europeu tomando a iniciativa com cautela, e o sul-americano fechadinho, esperando um contra-ataque. Nenhuma chance havia surgido até Kaká achar Inzaghi com um canhotaço cruzado, aos 20 minutos.
Não se pode dizer que o Boca Juniors sentiu o golo. Na verdade, nem o Milan sentiu. Um minuto depois veio o escanteio curto que Palacio, livre, aproveitou de cabeça. Eram 21 minutos e já tínhamos dois golos. Dali até o fim do primeiro tempo, os argentinos foram melhores. Perderam um tanto do receio de atacar, jogaram de igual para igual, ganharam rebotes e tiveram mais chances de golo.
No Milan, a falta de criatividade passou por uma cautela excessiva de Ancelotti, que preferiu colocar dois zagueiros nas laterais. Tivesse colocado Oddo na direita em vez de Bonera, teria tido uma saída melhor pelo lado do campo. O time italiano chegava até o meio com bola dominada, mas afunilava e facilitava o trabalho de Battaglia e Banega. Se o objetivo era neutralizar as jogadas pelas pontas do Boca, não deu certo. A bola aérea argentina sempre foi perigosa na etapa inicial.
O lance que decidiu a partida veio aos 4 minutos do segundo tempo. Os times ainda se estudavam na etapa final, quando Ambrosini sofreu pênalti que o árbitro não marcou, mas Nesta aproveitou a sobra e fez 2 a 1 para o Milan. Ali, pela primeira vez, o Boca se viu forçado a atacar. Sem Román, e com Cardozo (único meia) pouco inspirado, a bola batia e voltava no ataque.
Só dava Milan. Ibarra ainda chutou uma na trave, mas foi só. Aos 15, Kaká arrancou com bola dominada a partir da intermediária e só parou dentro do golo. Era o terceiro, o sepultamento dos xeneizes. Dez minutos depois, o brasileiro serviu novamente o Matador (este merece "m" maiúsuclo) Inzaghi, herói habitual de decisões, predestinado e oportunista. Era a goleada, já um exagero no que era a partida e no que são as duas equipes.
Kaladze foi expulso, Ledesma (ainda não entendo como é reserva) descontou e foi expulso. No final, a merecida festa do Milan, que mesmo tendo média de idade de 31 anos provou ainda ser uma grande equipe. Aproveitou-se da perda de qualidade notória sofrida pelo Boca Juniors da conquista da Libertadores para cá e colocou mais uma faixa no peito.
E 2007 encerra suas atividades com um jogaço. Uma temporada que deixará saudades.
Em tempo:
- Torcida do Boca merece um voto de louvor. Mesmo levando 4 a 1, parecia que o jogo era na Bombonera, tal o barulho.
- Paolo Maldini, 39 anos, deve encerrar sua carreira em altíssimo estilo.
- Emerson, com uma camisa "Vinguei meu Grêmio" era um dos mais eufóricos com o título.
- Parabéns à Globo, por ter transmitido a partida mesmo sem equipes brasileiras em campo. Nem precisava, já que Galvão Bueno insistia em afirmar que o jogo tinha "um gostinho de Brasil x Argentina".
Mundial Interclubes 2007 - Final
16/dezembro/2007
BOCA JUNIORS 2 x MILAN 4
Local: Internacional, Yokohama (JAP)
Árbitro: Marco Rodriguez (MEX)
Público: 68.263
Golos: Inzaghi 20 e Palacio 21 do 1º; Nesta 4, Kaká 15, Inzaghi 25 e Ambrosini (contra) 39 do 2º
Cartão amarelo: Ambrosini, Ibarra, Battaglia, Kaká e Paletta
Expulsão: Kaladze 31 e Ledesma 42 do 2º
BOCA JUNIORS: Caranta (5), Ibarra (5), Maidana (4,5), Paletta (5) e Morel Rodríguez (5,5); Battaglia (6), Banega (5), González (4,5) (Ledesma, 21 do 2º - 4,5) e Cardozo (4) (Gracián, 22 do 2º - 5); Palacio (6) e Palermo (4,5). Treinador: Miguel Angel Russo (4,5)
MILAN: Dida (5,5), Bonera (5,5), Nesta (7), Kaladze (5,5) e Maldini (6,5); Gattuso (6) (Emerson, 19 do 2º - 5,5), Ambrosini (5), Pirlo (6,5) e Seedorf (7) (Brocchi, 41 do 2º - sem nota); Kaká (9) e Inzaghi (8,5) (Cafu, 30 do 2º - 6). Treinador: Carlo Ancelotti (6,5)
Foto: AFP
Parecia que seria uma final típica. Era um duelo que lembrava muito os últimos dois Mundiais: o time europeu tomando a iniciativa com cautela, e o sul-americano fechadinho, esperando um contra-ataque. Nenhuma chance havia surgido até Kaká achar Inzaghi com um canhotaço cruzado, aos 20 minutos.
Não se pode dizer que o Boca Juniors sentiu o golo. Na verdade, nem o Milan sentiu. Um minuto depois veio o escanteio curto que Palacio, livre, aproveitou de cabeça. Eram 21 minutos e já tínhamos dois golos. Dali até o fim do primeiro tempo, os argentinos foram melhores. Perderam um tanto do receio de atacar, jogaram de igual para igual, ganharam rebotes e tiveram mais chances de golo.
No Milan, a falta de criatividade passou por uma cautela excessiva de Ancelotti, que preferiu colocar dois zagueiros nas laterais. Tivesse colocado Oddo na direita em vez de Bonera, teria tido uma saída melhor pelo lado do campo. O time italiano chegava até o meio com bola dominada, mas afunilava e facilitava o trabalho de Battaglia e Banega. Se o objetivo era neutralizar as jogadas pelas pontas do Boca, não deu certo. A bola aérea argentina sempre foi perigosa na etapa inicial.
O lance que decidiu a partida veio aos 4 minutos do segundo tempo. Os times ainda se estudavam na etapa final, quando Ambrosini sofreu pênalti que o árbitro não marcou, mas Nesta aproveitou a sobra e fez 2 a 1 para o Milan. Ali, pela primeira vez, o Boca se viu forçado a atacar. Sem Román, e com Cardozo (único meia) pouco inspirado, a bola batia e voltava no ataque.
Só dava Milan. Ibarra ainda chutou uma na trave, mas foi só. Aos 15, Kaká arrancou com bola dominada a partir da intermediária e só parou dentro do golo. Era o terceiro, o sepultamento dos xeneizes. Dez minutos depois, o brasileiro serviu novamente o Matador (este merece "m" maiúsuclo) Inzaghi, herói habitual de decisões, predestinado e oportunista. Era a goleada, já um exagero no que era a partida e no que são as duas equipes.
Kaladze foi expulso, Ledesma (ainda não entendo como é reserva) descontou e foi expulso. No final, a merecida festa do Milan, que mesmo tendo média de idade de 31 anos provou ainda ser uma grande equipe. Aproveitou-se da perda de qualidade notória sofrida pelo Boca Juniors da conquista da Libertadores para cá e colocou mais uma faixa no peito.
E 2007 encerra suas atividades com um jogaço. Uma temporada que deixará saudades.
Em tempo:
- Torcida do Boca merece um voto de louvor. Mesmo levando 4 a 1, parecia que o jogo era na Bombonera, tal o barulho.
- Paolo Maldini, 39 anos, deve encerrar sua carreira em altíssimo estilo.
- Emerson, com uma camisa "Vinguei meu Grêmio" era um dos mais eufóricos com o título.
- Parabéns à Globo, por ter transmitido a partida mesmo sem equipes brasileiras em campo. Nem precisava, já que Galvão Bueno insistia em afirmar que o jogo tinha "um gostinho de Brasil x Argentina".
Mundial Interclubes 2007 - Final
16/dezembro/2007
BOCA JUNIORS 2 x MILAN 4
Local: Internacional, Yokohama (JAP)
Árbitro: Marco Rodriguez (MEX)
Público: 68.263
Golos: Inzaghi 20 e Palacio 21 do 1º; Nesta 4, Kaká 15, Inzaghi 25 e Ambrosini (contra) 39 do 2º
Cartão amarelo: Ambrosini, Ibarra, Battaglia, Kaká e Paletta
Expulsão: Kaladze 31 e Ledesma 42 do 2º
BOCA JUNIORS: Caranta (5), Ibarra (5), Maidana (4,5), Paletta (5) e Morel Rodríguez (5,5); Battaglia (6), Banega (5), González (4,5) (Ledesma, 21 do 2º - 4,5) e Cardozo (4) (Gracián, 22 do 2º - 5); Palacio (6) e Palermo (4,5). Treinador: Miguel Angel Russo (4,5)
MILAN: Dida (5,5), Bonera (5,5), Nesta (7), Kaladze (5,5) e Maldini (6,5); Gattuso (6) (Emerson, 19 do 2º - 5,5), Ambrosini (5), Pirlo (6,5) e Seedorf (7) (Brocchi, 41 do 2º - sem nota); Kaká (9) e Inzaghi (8,5) (Cafu, 30 do 2º - 6). Treinador: Carlo Ancelotti (6,5)
Foto: AFP
Comentários
eu só ouvi ele dizendo isso pro Kaka
Boca à milanesa!