Cada vez mais 2006
Dunga chegou ao comando da seleção brasileira em agosto passado criticando o esquema tático utilizado por Carlos Alberto Parreira, que redundou no fracasso diante da França de Zidane. Essa frase é que explica a minha perplexidade ao ver este time do Brasil que vem jogando nestas Eliminatórias, num modelito idêntico ao do ano passado.
No jogo contra o Equador, a seleção fez um ótimo segundo tempo e conseguiu a goleada à base de individualidades, mas é imprescindível lembrarmos das dificuldades coletivas apresentadas pelo time de Dunga. Hoje, novamente, o que se viu foi um time dividido em dois, com defesa e ataque absolutamente desquitados. Enquanto laterais, zagueiros e volantes conseguiam dar conta do recado, os quatro atacantes estavam fora da sintonia. Kaká e Ronaldinho, os meias deste time, raramente vinham buscar a bola. O jogador do Barcelona, quando o fazia, só dava toques laterais descompromissados e burocráticos.
O Peru começou o jogo melhor, criando chances com Pizarro e Guerrero, ótimos jogadores. O jogo era franco, de certa forma equilibrado. Claro, se o Brasil fosse um time realmente bem constituído teria tido supremacia na partida. O golo de Kaká foi obra de uma jogada iniciada num corte raçudo de Mineiro, com o jogador do Milan concluindo com maestria. O próprio Kaká quase marcou outro golaço a seguir.
O jogo caiu bastante no segundo tempo. Quando os peruanos viram que o Brasil não iria partir para cima, resolveram arriscar tudo. O eterno José del Solar encheu seu time de atacantes e acuou os canarinhos. O empate veio aos 26, em chute de Vargas desviado por Lúcio. Dunga esperou o Peru empatar para consertar o time, colocando Elano no lugar de Robinho. Inacreditável. Se era para equilibrar o time só quando o jogo estivesse empatado, que colocasse Elano de início, quando estava 0 a 0. Assim, o Brasil jogaria com mais consistência durante 90 minutos, e não apenas 18.
A destacar a habitual grande atuação de Juan, grandes rochedo defensivo brasileiro. Pelo lado do Chile, o goleiro Penny se destacou ao fazer grande defesa em chute de Kaká no final do primeiro tempo. O empate não chega a ser trágico em termos de tabela, pois o Brasil segue tranqüilo, em 3º lugar. O problema é a distância para a Argentina, já de 4 pontos. Mais grave ainda é pensar que um time cheio de atacantes que não marcam vai conseguir ganhar alguma coisa. Parece que a seleção ainda não aprendeu com os erros da Copa de 2006 e com os parcos acertos da Copa América de julho passado.
Eliminatórias da Copa do Mundo 2010 - América do Sul - 3ª rodada
18/novembro/2007
PERU 1 x BRASIL 1
Local: Monumental, Lima (PER)
Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Público: não divulgado
Golos: Kaká 39 do 1º; Vargas 26 do 2º
Cartão amarelo: Vargas, De la Haza, Mendoza, Solano e Lúcio
PERU: Penny (6), Salas (5), Acasiete (5,5), Rodríguez (5,5) e Vargas (6); Lobatón (5,5) (De la Haza, 20 do 2º - 5), Jayo (5) (Mendoza, 16 do 2º - 5), Solano (5) e Farfán (5,5); Guerrero (5,5) (Palacios, intervalo - 5,5) e Pizarro (5,5). Treinador: José del Solar (6)
BRASIL: Júlio César (5,5), Maicon (5,5), Juan (7), Lúcio (6) e Gilberto (6); Gilberto Silva (5), Mineiro (5,5), Kaká (6) e Ronaldinho (5); Robinho (4,5) (Elano, 28 do 2º - 5,5) e Vágner Love (4,5) (Luís Fabiano, 23 do 2º - 5,5). Treinador: Dunga (4,5)
No jogo contra o Equador, a seleção fez um ótimo segundo tempo e conseguiu a goleada à base de individualidades, mas é imprescindível lembrarmos das dificuldades coletivas apresentadas pelo time de Dunga. Hoje, novamente, o que se viu foi um time dividido em dois, com defesa e ataque absolutamente desquitados. Enquanto laterais, zagueiros e volantes conseguiam dar conta do recado, os quatro atacantes estavam fora da sintonia. Kaká e Ronaldinho, os meias deste time, raramente vinham buscar a bola. O jogador do Barcelona, quando o fazia, só dava toques laterais descompromissados e burocráticos.
O Peru começou o jogo melhor, criando chances com Pizarro e Guerrero, ótimos jogadores. O jogo era franco, de certa forma equilibrado. Claro, se o Brasil fosse um time realmente bem constituído teria tido supremacia na partida. O golo de Kaká foi obra de uma jogada iniciada num corte raçudo de Mineiro, com o jogador do Milan concluindo com maestria. O próprio Kaká quase marcou outro golaço a seguir.
O jogo caiu bastante no segundo tempo. Quando os peruanos viram que o Brasil não iria partir para cima, resolveram arriscar tudo. O eterno José del Solar encheu seu time de atacantes e acuou os canarinhos. O empate veio aos 26, em chute de Vargas desviado por Lúcio. Dunga esperou o Peru empatar para consertar o time, colocando Elano no lugar de Robinho. Inacreditável. Se era para equilibrar o time só quando o jogo estivesse empatado, que colocasse Elano de início, quando estava 0 a 0. Assim, o Brasil jogaria com mais consistência durante 90 minutos, e não apenas 18.
A destacar a habitual grande atuação de Juan, grandes rochedo defensivo brasileiro. Pelo lado do Chile, o goleiro Penny se destacou ao fazer grande defesa em chute de Kaká no final do primeiro tempo. O empate não chega a ser trágico em termos de tabela, pois o Brasil segue tranqüilo, em 3º lugar. O problema é a distância para a Argentina, já de 4 pontos. Mais grave ainda é pensar que um time cheio de atacantes que não marcam vai conseguir ganhar alguma coisa. Parece que a seleção ainda não aprendeu com os erros da Copa de 2006 e com os parcos acertos da Copa América de julho passado.
Eliminatórias da Copa do Mundo 2010 - América do Sul - 3ª rodada
18/novembro/2007
PERU 1 x BRASIL 1
Local: Monumental, Lima (PER)
Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Público: não divulgado
Golos: Kaká 39 do 1º; Vargas 26 do 2º
Cartão amarelo: Vargas, De la Haza, Mendoza, Solano e Lúcio
PERU: Penny (6), Salas (5), Acasiete (5,5), Rodríguez (5,5) e Vargas (6); Lobatón (5,5) (De la Haza, 20 do 2º - 5), Jayo (5) (Mendoza, 16 do 2º - 5), Solano (5) e Farfán (5,5); Guerrero (5,5) (Palacios, intervalo - 5,5) e Pizarro (5,5). Treinador: José del Solar (6)
BRASIL: Júlio César (5,5), Maicon (5,5), Juan (7), Lúcio (6) e Gilberto (6); Gilberto Silva (5), Mineiro (5,5), Kaká (6) e Ronaldinho (5); Robinho (4,5) (Elano, 28 do 2º - 5,5) e Vágner Love (4,5) (Luís Fabiano, 23 do 2º - 5,5). Treinador: Dunga (4,5)
Comentários
No mais, o diagnóstico do Felipe é corretíssimo, e o problema não é de agora. Temos um time amorfo, e a grande causa disso é esse acúmulo de homens de frente - conseqüência direta dessa mania de "faz firulinha, tem que jogar". Seria legal se o Dunga tomasse coragem e botasse ordem nessa bagunça, mas vejo que ele está tentando administrar o problema ao invés de solucioná-lo. Agindo assim, não vai durar muito no comando da seleção.