13 minutos que valeram por 7 anos
O Brasil não pode ficar longe de sua seleção. Se os amistosos dos canarinhos fossem realizados em solo brasileiro, e não em uma cancha neutra da Eurásia, haveria uma reaproximação entre torcida e time salutar para os dois lados. Ainda mais se houver uma atuação como a desta quarta, nos 5 a 0 sobre o Equador.
Depois de sete longos anos apartado de seu maior palco, o Brasil começou sendo vítima de sua própria torcida, que vaiou o time em menos de 10 minutos. A cultura do futebol carioca quer espetáculo a qualquer custo, mas é preciso entender que o Equador não é galinha morta. Para ficar no zoológico, é um time de cavalos cansados, que fez duas boas Eliminatórias mas parece ter perdido um tanto de seu fôlego.
O golo de Vágner Love foi de uma extraordinária jogada coletiva: grande passe de Robinho para Maicon, que deu esplêndida meia-lua e cruzou para o centroavante marcar com oportunismo. Aliás, bela atuação do camisa 9: lançado em velocidade, Vágner Love levou perigo com chutes potentes e arrancadas infernais. Finalmente, mostrou serviço de qualidade.
O primeiro tempo correu em banho-maria, com o Brasil bem marcado e sem conseguir criar quase nada. No intervalo, entrou Carlos Tenório no Equador. Comandado por Mendez, o time equatoriano descobriu o caminho das pedras: o ataque brasileiro, formado por exagerados quatro jogadores, estava apartado da defesa, onde Gilberto Silva e Mineiro corriam desesperados e não achavam os avantes equatorianos.
O Equador levava perigo e teve chances para empatar. O jogo era encardidíssimo. No Brasil, destacavam-se Maicon, Lúcio e Juan, mais Ronaldinho (cresceu muito no segundo tempo) e Vágner Love. Robinho vinha muito buscar a bola, mas não marcava nada. Kaká errava tudo. O golo de Ronaldinho, que não parece ter sido sem querer, tranqüilizou a seleção e matou a reação adversária.
A alteração de Dunga, Elano no lugar de Vágner Love, deu ao Brasil o equilíbrio que faltava. Aí, veio o massacre. Primeiro, um golaço de Kaká, que fez nos minutos finais uma atuação que compensou a ausência dos primeiros 65 minutos. Depois, a jogada genial de Robinho, dribles desconcertantes, ofensivos e objetivos, golo de Elano; e o frangaço do transtornado Viteri, que Kaká nem fez questão de comemorar muito.
Belíssima vitória brasileira, onde todos foram muito bem. Houve o show prometido por Robinho, mas só depois de ter garantido a vitória, o que é absolutamente salutar e lúdico. E, principalmente, só depois de ter equilibrado a meia-cancha, já que antes do 2 a 0, não esqueçamos, o Equador esteve bem mais perto de empatar que o Brasil de ampliar.
Eliminatórias da Copa do Mundo 2010 - América do Sul - 2ª rodada
17/outubro/2007
BRASIL 5 x EQUADOR 0
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Público: 85.071
Renda: R$ 2.563.150,00
Golos: Vágner Love 18 do 1º; Ronaldinho 26, Kaká 31, Elano 37 e Kaká 39 do 2º
Cartão amarelo: Ivan Hurtado e Bagüi
BRASIL: Júlio César (5,5), Maicon (7), Lúcio (7), Juan (6) e Gilberto (6); Gilberto Silva (6), Mineiro (5,5), Kaká (7) (Diego, 42 do 2º - sem nota) e Ronaldinho (6,5); Robinho (7) e Vágner Love (7) (Elano, 29 do 2º - 6,5). Treinador: Dunga (6,5)
EQUADOR: Viteri (4), De La Cruz (4), Ivan Hurtado (4,5), Espinoza (5) e Bagüi (5); Urrutía (5), Quiroz (4,5) (Carlos Tenório, intervalo - 5,5), Mendez (5,5) e Castillo (5,5); Ayovi (5) (Guerrón, 30 do 2º - 4,5) e Benitez (4) (Lara, 35 do 2º - sem nota). Treinador: Luis Suarez (5)
Depois de sete longos anos apartado de seu maior palco, o Brasil começou sendo vítima de sua própria torcida, que vaiou o time em menos de 10 minutos. A cultura do futebol carioca quer espetáculo a qualquer custo, mas é preciso entender que o Equador não é galinha morta. Para ficar no zoológico, é um time de cavalos cansados, que fez duas boas Eliminatórias mas parece ter perdido um tanto de seu fôlego.
O golo de Vágner Love foi de uma extraordinária jogada coletiva: grande passe de Robinho para Maicon, que deu esplêndida meia-lua e cruzou para o centroavante marcar com oportunismo. Aliás, bela atuação do camisa 9: lançado em velocidade, Vágner Love levou perigo com chutes potentes e arrancadas infernais. Finalmente, mostrou serviço de qualidade.
O primeiro tempo correu em banho-maria, com o Brasil bem marcado e sem conseguir criar quase nada. No intervalo, entrou Carlos Tenório no Equador. Comandado por Mendez, o time equatoriano descobriu o caminho das pedras: o ataque brasileiro, formado por exagerados quatro jogadores, estava apartado da defesa, onde Gilberto Silva e Mineiro corriam desesperados e não achavam os avantes equatorianos.
O Equador levava perigo e teve chances para empatar. O jogo era encardidíssimo. No Brasil, destacavam-se Maicon, Lúcio e Juan, mais Ronaldinho (cresceu muito no segundo tempo) e Vágner Love. Robinho vinha muito buscar a bola, mas não marcava nada. Kaká errava tudo. O golo de Ronaldinho, que não parece ter sido sem querer, tranqüilizou a seleção e matou a reação adversária.
A alteração de Dunga, Elano no lugar de Vágner Love, deu ao Brasil o equilíbrio que faltava. Aí, veio o massacre. Primeiro, um golaço de Kaká, que fez nos minutos finais uma atuação que compensou a ausência dos primeiros 65 minutos. Depois, a jogada genial de Robinho, dribles desconcertantes, ofensivos e objetivos, golo de Elano; e o frangaço do transtornado Viteri, que Kaká nem fez questão de comemorar muito.
Belíssima vitória brasileira, onde todos foram muito bem. Houve o show prometido por Robinho, mas só depois de ter garantido a vitória, o que é absolutamente salutar e lúdico. E, principalmente, só depois de ter equilibrado a meia-cancha, já que antes do 2 a 0, não esqueçamos, o Equador esteve bem mais perto de empatar que o Brasil de ampliar.
Eliminatórias da Copa do Mundo 2010 - América do Sul - 2ª rodada
17/outubro/2007
BRASIL 5 x EQUADOR 0
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Público: 85.071
Renda: R$ 2.563.150,00
Golos: Vágner Love 18 do 1º; Ronaldinho 26, Kaká 31, Elano 37 e Kaká 39 do 2º
Cartão amarelo: Ivan Hurtado e Bagüi
BRASIL: Júlio César (5,5), Maicon (7), Lúcio (7), Juan (6) e Gilberto (6); Gilberto Silva (6), Mineiro (5,5), Kaká (7) (Diego, 42 do 2º - sem nota) e Ronaldinho (6,5); Robinho (7) e Vágner Love (7) (Elano, 29 do 2º - 6,5). Treinador: Dunga (6,5)
EQUADOR: Viteri (4), De La Cruz (4), Ivan Hurtado (4,5), Espinoza (5) e Bagüi (5); Urrutía (5), Quiroz (4,5) (Carlos Tenório, intervalo - 5,5), Mendez (5,5) e Castillo (5,5); Ayovi (5) (Guerrón, 30 do 2º - 4,5) e Benitez (4) (Lara, 35 do 2º - sem nota). Treinador: Luis Suarez (5)
Foto: Reuters
Comentários
Agora, muito melhor do que Brasil x Equador certamente foi Luxemburgo x Romênia, que garantiu a volta dos romenos ao grupo de elite da Eurocopa depois de doze anos. Mais detalhes no Bola Romena, mais vivo do que nunca \o/
Aí o Galvão, sem jeito – como ficou aqui no Olímpico – solta um "é, e agora virou festa", gerando gargalhadas dos telespectadores.
E finalmente a Globo corta o áudio da torcida e fica aquele silêncio de estúdio, apenas com a voz do Galvão.
Isso que dá não dançar direito a Dança do Siri.
não ouvi...
kaká não jogou um ovo....
só fez o golaço...
como sentenciou hj o mestre Cláudio Quintana Cabral, Robinho faz parte da pior espécie de jogadores. A daqueles que somem completamente quando o jogo está encardido, pipocam pra valer. Ai quando tudo está decidido, aparecem fazendo graça. Foi exatamente isso que aconteceu ontem, e também na copa américa, quando robinho foi artilheiro só fazendo gols contra o chile. Nos confrontos com Uruguai e Argentina, nem sinal do homem.
A nota do Robinho não foi dada exclusivamente pelo drible em cima do De La Cruz. Lembremos que foi ele quem iniciou a jogada do primeiro tento, num passe pro Maicon a la Michael Laudrup, de grande categoria.
Quando estava 1 a 0, mesmo sendo muito pouco produtivo, era justamente ele quem vinha tentar buscar jogo junto aos volantes, e não Kaká, nem Ronaldinho. Até cheguei a me surpreender com este tipo de iniciativa, incomum da parte dele.
Concordo quando dizem que o Robinho é um palhaço que pula e quer aparecer na comemoração dos golos, mas isso não é algo novo da parte dele, por isso nem fiz questão de comentar. Na comemoração do golo do Elano ele deu pulos ridículos e se achando o máximo, deixando o companheiro em segundo plano.
Concordo parcialmente com meu amigo Neni Klück. Acho que o Robinho tem um QUÊ de peladeiro, e que geralmente some de jogos decisivos. Mas lembremos a final do Brasileiro de 2002, quando ele jogou muito. E naquele jogo diante do Chile a coisa estava sim encardida: o placar marcava 0 a 0, o Brasil tinha perdido a primeira partida, jogava mal e corria risco de ficar fora na primeira fase. E ele decidiu ali, apesar de ter sumido na semifinal e na final, de fato.
Quanto ao Kaká, concordo que ele não jogava NADA, inclusive falei isso. Mas ele participou de três golos, e dar uma nota mais baixa me parecia não reconhecer a importância disso.
Jogos da seleção sempre provocam controvérsias. Abraço a todos.
Ao contrário de Galvão, palhaço, Bueno, não é esse tipo de torcida que quero na minha cancha.