Cruzeiro se impõe em São Januário

A atuação do Cruzeiro hoje em São Januário foi para não deixar dúvidas sobre a capacidade do time treinado por Dorival Júnior. Jogando com personalidade, impondo seu estilo cadenciado e de toque de bola em pleno campo vascaíno, a equipe mineira bateu o Vasco por 2 a 0 ao natural. E até cabia mais.

Desde o princípio ficou bem claro que seria difícil o Vasco sair com os 3 pontos. Contando com Perdigão, Leandro Amaral e Alan Kardec pouco inspirados, a equipe de Celso Roth sucumbiu a uma irritante paciência cruzeirense, que valorizava a posse de bola, mas sem confundir isso com falta de objetividade. O primeiro golo saiu assim, em bela conclusão do bom volante Ramires. Logo antes, Marcelo Moreno já havia perdido chance incrível.

O Vasco se perdeu após aqueles 3 a 1 sofridos diante do Grêmio no Olímpico. Os resultados mostram que a equipe não foi mais a mesma. A paciência com Roth e algumas de suas insistências já se esgotou. Hoje, ficou evidenciado que os cruz-maltinos querem Andrade, e não mais Amaral entre os titulares.

O segundo tempo foi parecido com o primeiro. Comandado pelo maestro Wagner e pelo habilidoso Fernandinho, o time mineiro até teve menos posse de bola no começo, mas era muito mais perigoso. A única chance de fato do Vasco veio em duas belas conclusões de Leandro Amaral, ambas defendidas maravilhosamente por Fábio.

Após um início bom dos cariocas, os azuis tomaram conta do meio-campo. Perdigão saiu para a entrada do atacante Abuda. Ele vinha mal, mas sua saída despovoou o meio e o Cruzeiro dominou completamente as ações. O segundo golo foi conseqüência de uma incrível pressão dos visitantes, mesmo que já estivessem em vantagem. A fúria da torcida veio em cânticos tão indignados quanto os dos atleticanos no Mineirão.

A vitória mantém no Cruzeiro aquela réstia quase irracional de esperança no título. O time de Dorival Júnior praticamente garante sua ida à Libertadores quatro anos depois, enquanto o Vasco vai caindo no momento que mais precisava pontuar.

Em tempo:
- Martin Carvalho é aquele mesmo, filho do ex-presidente colorado Fernando Carvalho. Entrou no segundo tempo e foi apenas discreto.

Campeonato Brasileiro 2007 - 27ª rodada
23/setembro/2007
VASCO 0 x CRUZEIRO 2
Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Leonardo Gaciba (RS)
Público: 19.213
Renda: R$ 162.560,00
Golos: Ramires 15 do 1º; Thiago Martinelli 30 do 2º
Cartão amarelo: Perdigão, Rubens Júnior, Fernandinho e Maicosuel
VASCO: Silvio Luiz (5,5), Jorge Luiz (5), Luizão (5) (Marcelinho, intervalo - 5) e Vilson (5); Wagner Diniz (4,5), Amaral (4,5), Perdigão (4,5) (Abuda, 24 do 2º - 4,5), Conca (5) e Rubens Júnior (4,5); Leandro Amaral (5,5) e Alan Kardec (4) (Martin Carvalho, 11 do 2º - 5). Treinador: Celso Roth (4,5)
CRUZEIRO: Fábio (7), Mariano (5,5), Thiago Martinelli (6,5), Thiago Heleno (5,5) e Fernandinho (6,5); Ramires (7), Charles (6), Wagner (6,5) (Luiz Alberto, 21 do 2º - 5,5) e Maicosuel (6) (Kerlon, 35 do 2º - sem nota); Roni (5,5) e Marcelo Moreno (5) (Guilherme, 14 do 2º - 5,5). Treinador: Dorival Júnior (7)

Foto: FOTOCOM.NET/Divulgação

Comentários

Anônimo disse…
lamentável a participação da torcida do vasco. o jogo estava 0X1 e apesar do melhor futebol cruzeirense o jogo ainda estava em aberto, quando a torcida começou a enfurecidamente protestar contra o treinador e o time. com isso, o time vascaino ficou completamente acuado, e estava claro que o segundo gol cruzeirense era uma questão de tempo. não deu outra.
Anônimo disse…
Lamentável mesmo. Ao contrário do Atlético-MG, que beira o rebaixamento, o Vasco está bem na tabela. Não vejo muitas razões para protestos, até porque o Roth fez o que dava pra fazer.