Renegada até quando?

Depois o pessoal do centro do país fica ofendido e não entende porque dizemos, por exemplo, que o Grêmio é copeiro, ou não sabem porque o Rio Grande do Sul é o Estado que mais ganhou Copas do Brasil até hoje.

O desdém com que as equipes brasileiras que disputam a Copa Sul-Americana tratam esta competição é vergonhoso. Ontem, num Serra Dourada às moscas, jogaram os times mistos de Goiás e Cruzeiro. Deu Goiás, 2 a 0, dois tentos de pênalti.

Até hoje, as melhores participações na Copa Sul-Americana vieram com o Internacional (2004 e 2005), que sempre fez questão de levá-la a sério. O Grêmio disputou em 2003 e 2004, mas não teve competência para passar da primeira fase, apesar de entrar com o que tinha de menos pior. O Atlético-PR foi semifinalista ano passado, outro clube que quis ganhar a competição.O São Paulo chegou à semifinal em 2003, mas escalou reservas em vários jogos.

Mais uma vez, a gauchada olha com carinho uma copa antes do resto da nação. Méritos? Sim, sem dúvida. Mesmo que a Sul-Americana não seja a Libertadores, vale à pena ganhá-la, tirar um bom dinheiro e chegar à final da Recopa, que, mesmo sem ser um primor, pode ser mais uma taça no armário. E, mesmo que o Brasileiro leve à Libertadores, e esta seja de fato muito mais importante, este desdém à Sul-Americana é exagerado. Lembra o tratamento que os brasileiros davam à própria Libertadores, antes dos anos 90.

Em tempo:

- Abel Braga, em seu segundo jogo no Internacional, já repetirá a escalação. Gallo não fez isso em 20 partidas. Esta é a diferença.

- R$ 28 milhões de reais por Carlos Eduardo, com direito a 20% de uma futura transferência, é uma bela proposta. Mas se o Grêmio liberá-lo dia 31 estará priorizando a questão financeira sobre a técnica. Por mais tentadora que seja a proposta, deveria ficar até dezembro, no mínimo.

- Para quem tentou acompanhar Carabobo x El Nacional ontem (só deixei de fundo sonoro do Sportv no meu quarto, não se assustem, não sou tão lunático), uma medalha de honra ao mérito desportivo. Além da qualidade lamentável dos dois times, o sinal da transmissão caía de 30 em 30 segundos, e faltou luz duas vezes durante o primeiro tempo.

- Em entrevista à Placar, Marco Materazzi diz acompanhar o futebol brasileiro. O zagueiro é fã do Santos, do São Paulo e do Grêmio, e sempre acompanha os jogos destes três clubes. Para quem faz a campanha de que o tricolor gaúcho não é violento, é um duro golpe de marketing.

Comentários

Anônimo disse…
Gênio Materazzi, ídolo das cores azuis e negras.
Felipe disse…
Emocionante o discurso de Fernandão ontem, na festa do título da Libertadores. Ao agradecer a Fernando Carvalho por tê-lo trazido ao Inter, o jogador foi as lagrimas e não conseguiu mais falar. Tá aí um exemplo de um jogador com enorme identificação para a torcida e ficará para a história como o jogador simbolo do Internacional.
Anônimo disse…
A identificação do Fernandão com o Inter é maior que a de Falcão, tido como maior jogador da história do clube.
Anônimo disse…
Na linha do Dadá, não existe título feio; feio é não ganhar título. Mas, diga o que se disser, a Copa Sul-Americana é uma bosta e não vale nada.
André Kruse disse…
Essa história de não dar importancia pra libertadores é lenda.

Os cariocas dizem que só se passou a dar bola pra libertadores depois do título do flamengo, já os paulistas dizem que foi com o são paulo.

contudo, se prova facilmente que os times brasileiros davam sempre deram importância a libertadores.
Anônimo disse…
Podiam dar importância, mas não a mesma de hoje. Não foi do nada que os brasileiros ganharam 5 Libertadores nos primeiros 30 anos de disputa e nos últimos 17 levantaram 8 vezes a taça.