Um mínimo de bom-senso no conselho gremista

O Conselho Deliberativo do Grêmio evitou ontem à noite cometer um dos maiores absurdos de sua história. Iria a uma espécie de julgamento o ex-presidente José Alberto Guerreiro (1999-2002) e um de seus então vice-presidentes, Jayme Eduardo Machado. Em pauta, a decisão sobre a exclusão dos dois do Conselho do clube, após denúncias de corrupção e desvio de dinheiro durante a malfadada parceria com a ISL. A proposta apresentada por Fábio Koff, apoiada pelo atual presidente, Paulo Odone, e aprovada na reunião de ontem, era de que o Grêmio não expulsasse Guerreiro e Machado antes do julgamento de ambos na Justiça Comum. Uma decisão absolutamente normal, mas que quase ia passando em branco. Como o julgamento na Justiça ainda não ocorreu, o Conselho gremista quase meteu o pé pelas mãos e expulsou os dois antes de uma possível condenação, apenas na condição de suspeitos, e não de culpados, como seria o correto e o normal. Jayme Eduardo Machado avisou que, caso ele e Guerreiro fossem absolvidos pela Justiça, processaria todos os conselheiros que votaram a favor da expulsão antes da decisão oficial. O bom-senso falou mais alto e a votação foi arquivada. Caso ambos sejam condenados pela Justiça Comum, serão automaticamente eliminados do Conselho. Como tem sido de praxe, o ex-presidente do Conselho e então aliado de Guerreiro, Oly Facchin, tomou uma posição esdrúxula. Queria a votação, pois sem ela "sentiria cheiro de pizza". Ora, obviamente não cabe aos conselheiros do Grêmio, mas sim à Justiça, apurar se houve culpa ou não de Guerreiro e Machado neste caso. O Conselho tem de tomar a posição após a decisão judicial, não julgar por si mesmo dois de seus membros que ainda não foram condenados. A posição de Facchin não chega a surpreender. Para quem pensa que 300 conselheiros (metade deles ausentes na grande maioria das reuniões do Conselho) podem decidir melhor o futuro do clube que seus sócios em dia, não é de se espantar que entenda que estas mesmas pessoas estejam acima da Justiça e condenem dois de seus membros antes mesmo que o Tribunal. River Plate Os dois primeiros jogos dos millonarios no Torneio Apertura foram adiados devido aos Borrachos del Tablón, torcida organizada baderneira do clube. Lamentável o atual estado fora de campo do futebol argentino. Arsenal Ainda endividado com seu novo estádio, o time de Londres tem dificuldades para contratar reforços. A saída de Henry teria sido feita para fazer caixa.

Comentários

André Kruse disse…
Eu discordo.

O clube tem suas regras próprias, condutas não puniveis na justiça comum podem muito bem ensejar a expulsão do clube.

Alem disso foi feito um relatorio que sequer foi lido.
Anônimo disse…
Sei que condutas não puníveis na Justiça Comum podem ser passíveis de punição e expulsão do clube. Mas, neste caso, o que se tem é algo passível de pena na Justiça. Além disso, pelo que sei, era bem provável que Guerreiro fosse absolvido pelo Conselho. Se fosse posteriormente julgado e considerado culpado pela Justiça, seria expulso por força do Estatuto, apesar de absolvido em votação no plenário.
Anônimo disse…
No mais, concordo com o que colocaste em teu blog: 235 conselheiros numa reunião desta importância é lamentável. Mais lamentável ainda é saber que este quórum é um dos maiores dos últimos meses em reuniões do Conselho.