Como time pequeno

Tudo o que sei ouvi pelo rádio, de modo que uma análise mais profunda é impossível e irresponsável. Mas ficou claro, mais uma vez, que faltou ambição ao Grêmio na tarde de hoje. Sofria pressão, achou um golo. Pois bem, aproveitou a sorte e a má fase do adversário. No segundo tempo, em vez de adotar uma postura mais equilibrada e participativa, deixou-se dominar pelo fraquíssimo Corinthians. Segurou até quando pôde. Não vi o jogo, de modo que não posso opinar sobre a arbitragem, que Mano Menezes tanto reclamou. Mas parece ter tido uma tarde excepcionalmente infeliz o treinador gremista. Retrancou o time tirando Sandro e botando Léo; esperou a virada para pôr Marcel, e no lugar de Carlos Eduardo, não de Tuta; e ainda conseguiu ser expulso, mais uma vez. Tudo errado. Quem quer ter ambições de Libertadores não pode perder para o Corinthians. Tem de fazer 6 pontos, 3 lá, 3 aqui. Quem quer ir longe não pode ser tão pouco ambicioso. Quando o Grêmio voltou da Libertadores estava totalmente descontado, mas Mano acertou a defesa e o time fluiu. Depois chegaram os reforços, velhos e antigos; Pereira virou titular do nada, Thiego foi sacado. Agora, com muito mais qualidade à disposição que em julho, o Grêmio afunda. Até a Libertadores já está longe. Se antes faltava poder ofensivo, agora há Carlos Eduardo, Diego Souza, Tcheco e Marcel na frente. Qualidade na frente não falta mais. Faltam detalhes, alguns importantes: uma opção de velocidade na frente, um lateral-esquerdo e um zagueiro. Mas falta, antes de tudo isso, atitude. Ou o Grêmio muda de mentalidade e faz como em 2006, ou 2008 será ano de Copa Sul-Americana. A solução não está longe: na própria casamata, com o próprio Mano Menezes, que já levou o Grêmio tão longe sempre sendo sua maior estrela. A volta triunfal Se Mano Menezes vive talvez um de seus piores momentos à frente do Grêmio, Abel Braga reestreou no Internacional com vitória: 1 a 0 sobre o Goiás, magra, mas pelo visto com autoridade sobre o Goiás. Resultado importante, que devolve confiança à torcida. Os colorados de memória mais curta já idolatram o velho-novo técnico; certamente, aqueles mesmos que o vaiavam há três meses atrás.

Comentários

Qualquer tentativa de análise desse jogo vai ruir em questão de segundos. O Mano só pode ter uma fase em que jogam voodoo nele. É sempre em abril/maio, depois engrena, depois cai de novo em julho/agosto e aí, quando o time tá todo fudido e a cabeça dele vai a prêmio, começa a arrancar tudo quanto é ponto impossível.

Espero que isso aconteça. Enquanto isso, vou tentando controlar minha raiva de hoje à tarde.

E concordo! CHEGA DE PEREIRA NA ZAGA! QUASE MARCOU UM GOL CONTRA HOJE!
Anônimo disse…
Sem dúvida é uma má fase. Mano Menezes é o melhor treinador em atividade no Brasil desde 2006. Mas a insistência em Pereira e o recuo excessivo do time em vários jogos têm tirado pontos preciosos do tricolor no campeonato. Hoje, eram 3 que não podiam ter escapado.
Anônimo disse…
Que diferença! Hoje o Inter jogou como um time, cada um executando a sua função, sem substituições malucas e sem invenções. A defesa foi perfeita, o meio campo consistente com Guiñazu (que tem tudo para ser o novo Tinga), só o ataque que não foi tão bem, perdendo alguns gols que não se deve perder. Mas o Inter já está com cara de Inter de novo!
Anônimo disse…
"Os colorados de memória mais curta já idolatram o velho-novo técnico; certamente, aqueles mesmos que o vaiavam há três meses atrás." Como eu disse, tiraram o bode da sala. Digo, o galo. Quanto ao juiz de Cor X Gre, tava claramente mal intensionado. Mas não sei se efetivamente prejudicou, já que parei de ver o jogo aos 15" do 2°, ou seja, me espantei ao saber que tinhamos perdido.
Anônimo disse…
Eu vi até 15 do primeiro tempo, e de mais lamentável só aquela solada do goleiro Felipe no Tuta. Mano reclama de faltas laterais, Eduardo Costa também. Mas nada justifica uma virada e uma nova expulsão do treinador tricolor.
Anônimo disse…
E o GRÊMIO conseguiu, de novo, entregar mais um jogo ganho. Fim da luta pelo título. O ataque não mata o jogo (Carlos Eduardo jogou sozinho e Tuta não entrou em campo, se bem que a bola não chegou nele) e a defesa entrega. O lateral esquerdo não existe e o Bustos tem que começar a mostrar serviço. Mano fez péssimas substituições. Por fim, a "arbitragem", como de costume, terrível.
Anônimo disse…
O retorno de Abel Braga demonstra como a direção verme-elha está completamente perdida.
Anônimo disse…
Chico, não sei se o foi o caso de ontem, mas sobre o Tuta não receber a bola, vejo que ele claramente se "esconde" atrás dos zagueiros adversários, em quase todos os jogos. Fica atrás do beque, esperando um erro. Centroavante tem de se antecipar. No mais, nada mais justifica a não-inclusão de Marcel entre os titulares.
Anônimo disse…
Eu sou fã do Mano Menezes. Não sou corneteiro. Quero que ele continue no Grêmio por muito tempo. Mas é inegável que ele atravessa seu pior momento desde que chegou no tricolor. Ao sacar Gavillan, que vinha jogando muito bem, e colocar para jogar o Eduardo Costa sem o menor ritmo de jogo, acabou a meritocracia que existia no Grêmio. Eu até acho que o Eduardo Costa pode ter muito mais potencial, mas não dá para tirar um jogador pronto e entrosado por um que não joga há meses só porque um tem mais nome que o outro. Depois, o Grêmio chorou porque o Marcel não foi liberado contra o SPFC e, agora que está liberado, ele joga 5 minutos por jogo, enquanto o Tuta se arrasta em campo. Por fim, o problema que o Mano sempre teve: faz 1 a 0 e recua o time, frente um Corinthians vaiado, perdido e dominável. Corinthians, aliás, que está de parabéns, pois, apesar de todas as suas limitações, venceu o jogo por ter jogado com muito mais raça.
Anônimo disse…
Perfeito, Lourenço. Nenhum reparo.