Depois de estragar vários jogos, Ricci quase estraga um campeonato inteiro

Damião sobe entre dois zagueiros do Flu no primeiro gol
A CBF não escala os árbitros do Campeonato Brasileiro, mas indica quem vai para o sorteio de cada jogo. E cometeu um erro sério no Fla-Flu: colocar Sandro Meira Ricci como uma das opções. Representante brasileiro na Copa do Mundo de 2014, desde então Ricci vem sendo um verdadeiro para-raio. Quando não comete erros graves ou estraga jogos com expulsões prematuras e exageradas, se mete em confusões homéricas por conta de sua postura prepotente. A de ontem talvez tenha sido a maior de sua carreira.

A decisão de anular o gol de Henrique, que seria o do empate do Fluminense com o Flamengo, foi correta. Mas veio depois de cinco minutos de paralisação absolutamente desnecessária por conta de sua maior característica nos últimos dois anos: a arrogância. Muito mais bem colocado, o auxiliar Emerson Augusto de Carvalho apontou corretamente o impedimento do zagueiro tricolor (e de outros dois jogadores, pelo menos) no lance. Ricci, estranhamente, chamou para si uma decisão que, por seu posicionamento, simplesmente não tinha como tomar. Deu o gol, certamente ouviu pelo ponto que alguém pela TV indicou o impedimento, e resolveu voltou atrás. Desgaste absolutamente desnecessário.

O Fluminense reclama também de falta no goleiro Júlio César no lance do primeiro gol flamenguista - discutível - e promete ir ao STJD para buscar a anulação do clássico, por conta do fato de Ricci ter voltado atrás naquele que quase foi confirmado como o segundo gol tricolor. Não há argumento jurídico razoável: enquanto a bola não sair no círculo central, a arbitragem pode dar ou não o tento. No fim das contas, o menos pior aconteceu: validar o segundo gol do Flu seria um erro que poderia estragar todo o campeonato, pois tiraria dois pontos justos de um time que luta diretamente pelo título. A CBF foi absolutamente imprudente de colocá-lo no sorteio de uma partida tão importante.

A má escolha da arbitragem manchou um Fla-Flu equilibrado, tenso (até briga em decisão de pênalti promocional de sócios-torcedores no gramado teve no intervalo) e empolgante, entre dois times em alta no campeonato. Na verdade, terminou de manchar, já que a escolha de Volta Redonda como sede limitou a 11 mil pessoas o público da partida. São muitos erros para um jogo tão nobre.

E a rodada acabou esquentando de vez a briga pelo título. O Palmeiras começou arrasando o Cruzeiro em Araraquara, perdendo uma chance atrás da outra, mas não saiu do 0 a 0 e viu os cariocas tirarem a diferença para apenas um pontinho. E mais: o Atlético Mineiro, que corre por fora na briga, fez 3 a 0 no América no Mineirão e está só cinco atrás dos paulistas. Vale sempre lembrar que o Galo tem a tabela mais fácil da reta final e receberá os dois concorrentes diretos em Belo Horizonte daqui a pouco. A briga pelo título de 2016 é a mais empolgante dos últimos cinco anos.

Muito volume para pouca diferença
O Grêmio de Renato Portaluppi marca muito melhor na bola aérea defensiva, mas segue exibindo o outro problema sério dos tempos de Roger Machado: cria muito, chuta muito e converte pouco. Contra o Atlético Paranaense, teve nada menos que 29 finalizações, contra apenas quatro do adversário. Merecia ter goleado na Arena, especialmente pelo segundo tempo que fez, mas ganhou só de 1 a 0. Resultado importantíssimo. E merecidíssimo também.

Pedro Rocha já fez seu terceiro gol com o novo técnico, mas ontem vale destacar a atuação dos dois campeões olímpicos. Walace foi o melhor em campo, desarmando muito, errando menos passes do que de costume e exibindo uma potência incrível na hora do combate aos rivais. E Luan, no segundo tempo, acabou com o jogo: se no primeiro o time teve alguns problemas de criação, na etapa complementar o falso nove gremista jogou no free style que Micale o colocou no Rio 2016: voltou para armar, caiu pelos lados e também entrou na área, totalmente liberado para fazer o que quiser dentro de campo. Foi sua melhor partida desde que retornou da Olimpíada.

Foto: Flamengo/Divulgação.

Comentários

Chico disse…
Gente, o Tricolor não tem condições de perder tantos golos assim...

O patético tem que agradecer por perder por só 1 X 0.