Os testes de Roger para desengessar o Grêmio

Kannemann foi um dos nomes testados por Roger
Os testes que Roger Machado anda fazendo nos últimos dias são absolutamente normais. E são exatamente isso: testes. Nada mais natural: o técnico gremista dispõe de raríssimos 10 dias para treinar. Errado estaria se não trabalhasse alternativas. Treinar uma equipe com três zagueiros ou três volantes não significa que o treinador esteja perdido, desesperado ou que haverá uma mudança profunda de esquema, como algumas leituras mais apressadas já sugerem.

Mais do que as duas últimas más atuações, o que deve estar motivando Roger a pensar em novas formações é, primeiramente, as mudanças no elenco. A saída de Giuliano dificilmente passaria naturalmente. Negueba não foi bem contra América-MG e Santa Cruz, mas, mesmo que tenha feito boa partida contra o São Paulo, é um jogador bem diferente do antigo titular vendido ao futebol russo. É absolutamente normal o time sentir a perda de uma peça de tamanha importância tática, sem repô-la dentro das mesmas características - sem falar na qualidade técnica. O risco de perdê-la em meio a uma disputa de título deve ter sido bem calculado por todos na Arena.

Além da saída de Giuliano, a chegada de Kannemann permite a Roger pensar, eventualmente, num time com três zagueiros. O argentino preso por um lado, Edílson mais solto de outro, com Marcelo Oliveira jogando pela esquerda no meio - eis outra alternativa. E, enquanto Luan não volta dos Jogos Olímpicos, e Everton de sua lesão, testes ofensivos também precisam ser feitos, com Bolaños, Pedro Rocha e Guilherme. E, quando Walace voltar, por que não tentar encaixar um modo de jogar que permita que ele, Jaílson e Maicon atuem juntos?

Os 10 dias de parada servem principalmente para tentar solucionar estes questionamentos, não para reinventar o Tricolor do zero. O 4-2-3-1 do Grêmio está afirmado desde 2015, ganhou força após o ótimo início de Brasileiro, mas também já é conhecido de todos. Um dos principais pecados do trabalho de Roger é justamente não dispor de alternativas táticas ao esquema principal. A saída de Giuliano, a chegada de reforços recentes, os maus resultados contra equipes fracas e o intervalo de mais de uma semana na competição antes de um período duríssimo de jogos contra equipes de ponta e na Copa do Brasil permitem ao técnico gremista trabalhar tudo isso. Então, por que não?

Mais Grêmio na seleção
Rogério Micale deve entrar no 4-2-4 contra a Dinamarca. É o tudo ou nada para evitar o fiasco de cair logo na primeira fase da Olimpíada jogada em casa. Luan entrará no time mais recuado do que costuma jogar no Grêmio, e Walace no lugar do suspenso Thiago Maia.

Os riscos são enormes. Pressionada, a seleção não pode perder pontos para os dinamarqueses, que também entram em campo necessitando de ao menos um empate para seguir adiante. É praticamente um mata-mata em Salvador. A noite promete ser tensa na Fonte Nova.

Em tempo:
- O meia Diego pode fazer sua estreia pelo Flamengo sábado, diante do Sport, na Ilha do Retiro. Participou sem problemas do jogo-treino contra o Resende, ontem, ficando à disposição do técnico Zé Ricardo. Resta saber se começará jogando.

- A estrela de Sérgio Ramos é impressionante. Mais uma vez, o zagueiro do Real Madrid foi decisivo, marcando, nos acréscimos, o gol que levou a decisão da Supercopa Europeia para a prorrogação. De quase derrotado na decisão em Trondheim, o atual campeão europeu virou sobre o Sevilla para 3 a 2 no finzinho do tempo extra (Carvajal marcou aos 13 do 2º) e abriu a temporada 2016/17 com mais um título. Vale lembrar que Ramos fez gols importantíssimos também nas duas decisões de Liga dos Campeões contra o Atlético de Madrid e na final do Mundial de 2014, contra o San Lorenzo.

- Na abertura da Copa Sul-Americana, destaques para as vitórias como visitantes de Junior (3 a 1 no Deportivo Lara) e Emelec (3 a 0 no Universitario). O Peñarol empatou sem gols com o Sportivo Luqueño, em Assunção. Para hoje, estão marcados mais cinco jogos.

Foto: Rodrigo Rodrigues/Grêmio.

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