Mais interessante que o normal

O Gre-Nal é um jogo muito especial e traz consequências muito fortes para ser realizado à toa. E, convenhamos: nada mais à toa do que um Gre-Nal de primeira fase de Gauchão. No ano passado, vimos um Grêmio completamente emergencial enfrentar um Inter só de reservas e de olho na Libertadores em um 0 a 0 que, não fosse pela novidade da torcida mista, teria caído completamente no esquecimento. Gre-Nais assim não deveriam acontecer, em respeito à própria história do clássico.

O de hoje é mais ou menos isso: dos 14 times do estadual, nada menos que oito (ou quase 60%) passarão de fase. A etapa inicial do Campeonato Gaúcho é totalmente desnecessária para a Dupla Gre-Nal. Ainda assim, há alguns elementos que podem tornar esse clássico à toa, exagerado por sua existência, mais interessante que o de costume.

Primeiro, porque ele vale também pela Primeira Liga. E, neste caso, é decisivo: um empate classifica o Inter como líder do grupo e deixa o Grêmio na obrigação de secar rivais de outros grupos para seguir adiante. Por mais que seja um torneio de caráter amistoso e que pense muito mais na Libertadores, certamente o Tricolor não quer passar pelo desagrado de ser eliminado em casa por seu rival. E mais: vencendo, deixará o Colorado à beira da desclassificação - fora que dele abrirá uma grande vantagem na tabela do estadual, onde aí quem está em vantagem é o lado azul. Se talvez nem valha três pontos pelo Gauchão, o clássico vale seis pela liga.

Outro aspecto interessante é que, embora ainda seja muito cedo para um clássico, Grêmio e Inter chegam a ele em fase de afirmação. O time de Roger Machado, após um período de instabilidade, fez oito gols nos últimos dois jogos, massacrou a LDU e tenta embalar na Libertadores voltando ao bom futebol de 2015. O Colorado tem seu elenco mais modesto desde 2004, mas tem sido interessante ver tantos meninos (Andrigo e Aylon os mais novos deles) recebendo de Argel uma sequência como titulares e, após a saída de D'Alessandro, ver um nome surgido no Beira-Rio, como Eduardo Sasha, assumir o protagonismo.

Por mais que o Grêmio hoje seja mais forte, esse caráter de desafiante o Inter conhece bem. Em 2003, houve situação semelhante: o Tricolor na Libertadores, com um time bem mais cotado, levou a virada em casa de uma gurizada liderada por Daniel Carvalho. Roger jogou naquele dia, e sabe, também por isso, que o caráter de favorito não serve para quase nada.

Em tempo:
- O domingo será também de clássicos no litoral paulista (Santos x Corinthians) e em Recife (Náutico x Sport).

Comentários

Chico disse…
Superclássico Grenal