Centroavante, confiança, banco e saldo
Maicon comemora o golaço: bela vitória e fim do sufoco |
Dizíamos na prévia do jogo que era importante o gol cedo. E ele foi fundamental mesmo. O primeiro Grêmio da noite foi o Grêmio do Padrão Roger: muita agressividade e toques rápidos. Temia-se que Miller Bolaños centralizado fosse tirar Luan de perto da área, mas isso não aconteceu: inteligente e forte, o equatoriano sempre reteve a bola na frente e colocou seus companheiros em jogo, seja Luan pela esquerda ou Giuliano pela direita. Foi numa recuperação na raça de Giuliano que surgiu o golaço de Maicon, após tabela com Luan dentro da área.
Depois de 20 minutos avassaladores, o time gaúcho naturalmente diminuiu o ritmo. A fragilidade da marcação de Wallace Oliveira trazia arrepios à Arena, mas a LDU só chegou com perigo de fato em um rebote de Estupiñan, por cima do gol. Mais retraído, o Grêmio trocou poucos passes, mas se defendia melhor que no México (Marcelo Oliveira foi seguro, bem como Fred e Geromel) e atacava com verticalidade muito grande. Jogando no erro equatoriano, chegou ao segundo gol numa recuperação de Luan, que deu lindo passe para Miller deslocar Domínguez, totalmente fora de posição.
No segundo tempo, a expulsão precoce de Romero deixou o Tricolor em superioridade numérica. Mas, assim como em Toluca, o Grêmio não se impôs à LDU. Desta vez, porém, foi estratégia, e não incompetência: Roger voltou do vestiário, ainda com 11 contra 11, anunciando que faria esse jogo de resguardo. Manteve a ideia mesmo com um homem a mais, o que talvez não fosse do agrado de alguns, mas sem correr quaisquer riscos de sofrer desconto ou empate. No fim, com o sangue novo de Henrique Almeida e Everton, chegou a um 4 a 0 que foi até exagerado pelo que foi a partida.
Além da extraordinária goleada, a melhor notícia da noite foi Miller Bolaños. Inteligente, o equatoriano não precisou mais do que alguns poucos minutos para provar que será um enorme acréscimo ao time de Roger. Jogando centralizado ou alternando pelo lado, tem tudo para formar uma dupla infernal com Luan, outro que jogou muita bola. O Grêmio, que se ressentia de uma perda de mobilidade em 2015 quando algum centroavante começava jogando, agora parece pronto para jogar com um 9. Claro, Miller é tecnicamente superior a Bobô (a Braian Rodríguez chega a ser covardia comparar), e tem uma característica importantíssima: saber sair da área para tabelar, o que ajuda a manter a melhor característica do Grêmio de Roger, mas com um poder de fogo diferenciado. O melhor reforço possível, em suma.
Foi também a vitória da confiança, de um time que nem sempre se impunha em casa como tanto pedia seu torcedor, e hoje o fez com uma pressão típica dos tempos de Olímpico. O resultado recupera o moral de uma equipe que oscilou demais em fevereiro, e que há uma semana vivia quase uma crise após perder para o São Paulo-RS, em Rio Grande. Igualmente, um jogo em que o time mostrou opções interessantes de banco, com dois reservas entrando e marcando gol. Gols que dão saldo a um time que começou perdendo feio, em um grupo equilibradíssimo. Pode ser critério de desempate lá adiante.
Em tempo:
- Para noite com show dos Rolling Stones e muita chuva, a Arena recebeu ótimo público.
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Copa Libertadores da América 2016 - 1ª fase - Grupo 6 - 2ª rodada
2/março/2016
GRÊMIO 4 x LDU 0
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Jesús Valenzuela (VEN)
Público: 37.702
Renda: R$ 1.581.618,00
Gols: Maicon 11 e Miller Bolaños 36 do 1º; Henrique Almeida 37 e Everton 43 do 2º
Cartão amarelo: Geromel, Maicon e Norberto Araujo
Expulsão: Romero 1 do 2º
GRÊMIO: Marcelo Grohe (5,5), Wallace Oliveira (5) (Marcelo Hermes, 21 do 2º - 5,5), Geromel (6,5), Fred (6,5) e Marcelo Oliveira (6); Edinho (5,5), Maicon (7), Giuliano (6,5) e Douglas (6,5); Luan (7) (Henrique Almeida, 35 do 2º - 6,5) e Miller Bolaños (7) (Everton, 26 do 2º - 6,5). Técnico: Roger Machado
LDU: Domínguez (4), Quinteros (4,5) (Luis Bolaños, 26 do 2º - 4,5), Norberto Araujo (4,5), Romero (4) e Estupiñan (6); Benavídez (5,5), Hidalgo (4,5), Vera (5), Morales (5) e Alemán (5,5) (Puch, 27 do 2º - 5); Carlos Tenorio (5,5) (Padilla, 9 do 2º - 5). Técnico: Claudio Borghi
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
Comentários
Quanto aos laterais, acho que o Marcelo Oliveira foi bem, mas o Wallace, de novo, deixou a desejar. O Marcelo Hermes, por exemplo, foi superior. Quanto ao Fred, discordo. Acho que fez sua melhor partida, inclusive por cima (marcar o Tenorio não é fácil) e nas antecipações.
Mas em geral concordo contigo. Não dá pra ir ao céu como antes pro inferno, especialmente porque é começo de temporada (mesmo com entrosamento de 2015, isso pesa). A ver.
No mais, vejo tu concordando com MÁRIO SÉRGIO, que foi crítico em diversos pontos ontem, apesar da goleada. Nada mais justo.
Um abraço,
Marcus Staffen
Grande abraço, Marcus!
Estréia magnífica de Miller. Luan e Douglas jogaram muito também.