Valdívia titular. Titular?

O papo de que o Valdívia do Internacional é o "genérico" não cola mais, ao menos se os termos de comparação com o chileno do Palmeiras forem quanto à qualidade apresentada em campo. Em 2015, só o colorado jogou. E como jogou: neste Gauchão, fez gol decisivo contra o Caxias, cavou o pênalti e marcou numa partida complicada contra o Brasil em Pelotas, decidiu contra o União Frederiquense e abriu caminho na difícil tarefa de desentupir o ferrolho do Passo Fundo. Não fosse pelo meia de 21 anos aparecer em momentos complicados, talvez o Inter não fosse o líder da primeira fase. Merecia mesmo a titularidade, e Diego Aguirre lhe dará a chance hoje.

Mas será que esta titularidade é real? Já não sabemos mais. O técnico colorado vem alterando tanto a equipe que fica difícil apontar quem é titular ou reserva. O melhor lateral direito do ano, William, sequer está inscrito na Libertadores, mas jogará hoje, com justiça. O melhor volante, Rodrigo Dourado, também vai para o jogo contra o Cruzeiro-RS. Alex e Anderson serão poupados, Nilton será reserva, enquanto Vitinho, Réver e Aránguiz treinaram em separado, o último ainda com lesão.

O que vem parecendo é que o uruguaio seguirá nesta semana sua estratégia das últimas duas rodadas do Gauchão: time misto nas quartas e no primeiro jogo das semifinais, alternando quem serão os titulares que vão para combate em cada partida. É bom por um lado, pois não enfraquece tanto a equipe em nenhum dos dois jogos e mantém ritmo de partida e competição para todos no elenco. Mas é ruim por outro, pois a equipe principal perde entrosamento e padrão de jogo. Alguém lembra qual foi o último jogo do time titular do Inter neste ano? Alguém sabe que escalação, e mais, que esquema jogará no Chile semana que vem?

O jogo promete ser duro. O Cruzeiro-RS segurou um 0 a 0 com os titulares colorados em fevereiro na base da raça, e costuma historicamente endurecer para a Dupla Gre-Nal. Pode muito bem levar a decisão para os pênaltis nos 90 minutos, mesmo à beira do Guaíba - quase conseguiu empatar com o Grêmio na Arena, por exemplo. E cobranças da marca da cal têm sido um martírio colorado em 2015. É noite de jogo por jogar, e não já jogado.

Em tempo:

- Quem também terá decisão complicada pelo estadual, ainda mais difícil que a do Inter, é o Fluminense. Sem Fred, mas com Walter talvez partindo para a Arena da Baixada, o Tricolor precisa de qualquer maneira vencer o Madureira no campo neutro de Volta Redonda para se classificar no Campeonato Carioca. Tarefa longe de ser fácil nas atuais circunstâncias.

- Noite também para o Cruzeiro, o de Minas, derrotar o fraco Mineros em casa e encaminhar sua vaga na Libertadores, para chegar ao menos de forma razoável ao clássico de domingo e pegar o Huracán um pouco mais tranquilo terça que vem. É decisão também por isso: a equipe de Marcelo Oliveira chega pressionada após perder em casa para o Tombense. Se empatar ou perder hoje (hipóteses improváveis, mas existentes), chega de cabeça baixa para pegar o Galo e pressionadíssima para uma verdadeira decisão em Buenos Aires, apenas dois dias depois. É um jogo decisivo para o primeiro semestre, portanto.