Algumas pistas do Grêmio filipino

Luiz Felipe já pediu a André Jardine relatórios completos sobre alguns jogadores da base e outros jovens, ou atletas que conhece menos do elenco principal do Grêmio. Certamente, mesmo de longe, acompanhou a trajetória destes jogadores no Tricolor em 2014. Mas com certeza alguns nomes saem à frente na luta pela titularidade.

Esta, seguramente, é a explicação para o que Jardine treinou ontem. Na quarta-feira, o Grêmio do interino estava sendo montado para encarar o Vitória com duas mudanças em relação ao que vinha pensando Enderson Moreira: Breno na lateral, em vez da improvisação de Saimon, e Dudu na ponta, com Fernandinho voltando para o banco - embora seja cedo para dizer que Dudu será mesmo titular com Felipão, pois o argentino Alán Ruiz está lesionado. No treino de quinta, porém, uma mudança aponta na clara direção de que Luiz Felipe já provavelmente fez sua interferência junto ao auxiliar, para colocar em prática o que pensa que deva ser este time do Grêmio: a titularidade de Edinho.

Este é um jogador com a cara de Felipão, e não apenas por ser raçudo, mas porque atuou com ele no Palmeiras, e porque é um primeiro volante típico, figura que sempre houve nos times de Felipão: casos Gélson no Criciúma, Pingo e Dinho no Grêmio, César Sampaio e o próprio Edinho no Palmeiras, Gilberto Silva e Luiz Gustavo na seleção brasileira, Costinha em Portugal e Obi Mikel no Chelsea. Alguns com mais, outros com menos saída de bola qualificada.

Em princípio, deixa o time Ramiro. O Grêmio ganha em altura e proteção à zaga, mas perde em saída de bola. Porém, poderá ganhar em ofensividade, caso Riveros seja liberado para atacar como Paulinho fazia no Brasil campeão da Copa das Confederações. A formação do fim da Era Enderson prendia Ramiro e o paraguaio à marcação, tornando o time muito previsível e sem poder de surpreender o adversário com um ingresso vindo de trás.

A novela que se repete
A reclamação dos colorados é antiga: em meio ao ano, o Inter vende uma grande figura para fazer caixa e deixa de lado a possibilidade de ser campeão brasileiro. Foi assim com Nilmar, Oscar e Fred recentemente, e agora é a vez de Aránguiz. Ainda não há, ao que parece, propostas concretas pelo chileno, mas a saída, seja agora ou em dezembro, parece inevitável. O assédio era previsível: o Colorado o comprou antes da Copa sabendo que se seu desempenho no Mundial fosse bem as propostas chegariam. Com Nilmar disponível no mercado, a tentação de fazer caixa para contratá-lo é certamente grande.

O problema é que Abel Braga não sabe o que fazer de seu time sem Aránguiz. É claro que uma peça como o chileno é praticamente insubstituível, mas é incrível como o treinador do Inter não soube utilizar a intertemporada para treinar uma formação sem ele de forma consistente. Os 45 dias de parada deveriam ter servido basicamente para isso, até porque Aránguiz não participou dos trabalhos, por estar envolvido com o Chile na disputa da Copa do Mundo.

O Londrina merecia mais
O Santos fez pouco caso da Copa do Brasil. Com constantes reclamações devido à sequência de jogos nas quintas-feiras, Oswaldo de Oliveira levou time reserva ao Estádio do Café. O favoritismo do Londrina, campeão paranaense, era previsível neste caso. A vitória por apenas 2 a 1 foi um castigo com a equipe local, que teve em nomes como Celsinho, Paulinho e o camaronês Joel ótimas figuras. O Londrina leva uma vantagem tênue a Santos, mas pode se classificar. Para o Peixe, a possibilidade de jogar a Sul-Americana não torna o confronto de volta tão dramático. Coisas do estúpido regulamento formulado pela CBF.

Comentários

Frederick Martins disse…
Só uma pergunta: algum time usou de forma eficiente a intertemporada da Copa? Alguém treinou? Alguém melhorou?

A cada 4 anos a gente ouve a mesma ladainha de "a parada da Copa vai servir para termos tempo de treinar o que não conseguimos durante os campeonatos". Rola a parada e os times voltam iguais ou piores. Pra que usar esse discurso tacanho, se não o seguem?
Vicente Fonseca disse…
Pra mim, quem realmente melhorou foi o Corinthians, que voltou jogando melhor. Mano Menezes é muito competente. O Cruzeiro não cito, pois já vinha jogando muito acima da média antes, só manteve o nível (o que não é fácil, diga-se de passagem).
Chico disse…
Tem que acabar com as "invenções" daquele dublê de técnico. Dá-le Felipão!