Copa 2014: Coreia do Sul

Há tempos a Coreia do Sul não é exatamente uma baba em Copas do Mundo. Segunda seleção que mais demorou a ganhar seu primeiro jogo na história do Mundial (conseguiu no 15º, em casa, em sua quinta Copa - só a Bulgária, no 17º, levou mais tempo a vencer um jogo), a esquadra coreana apresentou uma evolução considerável desde que sediou a Copa de 2002, quando foi 4ª colocada. Ganhou ao menos uma partida em cada edição seguinte, e tanto em 2006 como 2010 conseguiu passar de fase.

Superior à Argélia, a Coreia pode novamente brigar por um posto nas oitavas em 2014. Porém, tem seguramente sua seleção mais fraca em Copas neste século. Aposentado da seleção desde 2011, Park Ji-Sung, melhor jogador da história do país, faz falta. A classificação para a Copa veio com sobressaltos e uma derrota para o Irã em Seul na última rodada, que levou a seleção coreana ao Mundial por conta dos resultados paralelos favoráveis.

Os últimos amistosos deixam claras as fragilidades da Coreia. Dos últimos 11 jogos que disputou, contra equipes do mundo todo, a seleção sul-coreana perdeu sete. Foram quatro derrotas nos últimos cinco jogos, incluindo goleadas de 4 a 0 para México e Gana, derrotas para Estados Unidos e Tunísia e uma única vitória, sobre a Grécia. As perspectivas não animam.

O CAMINHO
Em péssimo momento, de cara a Coreia do Sul já terá uma decisão. Afinal, se tem a pretensão de chegar às oitavas, o time oriental precisa ao menos arrancar pontos da Rússia. Vencer a Argélia em Porto Alegre é obrigatório também, para que a equipe não dependa de uma vitória sobre a forte Bélgica na última rodada para se classificar. Caso consiga superar os prognósticos ruins e chegar às oitavas, a Coreia do Sul deve parar no primeiro mata-mata: Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos, todos eles, têm equipes superiores.

DESTAQUE
Num time com evidentes limitações e dificuldades ofensivas, Son Heung-Min é uma possibilidade de salvação. Não que sua média de gols por Hamburgo e Bayer Leverkusen seja altíssima, mas trata-se do jogador de maior destaque do elenco atual dentro do cenário europeu. Pode render alguma coisa com o mais experiente Park Chu-Yong.

PONTOS FORTES
Além do preparo físico, tradicional aliado dos times orientais, a Coreia do Sul agregou ao estilo de jogo, a partir da passagem do holandês Guus Hiddink por lá, a qualidade na troca de passes. Embora não seja tão envolvente como seleções de Copas anteriores, dizer que os coreanos maltratam a bola é um clichê que faz parte do passado.

PONTOS FRACOS
A equipe vive péssimo momento, tem jogadores contestados em todos os setores e carece de qualidade técnica. Nos últimos jogos, a obediência tática, histórica virtude da Coreia do Sul, deu lugar a um time bagunçado e perdido, tática e animicamente.

A HISTÓRIA
É a seleção de maior currículo no futebol asiático quando o assunto é Copa do Mundo. Embora não tenha sido a primeira a passar de fase num Mundial (a honra pertence à Coreia do Norte), a Coreia do Sul é a única até hoje que chegou às semifinais. É também a seleção do continente que mais pontuou em Copas (23), a que mais jogos disputou (28), a que mais partidas venceu (5) e a que mais vezes participou do torneio - esta será sua nona participação, a oitava seguida. Nem Inglaterra, França, Uruguai e Holanda chegaram a jogar todos os Mundiais de 1986 para cá.

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